Johannes Oporinus

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Johannes Oporinus
Johannes Oporinus
humanista Germanicus
Nascimento 25 de janeiro de 1507
Basileia, atual Suíça
Morte 6 de julho de 1568 (61 anos)
Basileia, atual Suíça
Cidadania Suíça
Alma mater Universidade de Basileia
Ocupação humanista, tipógrafo e livreiro suíço
Empregador(a) Universidade de Basileia

Johannes Oporinus (Basileia, 25 de janeiro de 1507 — Basileia, 6 de julho de 1568) foi um humanista, tipógrafo e livreiro suíço. Foi um dos impressores que mais contribuiu para o avanço dos caracteres tipográficos. Editou inúmeros trabalhos importantes de humanistas, teólogos e reformadores. Publicou a primeira versão em latim do Alcorão e o primeiro trabalho de anatomia de Andreas Vesalius (1514-1564). Também é referido por Jean Oporin, Ioannes Oporinus.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho do pintor Jean Herbst. Estudou o ensino fundamental em Estrasburgo onde aprendeu latim e grego, em seguida, vai para Basileia onde consegue um posto de Explicador na Abadia cisterciense de Saint-Urbain, perto de Lucerna. Conforme o costume da época, traduz o seu nome alemão, que significa outono, pelo equivalente grego Oporinus. Ao retornar para Basileia, com seu amigo Johannes Zimmermann (1490-1526), dito Xylotectus[1], que era favorável às ideias da reforma, trabalha para o famoso impressor de Basileia Johannes Frobenius (1460-1527)[2] fazendo correções, transcrições e compilações das obras dos textos clássicos gregos, o que vem dar um impulso na oficina de Frobenius. Em 1526, deu aulas de Latim na Universidade de Basileia. Estudou medicina e em 1527 tornou-se assistente (famulus) de Paracelso (1493-1541), fato esse relatado em uma carta endereçada a Johann Weyer em 1555. A pedido do mesmo, Oporinus desenha um retrato do médico que é pouco lisonjeiro e viaja muito.

Em 1533, solicita um cargo de professor na Universidade de Basileia, e obtém por intercessão de Simon Grynaeus uma cadeira para dar aulas de grego. Entre 1535 e 1537, tornou-se impressor associado com Thomas Platter (1499-1582)[3], Robert Winter († 1553) e Wolfgang Lazius (1514-1565)[4], porém, tornou-se independente a partir de 1542, quando deixou de dar aulas e fundou sua própria tipografia.

Cheio de dívidas, decide vender sua tipografia em 1567, que continuou a operar sob o nome de "Officina Oporiniana". Oporinus morreu em 6 de Julho de 1568. Um discurso em seu sepultamento foi pronunciado pelo teólogo e reformador Simon Sulzer (1508-1585)[5], sendo enterrado perto de Erasmo e de Simon Grynaeus.

A primeira versão latina do Alcorão, em 1542, editada por Theodor Bibliander (1509-1564)[6], primeiro editor do Alcorão em todo o mundo, a partir de uma tradução de Roberto de Ketton (1110-1160)[7], feita entre os anos 1142 e 1143, por ordem de Pedro, o Venerável (1092-1156)[8] causou a Oporinus sérias dificuldades. O concílio da cidade de Basileia queria impedir a publicação, mas desistiu diante da intervenção de Martinho Lutero e Philipp Melanchthon

Família[editar | editar código-fonte]

Oporinus foi casado quatro vezes: em primeiras núpcias com Margarethe Feer, viúva de seu amigo Xyloctetus, e após a morte desta última, casou em segundas núpcias com Maria Nochpur, com quem viveu quase trinta anos. Mais tarde se casou com a viúva do impressor Johannes Hervagius (1497-1559)[9], que morreu por sua vez, e alguns meses depois, casou com Faustina Iselin, filha do humanista e polímata Bonifacius Amerbach (1495-1562)[10]. Johannes Oporinus é também o tio materno do fundador de uma dinastia de médicos suíços, Theodor Zwinger (1533-1588)[11], pelo casamento de sua irmã, Chrétienne Herbster, com Leonard Zwinger (1501-1538), que após a morte deste se casou com Conradus Lycosthenes (1518-1561).

Obras[editar | editar código-fonte]

Marca de Oporinus
  • De humani corporis fabrica, de Andreas Vesalius, 1543
  • O Alcorão, em versão latina, 1542, editada por Theodor Bibliander (1509-1564)
  • (em inglês) As Centúrias de Magdeburgo, que é uma versão luterana sobre a história da Igreja desde 1558
  • De haereticis, de Sebastian Castellion (1515-1563) contra a sentença de condenação a Miguel Servet (1511-1553).
  • Historia vera de morti sancti viri Ioannis Diazii Hispanics [...] escrita por Claudium Senarclaeum, e atribuída a Francisco de Enzinas (1518-1552)[12], outubro 1546
  • Catalogus testium veritatis, baseado na história da igreja de Matthias Flacius Illyricus[13], 1556 e 1562
  • Saxonis Grammatici Danorum Historiae Libri XVI, 1543

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências