Imigração italiana em Belo Horizonte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
ItáliaÍtalo-brasileiros de Belo Horizonte
População total
Regiões com população significativa
Belo Horizonte
Línguas
Português  • Italiano
Religiões
Maioria
Igreja Católica Apostólica Romana
Grupos étnicos relacionados
Brasileiros brancos  • Italianos  • Mineiros

A cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, conta com uma numerosa colônia italiana. 30% da população do município tem ascendência italiana, sendo uma das capitais mais italianas do Brasil.

A presença de italianos em Belo Horizonte remonta ao início da construção da capital. O engenheiro chefe da Comissão Construtora da Nova Capital, Francisco Bicalho, juntamente com o governo do estado, impulsionou a vinda de imigrantes para Belo Horizonte a partir de 1895. A construção da cidade demandou um exército de operários para a edificação da infraestrutura e dos edifícios públicos e a imigração foi o recurso utilizado por Bicalho para sanar o problema da mão de obra. Uma hospedaria de imigrantes foi erguida às margens do Ribeirão Arrudas para receber os trabalhadores. Entre janeiro de 1896 e maio de 1897, passaram pela hospedaria 1.543 indivíduos. Os imigrantes vinham diretamente da Itália ou eram aliciados na Hospedaria Horta Barbosa, de Juiz de Fora.[1]

Em Belo Horizonte, as antigas colônias agrícolas italianas foram incorporadas à cidade como bairros. Hoje, resta pouco ou nada do passado italiano. Na foto, o bairro de Santa Efigênia atualmente.

A imigração italiana para a capital inicia-se com a atração de operários italianos para a sua construção e, depois continua com a formação da zona colonial composta por cinco colônias ao redor da cidade. Essas colônias formavam o "cinturão verde" para o abastecimento do município, como previsto na Comissão Construtora da Nova Capital. As colônias serviam como forma de povoamento do entorno da capital, como solução para o seu abastecimento e como forma de diversificação da economia. A primeira colônia, Barreiro, foi criada em 1895, mas não vingou e foi abolida em 1899. Outras duas colônias foram criadas em 1896 e implantadas em 1898, sendo Carlos Prates e Córrego da Mata (depois denominada Américo Werneck). As outras três foram criadas em 1899, sendo Afonso Pena, Bias Fortes e Adalberto Ferraz.[1]

A população da zona colonial, que em 1900 contava com 1.137 pessoas, entre brasileiros e imigrantes (sobretudo italianos), se reduziu pela metade em 1904 (625 pessoas), voltando a crescer e atingindo a população de 1.162 indivíduos em 1910. Formavam uma parte significativa da população de Belo Horizonte, haja vista que em 1900 viviam na capital 13 mil pessoas, 17 mil em 1905 e 40 mil em 1912. Assim, a porcentagem da população da zona colonial na capital variou de 8% de todos os habitantes da cidade, em 1900, a 4%, em 1905. Os italianos sempre estiveram como o grupo imigrante mais numeroso em Belo Horizonte. Em 1905, 75% dos estrangeiros na cidade eram dessa nacionalidade e, em 1920, 61%, portugueses e espanhóis vinham a seguir. É relevante destacar que a nacionalidade mais presente nas colônias foi a brasileira: em 1903, os nacionais compunham 47,5% dos habitantes da zona colonial e, em 1910, 45%. A seguir, vinham os italianos: 37,2% em 1903 e 39,4% em 1910.[1]

Em 1905, 13,8% da população de Belo Horizonte era composta por estrangeiros, sendo que 4% da população total do município se encontrava na zona colonial. Isso mostra que grande parte da população imigrante da capital vivia fora das colônias. A partir dessa data, a população imigrante passou a declinar, pois o fluxo de estrangeiros em Minas foi curto e menos significativo que em outros estados brasileiros. Assim, em 1920, os imigrantes já haviam se reduzido para 8,1% dos habitantes da capital, num total de 4,5 mil indivíduos.[1]

Referências

  1. a b c d «Maysa Gomes Rodrigues - PDF Download grátis». docplayer.com.br. Consultado em 15 de março de 2022