Helleborus foetidus

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Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Ranunculales
Família: Ranunculaceae
Género: Helleborus
Espécie: H. foetidus
Nome binomial
Helleborus foetidus
L.

Helleborus foetidus , comummente chamada erva-besteira[1] ou heléboro-fétido,[2] é uma espécie de planta com flor pertencente à família das ranúnculaceas.

A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Species Plantarum 1: 558. 1753.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Trata-se de um caméfito, ou seja, é uma planta herbácea perene com gemas de renovo acima da superfície do solo.[3]

Floresce de Dezembro a Junho.[2] Pode chegar aos 80 centímetros de altura, exibindo flores verdes e folhas compostas, dotadas de folíolos lanceolados, que libertam um odor fétido se forem esmagados.[1]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

É nativa da Europa Ocidental, abarcando territórios na Inglaterra, Portugal, Espanha e até Alemanha e Itália, onde cresce em zonas montanhosas, e da Ásia Menor.[2]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental. Mais concretamente, nas zonas da Terra quente transmontana, no Nordeste ultrabásico, na Terra fria transmontana, no Nordeste leonês, no Noroeste montanhoso, no Noroeste ocidental, com muito exíguas povoações no Centro-Oeste calcário.[3]

Em termos de naturalidade é nativa das regiões atrás indicadas.

Protecção[editar | editar código-fonte]

Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma espécie ruderal e rupícola, preferindo a orla húmida de bosques e matorrais, bem como as bermas de caminhos e de sebes. Favorece, ainda, os solos pedregosos, especialmente os básicos.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Na história de Portugal, esta planta esteve associada aos besteiros. De acordo com o elucidário de Viterbo, de 1856, os besteiros portugueses, já no reinado de D. João I, envenenavam os virotes das bestas com esta erva, o que terá levado a mesma viesse a adquirir os nomes de «erva-besteira» e «erva-dos-besteiros».[4]

Farmacologia[editar | editar código-fonte]

Todas as partes da planta são venenosas, contendo glicosídeos. O seu consumo produz intoxicação, cuja sintomatologia inclui vómitos violentos (émese violenta) e delirios.[5]

Referências

  1. a b Infopédia. «erva-besteira | Definição ou significado de erva-besteira no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 12 de dezembro de 2020 
  2. a b c d «UTAD- Jardim Botânico -Helleborus foetidus». Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Consultado em 12 de dezembro de 2020 
  3. a b «Flora-On | Flora de Portugal interactiva». flora-on.pt. Consultado em 12 de dezembro de 2020 
  4. Viterbo, Joaquim de Santa Rosa de (1856). Elucidário das palavras, termos e frases que em Portugal antigamente se usaram e que hoje regularmente se ignoram vol. 1. Lisboa: A. J. Fernandes Lopes. p. 210. 552 páginas  «Ordinariamente hervavão os virotes, untando-as com hervas venenosas, principalmente com o ellebro fétido, que por isso em Portugal lhe chamão herva-bésteira»
  5. North, Pamela (1967). Poisonous plants and fungi in colour. [S.l.]: Blandford Press & Pharmacological Society of Great Britain. OL 193794W 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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