Johnny Abbes García

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Johnny Abbes García
Nascimento 1924 (100 anos)
São Domingos
Morte 30 de maio de 1967
Haiti
Cidadania República Dominicana
Ocupação político, diplomata

Johnny Abbes García (1924, Santo Domingo – 1967, Haiti) foi o chefe do escritório de inteligência governamental – o Servicio de Inteligencia Militar – durante a ditadura de Rafael Trujillo na República Dominicana. Atuou sob Trujillo durante o final da Terceira República e, mais tarde, serviu a dinastia Duvalier no Haiti.

Ascensão[editar | editar código-fonte]

Abbes nasceu em 1924 em Santo Domingo, filho de um contador germano-americano e de uma dominicana.[1] Quando jovem, se interessou por esportes e um de seus primeiros empregos foi como repórter esportivo. Em meados da década de 1950, mudou-se para o México, onde trabalhou como oficial na embaixada dominicana. Ele começou a reunir informações sobre os dissidentes anti-Trujillo e retransmitiu essas informações para seu país.[2] Abbes também estudou os aspectos técnicos da espionagem e coleta de informações. Em 1956 regressou para a República Dominicana e, depois que o meio-irmão de Trujillo, Nene, o apresentou ao ditador, rapidamente ascendeu em sua carreira.

Chefe do SIM[editar | editar código-fonte]

Em 1958, tornou-se o chefe do recém-criado Serviço de Inteligência Militar (SIM) [1] e o planejador-chefe de assassinatos de adversários do regime no exterior. O SIM empregou milhares de pessoas e esteve envolvido em imigração, passaportes, censura, supervisão de estrangeiros e trabalho secreto, incluindo operações no exterior.[1] Assim, ele foi fundamental na tentativa de assassinar o então presidente da Venezuela, Rómulo Betancourt, quando um carro-bomba explodiu em Caracas, matando o motorista e um transeunte, enquanto Betancourt sobreviveu.[3]

Após Trujillo[editar | editar código-fonte]

Após o assassinato de Trujillo em maio de 1961, Abbes agiu rapidamente para caçar os assassinos. O filho de Trujillo, Ramfis Trujillo, voltou de Paris, supostamente com a ajuda de Abbes, e tentou ocupar o lugar de seu pai, mas sua tentativa acabou falhando e ele deixou o país, junto com a maioria dos membros da família Trujillo, mais tarde naquele ano. Após a partida dos Trujillos, o presidente Joaquín Balaguer nomeou Abbes cônsul no Japão, porém logo deixou o cargo e passou vários anos na Europa. Retornou ao Caribe em 1966, mudando-se para o Haiti, onde trabalhou para o então presidente François 'Papa Doc' Duvalier como assessor de segurança. Abbes desapareceu em junho de 1967. De acordo com o jornalista Bernard Diedrich, Abbes e sua esposa foram suspeitos de conspirar contra Duvalier, mas as razões de seu desaparecimento e os responsáveis permanecem desconhecidos.[4]

Referências

  1. a b c Crassweller RD. Trujillo: The Life and Times of a Caribbean Dictator. [S.l.]: The MacMillan Co, New York (1966). p. 329ff 
  2. «Johnny Abbes García: un torturador implacable». Diario Libre. 27 de março de 2010 
  3. «Historia Dominicana. Atentado contra el presidente Rómulo Betancourt». Noticias SIN. 23 de junho de 2021 
  4. Bernard Diederich. Trujillo. The Death of the Goat. [S.l.]: Little, Brown, and Co., 1978. p. 260. ISBN 0-316-18440-3 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]