Instituto Literário Luizense

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Diploma do Instituto Literário Luizense, do ano de 1878, assinado pelo Barão de Paraitinga e oferecido ao conselheiro Manuel Francisco Correia.

O Instituto Literário Luizense[1] foi uma instituição cultural fundada por Manuel Jacinto Domingues de Castro, Barão do Paraitinga, na cidade de São Luiz do Paraitinga, em 1878. Ocupou o prédio onde hoje está instalada a Prefeitura do município, que pertencia, então, ao Conselho (Câmara) Municipal.

Acervo[editar | editar código-fonte]

Este Instituto, que reunia literatos e músicos do município, mantinha uma biblioteca com 2.250 obras. O catálogo consignava pelo menos 12 assuntos diferentes, como as obras completas, no idioma original, de François-René de Chateaubriand, Jean-Jacques Rousseau, Alexandre Dumas e Lord Byron, além de uma edição de "Os Lusíadas", de 1880. Outra obra rara e curiosa era um exemplar da segunda edição, de 1843, de "Cozinheiro Imperial", o primeiro livro de culinária publicado no Brasil.

O Instituto possuía também dois exemplares originais das "Ordenações Filipinas", código legal publicado em 1603, por ordem de Filipe II, Rei de Espanha e de Portugal. Esse conjunto de leis vigorou plenamente no Brasil até 1830.

Atividades[editar | editar código-fonte]

O Artigo 1º, Capítulo II, do estatuto deste Instituto dá ao Imperador D. Pedro II o título de "Augusto Senhor e Sócio Protetor". Quem mandou imprimi-lo, em 1879, nas oficinas da Gazeta de Notícias, no Rio de Janeiro, foi o seu próprio presidente, o Barão do Paraitinga.[2] As atas mencionam que, além de atividades artísticas e literárias, o Instituto mantinha uma classe para alfabetização de adultos no período noturno, além de auxílios dados para entidades assistenciais do município.

Além da produção artística e intelectual dos munícipes, diversas pessoas vindas de outros lugares, e até do exterior, também ali se apresentaram como palestrantes: o poeta português José Palmela, autor de "Aristocracia do Gênio" e "Beleza Feminil", e o acadêmico e presidente (governador) de Sergipe Cyro de Azevedo. Recebia também personalidades de municípios da região como Pedro Vicente de Azevedo, José Luis de Almeida Nogueira, Joaquim Lopes Chaves, Manoel Vicente e Câmara Leal.

Fim[editar | editar código-fonte]

Esta associação funcionou até o final da década de 1890, quando suas atividades foram, então, interrompidas por algum tempo. Em 1901, o funcionamento recomeçou com uma acentuada presença de parentes do Barão do Paraitinga no seu quadro de sócios. A partir de 1903, os sócios passaram a se reunir de forma intermitente até o dia 27 de maio de 1907, quando se reuniram pela última vez.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. SANTOS, José Alberto dos (1962). «Câmara Municipal de Ubatuba» (PDF). Câmara Municipal de Ubatuba. Consultado em 10 de setembro de 2018 
  2. «Catálogo da Exposição de História do Brasil» (PDF). Biblioteca Nacional. 1881. Consultado em 10 de setembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CÉSAR, Ignácio. Imprensa Luizense. A Ordem, 4; junho de 1915.