Homunculus (seriado)

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Homunculus
 Alemanha
p&b •  6 capítulos, total de 360 min 
Gênero suspense
ficção científica
drama
Direção Otto Rippert
Produção Hanns Lippmann
Roteiro Robert Reinert
Elenco Olaf Fønss
Ernst Ludwig
Música Siegbert Goldschmidt
Cinematografia Carl Hoffmann
Direção de arte Robert A. Dietrich
Companhia(s) produtora(s) Deutsche Bioscop GmbH
Distribuição Deutsche Bioscop GmbH.
Lançamento 18 de agosto de 1916
Idioma filme mudo

Homunculus é um seriado alemão da época do cinema mudo, produzido em 1916 pela Deutsche Bioscop GmbH, sob direção de Otto Rippert. Estreou em Berlim a 18 de agosto de 1916. Foi o seriado mais popular da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial até mesmo influenciando a moda da época, em Berlim.

Na verdade, por ser composto originalmente de seis episódios de longa duração, com uma média de 60 minutos cada (os mais longos 69, e o mais curto 52 minutos), perfazendo um total de mais de 360 minutos, pode ser considerado mais uma série do que um seriado.

O tema de Homunculus é a criatura artificial, tema recorrente em vários filmes da época, como Der Golem (1914 e 1920), Alraune (1918, 1928, 1930) e Metrópolis (1926).

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Olaf Fønss ... Homunculus/Richard Ortmann
  • Ernst Ludwig ... Prof. Ortmann
  • Albert Paul ... Dr. Hansen
  • Lore Rückert ... Margarete Hansen
  • Max Ruhbeck ... Steffens
  • Friedrich Kühne ... Edgar Rodin
  • Theodor Loos ... Sven Friedland
  • Mechthildis Thein ... Margot

Enredo[editar | editar código-fonte]

Por muito tempo, o cientista Prof. Ortmann sonha em fazer uma criatura "artificial". Seu discípulo, Dr. Hansen, faz este experimento, e cria "Homunculus", o ser perfeito. Contudo, a criatura tem um erro central: não é capaz de amar. Quando Homunculus faz 25 anos, começa a investigar suas origens e descobre o segredo de seu nascimento. Este reconhecimento evoca nele um ódio sem limites contra seus criadores, Dr. Hansen e sua filha Margarete. Ela adora Homunculus, embora saiba que ele não é capaz de amar. Ele a impulsiona para a morte e faz um juramento de vingança, anunciando-o para a humanidade, espalhando medo e ansiedade.

Homunculus embarca em uma viagem através do mundo, em sua busca de amor. No Oriente, chega ao Príncipe de Dalasagea, que está paralítico, e com suas habilidades sobre-humanas consegue curar o Príncipe. Mas, após isso, é expulso e perseguido. Elonore, a atraente filha do Príncipe, seu cão e Edgar Rodin, um colega do seu criador, Hansen, seguem-no.

Homunculus e Edgar fazem uma invenção que permite destruir o mundo, mas antes ele quer explorar o amor. Ele tenta entender o amor de diversas formas, sempre acabando decepcionado com a raça humana, e planejando sua destruição.

Homunculus torna-se, posteriormente, o líder de uma empresa de sucesso, sob o nome Richard Ortmann. Suas frias práticas de negócios e sua intransigência em breve o levam a uma grande insatisfação entre os trabalhadores. Mas Homunculus faz jogo duplo: enquanto trata os empregados com dureza implacável, desperta nos trabalhadores o ódio do povo contra as autoridades. Sven Fredland, um membro da empresa, que prega o amor e compreensão, é preso por Homunculus em uma caverna. Um dia Ortmann/Homunculus conhece a trabalhadora Margot, que sente-se atraída por ele. Mas a jovem rapidamente é repelida pela insensibilidade da Homunculus. Ela consegue libertar Fredland, e Homunculus é perseguido e jura, amargamente, vingança contra a humanidade.

Homunculus foge e esconde-se de seus perseguidores, mas novamente semeia desarmonia e conflito entre as pessoas. Quando conhece uma menina órfã, leva-a aos pais de Rudolf o pastor, tentando reuni-los para produzir uma nova raça humana, em uma ilha deserta. Mas o plano falha, porque Rudolf tenta matar Homunculus quando descobre sua verdadeira identidade. Em vingança, Homunculus destrói toda a ilha, junto com o jovem casal. Seu fiel companheiro Edgar Rodin fica tão chocado com este ato que renuncia à amizade de Homunculus e o ameaça de morte.

Edgar Rodin e Dr. Hansen, o criador de Homunculus, decidem, finalmente colocar um fim à loucura e salvar a terra. Para conseguir isso, eles criam um segundo Homunculus, de forma a que fogo seja combatido com fogo. Quando o segundo Homunculus tem doze anos de idade, o antigo Homunculus descobre seu esconderijo e quer matá-lo instantaneamente. No último momento, Rodin consegue escapar com o menino. Dez anos mais tarde, o jovem Homunculus vai combater o antigo, num confronto final entre os dois seres artificiais, em uma montanha.

Capítulos[editar | editar código-fonte]

  1. O nascimento de Homunculus
  2. O Livro Misterioso
  3. O amor de Homunculus
  4. A vingança de Homunculus
  5. A destruição da raça humana
  6. O fim de Homunculus

Produção[editar | editar código-fonte]

Cartaz da estréia húngara do capítulo 6 do seriado Homunculus. Autor: Nándor Honti.

As filmagens do seriado começaram em maio de 1916, no Bioscop-Ateliers, em Neubabelsberg. O então famoso astro de cinema dinamarquês Olaf Fönss foi o mais cotado para o papel principal, e sua remuneração, segundo a revista de cinema Lichtbild-Bühne, de 6 maio de 1916, foi a maior paga até então no cinema alemão.[1] Originalmente, a Bioscop planejava contratar o irmão de Olaf, Johannes, que não mostrou nenhum interesse na fantástica trama.[2]

O primeiro episódio do seriado foi apresentado em um show especial, a 22 de junho de 1916, no Marmorhaus, em Berlim. Os quatro episódios seguintes foram lançados no mesmo ano, e o episódio 6 em janeiro de 1917. Cada um dos episódios tinha um comprimento de quatro atos.

Robert Reinert escreveu o roteiro de seu próprio romance, e Robert A. Dietrich realizou a cenografia.

Por ter sido realizado sob a influência da Primeira Guerra Mundial, mostra uma subposição no capítulo 4, “A vingança de Homunculus”, que diz: "Der Erdball soll unter dem Wüten der Völker erzittern..." (“A terra tremerá sob o furor dos povos...”).

Em 1920, o filme original com 9163 metros foi encurtado para 6315 metros e transformado em um trio. As três partes, que tinham passado pela censura em setembro de 1920, receberam os títulos “O homem artificial”, “A aniquilação da humanidade” e “Um combate de titãs”.[3]

Preservação[editar | editar código-fonte]

Existem cópias no International Museum of Photography and Film, dos arquivos da George Eastman House (Roberto Pallme collection) (cópia colorizada com intertítulos italianos de 1920 foi preservada em 2002); nos arquivos de Bundesarchiv-Filmarchiv há um episódio em branco e preto; nos arquivos da Národní Filmovy Archiv também há um episódio em branco e preto; e nos arquivos da Cinémathèque Suisse há um filme de 250 metros, com intertítulos em alemão.[4]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Dort heißt es: “Wie wir hören, erhält der berühmte Filmschauspieler für die Darstellung dieser Rolle eine Gage, deren Höhe in Deutschland bisher noch nicht erreicht wurde” (Ela diz: "segundo ouvimos, o famoso ator para representar este papel recebe um salário cujo montante até agora não foi atingido na Alemanha").
  2. Schwarzer Traum und weiße Sklavin. Deutsch-dänische Filmbeziehungen 1910-1930. Redaktion Manfred Behn. S. 119. München 1994
  3. Vgl. Gerhard Lamprecht: Deutsche Stummfilme 1915-1916, S. 506, Berlin 1969.
  4. Silent Era

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]