Academia Paulista de Letras
Símbolo oficial da APL | |
A sede da Academia Paulista de Letras em São Paulo
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Tipo | Associação literária |
Fundação | 27 de novembro de 1909 (114 anos) |
Sede | São Paulo |
Membros | Cf. Index Academicorum [1] |
Línguas oficiais | Português |
Presidente | Antonio Penteado Mendonça |
Sítio oficial | www.academiapaulistadeletras.org.br/ |
A Academia Paulista de Letras é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo a difusão da literatura brasileira. Em seu convívio, surgem ideias para disseminar a cultura, principalmente entre crianças e jovens. Foi fundada em 27 de novembro de 1909 por Joaquim José de Carvalho, que foi o seu secretário-geral e primeiro titular da cadeira nº 4.[1]
A instituição conta com 40 membros, escolhidos de maneira heterogênea prezando as ideias das três espécies que devem integrar uma academia propostas por Machado de Assis: para ele, uma academia é composta por literatos, personalidades (que conferem visibilidade à instituição) e jovens, que trazem a alegria. Além disso, no mínimo vinte e cinco desses membros devem residir obrigatoriamente em São Paulo (cidade).[2]
O papa Bento XVI foi nomeado mais um membro dos da Academia ("honoris causa") durante sua visita a São Paulo em maio de 2007. Título entregue pelos acadêmicos Ives Gandra da Silva Martins e Antônio Ermírio de Moraes, junto com outros.[3]
A sede da Academia foi fundada no ano de 1955 e se encontra no largo do Arouche, no bairro República, região central da cidade de São Paulo.[4] Ela utiliza como símbolo a "rosa de cinco pétalas".[5]
História
[editar | editar código-fonte]A Academia Paulista de Letras teve sua festa de inauguração no dia 27 de novembro de 1909 promovida por seu idealizador Dr. Joaquim José de Carvalho realizada no palacete do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo;[6] entretanto, a academia teve pouca atividade nos anos que se seguiram.[7]
Estes anos foram conturbados, até chegar 1929 e ocorrer a reforma Gomes Cardim, que leva o nome do acadêmico que a propôs. Dentre as propostas, teve a proposição do número de membros fixos, criou-se a ideia de "membro ausente", ou seja, aquele membro que não reside mais no estado de São Paulo, e propôs a maneira de sucessão dos membros que falecessem.[7]
Após a reforma, que fez grandes melhorias estatutárias, outro ponto importante na história da APL foi o surgimento da revista, em 1939, que ajudou – e muito – a divulgar a Academia e seu trabalho na literatura brasileira, além de ir ao encontro de sua missão.[8]
Posteriormente, na década de 1950, a Academia passou a ter sua própria sede, facilitando o arquivamento dos documentos produzidos pela Academia. Além disso, a sede conta com uma biblioteca[9] que, às quintas à tarde, está disponível apenas para o uso dos acadêmicos; porém, funciona todos os dias com acesso permitido a todos.
Sede da APL
[editar | editar código-fonte]Quando surgiu, em 1909, a APL não tinha sede; o sonho do acadêmico José de Alcântara Machado era, justamente, de ter um prédio para a instituição localizado no Largo do Arouche, no centro de São Paulo, o que não viu em sua vida.[10]
Entretanto, no ano de 1943, durante a posse do acadêmico Guilherme de Almeida, os acadêmicos Altino Arantes e René Thiollier pediram para o interventor Fernando Costa a doação do local onde seria a sede da Academia. Em razão dos problemas políticos da época, porém, eles não conseguiram ser atendidos e as reuniões continuaram nas casas dos acadêmicos.[10]
Fernando Costa, após ver as dificuldades da Academia, tanto com a sede quanto financeiras, doou o prédio no Arouche, onde hoje funciona a APL, e prometeu transformá-lo em um palácio da cultura paulistana.[10]
Características arquitetônicas
[editar | editar código-fonte]Com projeto do arquiteto Jacques Pilon, responsável também pelos projetos da Biblioteca Mário de Andrade e do Viaduto do Pacaembu, o prédio tem características da art déco já em transição para o modernismo, com traços que mostram absorção das linhas geométricas e racionalização das construções, como característico do período.[11]
As áreas tombadas incluem a fachada de 5,5 mil metros quadrados, sua volumetria, toda a distribuição interna do térreo e dos três pisos iniciais (excluindo os outros 12 andares do total de 16 que tem no prédio), onde está a área usada pela academia. Desta área, inclui o Átrio Fernando Costa de recepção e acesso ao auditório Altino Arantes, o auditório em si (com capacidade para 330 ocupantes),[12] o acesso aos elevadores, a Sala Cláudio de Souza (salão nobre), a Sala de Música, a sala Amadeu Amaral (antessala do balcão superior), a Galeria dos Presidentes, a Sala de sessões Godofredo Silva Telles, o Salão de Chá, a cozinha, o terraço, a Biblioteca José Carlos de Macedo Soares, a Sala de Leitura Antonio Ermírio de Moraes, a Sala Acadêmica Ernesto Leme, a Sala de Periódicos e a Sala Dr. Juarez Ferreira Lopes.[11]
Significado histórico e cultural
[editar | editar código-fonte]O prédio da Academia Paulista de Letras foi tombado no dia 22 de março de 2010 a partir de processo iniciado no ano anterior. A justificativa publicada no Diário Oficial se divide em cinco partes: é um marco cultural da história de São Paulo, é um exemplo de transição entre os modelos arquitetônicos da arte déco e da arquitetura moderna, é parte histórica do Largo do Arouche e é fruto de uma política cultural pública da gestão de Fernando Costa.[13][4]
Estado atual
[editar | editar código-fonte]Em 2007, o prédio passou por uma reforma que trouxe maior acessibilidade a deficientes físicos, com a instalação de elevadores e a reforma total do teatro, cujo teto ruiu no ano anterior. Além disso, a entrada, o subsolo e os banheiros passaram pela reforma, que foi a primeira desde a inauguração do prédio.[14][15]
O prédio passou por outra em reforma, aprovada em 2015 pelo governador Geraldo Alckimin, com a ideia de restaurar a lateral e a fachada, modernizar a cabine de força e impermeabilizar a laje da escada de emergência.[16]
Acadêmicos
[editar | editar código-fonte]Presidentes
[editar | editar código-fonte]O primeiro presidente da Academia Paulista de Letras foi Brasílio Augusto Machado de Oliveira, no ano de 1909. Entre os presidentes mais notáveis, a APL teve José de Alcântara Machado (nos anos de 1929 e 1941) e Ives Gandra Martins (entre os anos de 2005 e 2006). Posteriormente foi eleito Gabriel Chalita, cujo primeiro mandato iniciou em 2015 e terminou em 2016.[17] Ao final do seu mandato, em dezembro de 2016, Gabriel Chalita foi reeleito para mais uma gestão (2017-2018). José Renato Nalini foi eleito para o biênio 2019-2020 e reeleito para a gestão seguinte 2021-2022. O presidente atual é o acadêmico Antonio Penteado Mendonça.
Patronos e membros
[editar | editar código-fonte]Revista da APL
[editar | editar código-fonte]A Academia Paulista de Letras, no ano de 1939, criou uma revista de periodicidade irregular de nome "Revista da Academia Paulista de Letras". A revista se propunha a ser uma publicação de cunho plenamente cultural. A última edição da revista foi a de número 133, publicada em 2022.
Galeria
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Busto de Basílio Machado na sede da APL.
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Entrada da APL
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Átrio Fernando Costa
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Vista da Academia Paulista de Letras do Largo do Arouche
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Estátua localizada no Átrio Fernando Costa
Referências
- ↑ «Centros culturais Academia Paulista de Letras - São Paulo». Guia da Semana. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ Estatuto da Academia Paulista de Letras.
- ↑ «O Estado de S. Paulo». Consultado em 12 de maio de 2007. Arquivado do original em 27 de setembro de 2007
- ↑ a b «Diário Oficial: Tombamento do prédio da APL» (PDF)
- ↑ «Academia Paulista de Letras.». Guia da Semana. 5 de fevereiro de 2014. Consultado em 25 de abril de 2017
- ↑ «Data da fundação». Academia Paulista de Letras - APL. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ a b «A Reforma Gomes Cardim». Academia Paulista de Letras - APL. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «REVISTA DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS - IHGB - Instituto Histórico Geográfico Brasileiro». ihgb.org.br. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «Academia Paulista de Letras». Catraca Livre. Consultado em 25 de novembro de 2016. Arquivado do original em 26 de novembro de 2016
- ↑ a b c «A sede própria. — Sonho e realidade». Academia Paulista de Letras - APL. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ a b «Tombamento da Academia Paulista de Letras». Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «Locação dos espaços da APL». docplayer.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «APL completa 100 anos em obras»
- ↑ «Folha de S.Paulo - Academia Paulista de Letras apresenta seu auditório reformado - 16/10/2010». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «Academia Paulista de Letras». Formarte. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «Academia Paulista de Letras será restaurada». Governo do Estado de São Paulo. 7 de agosto de 2015. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «Academia Paulista de Letras - Presidentes». Academia Paulista de Letras - APL. Consultado em 16 de agosto de 2021
- ↑ «João Lara Mesquita é novo membro da APL». istoe.com.br. Consultado em 23 de fevereiro de 2021