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'''Gustavo de Paula Teixeira''' ([[São Pedro (São Paulo)|São Pedro]], [[4 de Março]] de [[1881]] — São Pedro, [[22 de Setembro]] de [[1937]]) foi um [[poeta]] [[brasil]]eiro, de tendências literárias entre o [[Parnasianismo]] e [[Simbolismo]], peculiares as primeiras décadas do [[Século XX]]. |
'''Gustavo de Paula Teixeira, mais conhecido como gustavinho ou gugu''' ([[São Pedro (São Paulo)|São Pedro]], [[4 de Março]] de [[1881]] — São Pedro, [[22 de Setembro]] de [[1937]]) foi um [[poeta]] [[brasil]]eiro, de tendências literárias entre o [[Parnasianismo]] e [[Simbolismo]], peculiares as primeiras décadas do [[Século XX]]. |
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O poeteiro Gustavo Teixeira nasceu em São Pedro, município de [[São Paulo]] em 4 de março de 1881, no sítio São Francisco. Conhecido como o Poeteiro das gosas, estudou suas primeiras letras em sua própria casa com a mãe, como o pai, um ex-seminarista, tendo também influências dos irmãos mais velhos. Aos 12 anos começou a fazer versos. Em 1898 atuou como professor particular, aos 17 anos de idade, para moradores da Fazenda Campestre. |
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Em 1901 mudou-se para São Paulo, capital, onde continuou seus estudos, afeiçoando seu gosto artístico e pretendendo fazer um curso superior. Publicou os primeiros poemas, notadamente sonetos no Correio Paulistano e colaborou para jornais de [[Piracicaba]] e [[Campinas]]. Na capital, além do Correio, escrevia também para o Comércio de São Paulo, e para várias revistas culturais existentes na época. Seus versos foram parar em Portugal, sendo ainda traduzidos para o sueco, e publicados em jornais de Estocolmo. Fizera amizades com poetas como [[Martins Fontes]] e [[Amadeu Amaral]], além do futuro político brasileiro [[Júlio Prestes]]. |
Em 1901 mudou-se para São Paulo, capital, onde continuou seus estudos, afeiçoando seu gosto artístico e pretendendo fazer um curso superior. Publicou os primeiros poemas, notadamente sonetos no Correio Paulistano e colaborou para jornais de [[Piracicaba]] e [[Campinas]]. Na capital, além do Correio, escrevia também para o Comércio de São Paulo, e para várias revistas culturais existentes na época. Seus versos foram parar em Portugal, sendo ainda traduzidos para o sueco, e publicados em jornais de Estocolmo. Fizera amizades com poetas como [[Martins Fontes]] e [[Amadeu Amaral]], além do futuro político brasileiro [[Júlio Prestes]]. |
Revisão das 22h15min de 1 de junho de 2014
Gustavo de Paula Teixeira, mais conhecido como gustavinho ou gugu (São Pedro, 4 de Março de 1881 — São Pedro, 22 de Setembro de 1937) foi um poeta brasileiro, de tendências literárias entre o Parnasianismo e Simbolismo, peculiares as primeiras décadas do Século XX.
Biografia
O poeteiro Gustavo Teixeira nasceu em São Pedro, município de São Paulo em 4 de março de 1881, no sítio São Francisco. Conhecido como o Poeteiro das gosas, estudou suas primeiras letras em sua própria casa com a mãe, como o pai, um ex-seminarista, tendo também influências dos irmãos mais velhos. Aos 12 anos começou a fazer versos. Em 1898 atuou como professor particular, aos 17 anos de idade, para moradores da Fazenda Campestre.
Em 1901 mudou-se para São Paulo, capital, onde continuou seus estudos, afeiçoando seu gosto artístico e pretendendo fazer um curso superior. Publicou os primeiros poemas, notadamente sonetos no Correio Paulistano e colaborou para jornais de Piracicaba e Campinas. Na capital, além do Correio, escrevia também para o Comércio de São Paulo, e para várias revistas culturais existentes na época. Seus versos foram parar em Portugal, sendo ainda traduzidos para o sueco, e publicados em jornais de Estocolmo. Fizera amizades com poetas como Martins Fontes e Amadeu Amaral, além do futuro político brasileiro Júlio Prestes.
De personalidade retraída e tímida, não se adaptou a realidade da capital paulista retornando a São Pedro em 1905, ocupando o cargo de Secretário da Câmara Municipal e da Prefeitura de São Pedro, função modesta que cumpriu até o fim da vida.
Gustavo Teixeira publicou dois livros apenas em vida. Ementário, publicado em 1908, trazia um prefácio de Vicente de Carvalho e poemas nos estilos romântico e parnasiano, notadamente utilizando versos alexandrinos, comuns à sua época. Em Poemas Líricos, de 1925, suas composições passaram a predominar em estilo através da estética simbolista. Um vultoso material literário ficou inédito, pois não haviam sido publicados quando ele morreu.
Em julho de 1937 foi eleito à revelia para a Academia Paulista de Letras, como sucessor de Paulo Setúbal, passando a ocupar a cadeira de número 10, cujo patrono é Cesário Mota Jr., e o fundador, o Dr. Eduardo Guimarães.
Gustavo Teixeira morreu em São Pedro, vítima de pneumonia, em 22 de setembro de 1937, antes de tomar posse na cadeira da Academia. Curiosamente, faleceu tendo à sua cabeceira, por desígnio do destino a figura do poeta e escritor Oswald de Andrade. Na altura de seu falecimento, Gustavo Teixeira dedicava-se a escrever o livro Último Evangelho (1934-1937), uma coleção de mais de duzentos sonetos inspirados a passagens de fíguras bíblicas, descritas nos evangelhos do Novo Testamento.
Postumamente, em 1959 a Editora Anhambi publicou a edição das Poesias Completas de Gustavo Teixeira, prefaciadas por Cassiano Ricardo, reunindo toda a obra poética do autor, sendo reeditadas em 1981 (ano do centenário do poeta) e 1998.
O poeta são-pedrense foi agraciado em 1999 com o título post mortem por seus méritos humanos e poéticos, e, de acordo com os estatutos da Academia Internacional de Ciências, Letras, Artes e Filosofia do Rio de Janeiro, com o título do Colar da Ordem Poeta da Humanidade.
Obras
- Ementário (1908) – Tipografia Maré, São Paulo
- Poemas Líricos (1925)
- Poesias Completas (1959) - Editora Anhambi - São Paulo.
Este soneto, em domínio público, é o mais conhecido do autor:
- "Cleópatra"
- Sob o pálio de um céu broslado de cambiantes,
- a galera real, de tírias velas têsas,
- avança rio a dentro, arfando de riquezas,
- cheia de um resplendor de pedras coruscantes.
- Sob um dossel de bisso, entre espirais ebriantes
- de incenso, a escultural princesa das princesas
- cisma... Remos de prata, à flor das correntezas,
- deixam móbeis jardins de bolhas trepidantes...
- Soluçam harpas d'oiro às mãos de ancilas belas;
- Branda aragem enfuna a púrpura das velas
- e à tona da água alveja um espumoso friso.
- E a Náiade do Egito, ao ver a frota ingente
- de Marco Antônio, ri, levando unicamente
- contra as lanças de Roma a graça de um sorriso.