Independência do Chile: diferenças entre revisões
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O '''Movimento de Independência do Chile''' entre os anos de [[1817]] e [[1818]], liderado por [[Bernardo O'Higgins]], libertou o país da dominação secular espanhola, porém colocou o novo país na órbita do [[Império Britânico|imperialismo inglês]], uma vez que, a partir da década de 20 as oligarquias conservadores assumiram o controle político do país, apoiada pela [[Igreja Católica]], preservando portanto os privilégios da elite [[criolla]]. Nesse sentido, a vida econômica do país continuou a basear-se no [[latifúndio]] agrário e pecuarista na região sul e na exploração mineral na região norte. |
O '''Movimento de Independência do Chile''' entre os anos de [[1817]] e [[1818]], liderado por [[Bernardo O'Higgins]], libertou o país da dominação secular espanhola, porém colocou o novo país na órbita do [[Império Britânico|imperialismo inglês]], uma vez que, a partir da década de 20 as oligarquias conservadores assumiram o controle político do país, apoiada pela [[Igreja Católica]], preservando portanto os privilégios da elite [[criolla]]. Nesse sentido, a vida econômica do país continuou a basear-se no [[latifúndio]] agrário e pecuarista na região sul e na exploração mineral na região norte. |
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A sociedade era formada por uma grande massa de trabalhadores assalariados e por uma pequena elite, sendo parte ligada ao [[latifúndio]] e parte ao setor exportador e financeiro. Essa elite manteve o poder político até 1881, quando foi substituída por uma nova elite, caracterizada porém por uma postura [[liberal]] e [[nacionalista]], destacando-se o governo de [[José Manuel Balmaceda]] ( 1886-91) que realizou importantes reformas sócio econômicas e acabou por ser derrubado após uma pequena guerra civil. O "Parlamentarismo [[Chile]]no" (1891 1925) tornou-se então a fórmula política para que os conservadores mantivessem o poder. A eleição do [[Presidente da República]] deveria ser confirmada pelo [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]]. A primeira metade do século XX conheceu momentos de desenvolvimento industrial e urbano, aproveitando-se das [[Guerras Mundiais]] e ao mesmo tempo aumento da dívida externa, da inflação e da dependência em relação ao capital internacional. Desde a década de 20 era o [[imperialismo norte americano]] quem detinha maior influência sobre a economia do país e controlava principalmente a exploração de minério ( em especial o [[cobre]]). Ao mesmo tempo o [[êxodo rural]] e o crescimento de atividades urbanas remodelaram a sociedade, originando um [[proletariado]] mais significativo, assim como uma maior camada média. Essas mudanças foram acompanhadas no terreno político com a formação de novos [[partidos políticos]] e [[sindicatos]], tanto de [[esquerda]] como liberais nacionalistas. Apesar de não ter havido no [[Chile]] um líder [[populista]] tradicional, a situação política era bem semelhante à de outros países: Polarização. De um lado as forças populares em conjunto com a [[classe média]] empobrecida e de outro as elites do campo e da cidade apoiadas no capital estrangeiro e pela [[Igreja Católica]]. Essa situação é bastante evidente após a [[Segunda Guerra Mundial]], quando a partir da [[Doutrina Truman]] inicia-se a [[Guerra Fria]], percebida na [[América Latina]] com a criação do TIAR em 1948. O primeiro reflexo dessa nova situação foi a aprovação da Lei da Defesa da [[Democracia]] ( chamada Lei Maldita), de 1948, que serviu para promover perseguições políticas a líderes sindicais e de partidos de [[esquerda]]. Mesmo com as perseguições, a organização popular tendeu a se fortalecer: em 1951 formou-se a [[Frente do Povo]] ; em 1953 foi fundada a Central Única dos Trabalhadores e em 1956 foi formada a FRAP ( Frente de Ação Popular).Essas novas organizações refletiam a situação de decadência econômica do país, fruto da queda das exportações e da maior inflação. Na década de 60 desenvolveu-se uma nova alternativa política, o [[Partido Democrata Cristão]] - [[PDC]] - que atraiu as camadas urbanas, inclusive parte do [[proletariado]]. O Governo do [[PDC]] a partir de 1964 foi marcado pelo projeto desenvolvimentista, apoiado em empréstimos externos, e pelo início de uma [[reforma agrária]]. No entanto, as superficialidades das medidas de [[Eduardo Frei]] descontentaram a maioria da sociedade, sendo que o próprio [[PDC]] dividiu-se em duas grandes facções ao passo que as camadas populares do campo e da cidade, apoiando as organizações de [[esquerda]] organizaram a [[Unidade Popular]], que disputou e venceu as eleições de 1970, levando o socialista [[Salvador Allende]] ao poder, que seria deposto e morto pelos militares chilenos em [[11 de setembro]] de 1973, logo [[Augusto Pinochet]] assumiria o poder e governaria de forma ditatorial. |
A sociedade era formada por uma grande massa de trabalhadores assalariados e por uma pequena elite, sendo parte ligada ao [[latifúndio]] e parte ao setor exportador e financeiro. Essa elite manteve o poder político até 1881, quando foi substituída por uma nova elite, caracterizada porém por uma postura [[liberal]] e [[nacionalista]], destacando-se o governo de [[José Manuel Balmaceda]] ( 1886-91) que realizou importantes reformas sócio econômicas e acabou por ser derrubado após uma pequena guerra civil. O "Parlamentarismo [[Chile]]no" (1891 1925) tornou-se então a fórmula política para que os conservadores mantivessem o poder. A eleição do [[Presidente da República]] deveria ser confirmada pelo [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]]. A primeira metade do século XX conheceu momentos de desenvolvimento industrial e urbano, aproveitando-se das [[Guerras Mundiais]] e ao mesmo tempo aumento da dívida externa, da inflação e da dependência em relação ao capital internacional. Desde a década de 20 era o [[imperialismo norte americano]] quem detinha maior influência sobre a economia do país e controlava principalmente a exploração de minério ( em especial o [[cobre]]). Ao mesmo tempo o [[êxodo rural]] e o crescimento de atividades urbanas remodelaram a sociedade, originando um [[proletariado]] mais significativo, assim como uma maior camada média. Essas mudanças foram acompanhadas no terreno político com a formação de novos [[partidos políticos]] e [[sindicatos]], tanto de [[esquerda]] como liberais nacionalistas. Apesar de não ter havido no [[Chile]] um líder [[populista]] tradicional, a situação política era bem semelhante à de outros países: Polarização. De um lado as forças populares em conjunto com a [[classe média]] empobrecida e de outro as elites do campo e da cidade apoiadas no capital estrangeiro e pela [[Igreja Católica]]. Essa situação é bastante evidente após a [[Segunda Guerra Mundial]], quando a partir da [[Doutrina Truman]] inicia-se a [[Guerra Fria]], percebida na [[América Latina]] com a criação do TIAR em 1948. O primeiro reflexo dessa nova situação foi a aprovação da Lei da Defesa da [[Democracia]] ( chamada Lei Maldita), de 1948, que serviu para promover perseguições políticas a líderes sindicais e de partidos de [[esquerda]]. Mesmo com as perseguições, a organização popular tendeu a se fortalecer: em 1951 formou-se a [[Frente do Povo]] ; em 1953 foi fundada a Central Única dos Trabalhadores e em 1956 foi formada a FRAP ( Frente de Ação Popular).Essas novas organizações refletiam a situação de decadência econômica do país, fruto da queda das exportações e da maior inflação. Na década de 60 desenvolveu-se uma nova alternativa política, o [[Partido Democrata Cristão]] - [[PDC]] - que atraiu as camadas urbanas, inclusive parte do [[proletariado]]. O Governo do [[PDC]] a partir de 1964 foi marcado pelo projeto desenvolvimentista, apoiado em empréstimos externos, e pelo início de uma [[reforma agrária]]. No entanto, as superficialidades das medidas de [[Eduardo Frei]] descontentaram a maioria da sociedade, sendo que o próprio [[PDC]] dividiu-se em duas grandes facções ao passo que as camadas populares do campo e da cidade, apoiando as organizações de [[esquerda]] organizaram a [[Unidade Popular]], que disputou e venceu as eleições de 1970, levando o socialista [[Salvador Allende]] ao poder, que seria deposto e morto pelos militares chilenos em [[11 de setembro]] de 1973, logo [[Augusto Pinochet]] assumiria o poder e governaria de forma ditatorial. A quantidade de mortos na guerra foi de mais de 10 mil homens que lutaram para a independencia do chile. |
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[[Categoria:História do Chile]] |
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Revisão das 14h11min de 25 de maio de 2013
Guerra da Independência do Chile | |||
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Independência da América Espanhola | |||
Batalha de Rancagua, por Pedro Subercaseaux | |||
Data | 1810 – 1826 | ||
Local | Chile | ||
Desfecho | Vitória do Chile | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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O Movimento de Independência do Chile entre os anos de 1817 e 1818, liderado por Bernardo O'Higgins, libertou o país da dominação secular espanhola, porém colocou o novo país na órbita do imperialismo inglês, uma vez que, a partir da década de 20 as oligarquias conservadores assumiram o controle político do país, apoiada pela Igreja Católica, preservando portanto os privilégios da elite criolla. Nesse sentido, a vida econômica do país continuou a basear-se no latifúndio agrário e pecuarista na região sul e na exploração mineral na região norte.
A sociedade era formada por uma grande massa de trabalhadores assalariados e por uma pequena elite, sendo parte ligada ao latifúndio e parte ao setor exportador e financeiro. Essa elite manteve o poder político até 1881, quando foi substituída por uma nova elite, caracterizada porém por uma postura liberal e nacionalista, destacando-se o governo de José Manuel Balmaceda ( 1886-91) que realizou importantes reformas sócio econômicas e acabou por ser derrubado após uma pequena guerra civil. O "Parlamentarismo Chileno" (1891 1925) tornou-se então a fórmula política para que os conservadores mantivessem o poder. A eleição do Presidente da República deveria ser confirmada pelo Congresso Nacional. A primeira metade do século XX conheceu momentos de desenvolvimento industrial e urbano, aproveitando-se das Guerras Mundiais e ao mesmo tempo aumento da dívida externa, da inflação e da dependência em relação ao capital internacional. Desde a década de 20 era o imperialismo norte americano quem detinha maior influência sobre a economia do país e controlava principalmente a exploração de minério ( em especial o cobre). Ao mesmo tempo o êxodo rural e o crescimento de atividades urbanas remodelaram a sociedade, originando um proletariado mais significativo, assim como uma maior camada média. Essas mudanças foram acompanhadas no terreno político com a formação de novos partidos políticos e sindicatos, tanto de esquerda como liberais nacionalistas. Apesar de não ter havido no Chile um líder populista tradicional, a situação política era bem semelhante à de outros países: Polarização. De um lado as forças populares em conjunto com a classe média empobrecida e de outro as elites do campo e da cidade apoiadas no capital estrangeiro e pela Igreja Católica. Essa situação é bastante evidente após a Segunda Guerra Mundial, quando a partir da Doutrina Truman inicia-se a Guerra Fria, percebida na América Latina com a criação do TIAR em 1948. O primeiro reflexo dessa nova situação foi a aprovação da Lei da Defesa da Democracia ( chamada Lei Maldita), de 1948, que serviu para promover perseguições políticas a líderes sindicais e de partidos de esquerda. Mesmo com as perseguições, a organização popular tendeu a se fortalecer: em 1951 formou-se a Frente do Povo ; em 1953 foi fundada a Central Única dos Trabalhadores e em 1956 foi formada a FRAP ( Frente de Ação Popular).Essas novas organizações refletiam a situação de decadência econômica do país, fruto da queda das exportações e da maior inflação. Na década de 60 desenvolveu-se uma nova alternativa política, o Partido Democrata Cristão - PDC - que atraiu as camadas urbanas, inclusive parte do proletariado. O Governo do PDC a partir de 1964 foi marcado pelo projeto desenvolvimentista, apoiado em empréstimos externos, e pelo início de uma reforma agrária. No entanto, as superficialidades das medidas de Eduardo Frei descontentaram a maioria da sociedade, sendo que o próprio PDC dividiu-se em duas grandes facções ao passo que as camadas populares do campo e da cidade, apoiando as organizações de esquerda organizaram a Unidade Popular, que disputou e venceu as eleições de 1970, levando o socialista Salvador Allende ao poder, que seria deposto e morto pelos militares chilenos em 11 de setembro de 1973, logo Augusto Pinochet assumiria o poder e governaria de forma ditatorial. A quantidade de mortos na guerra foi de mais de 10 mil homens que lutaram para a independencia do chile.