José Junqueira dos Reis
Brigadeiro José Junqueira dos Reis | |
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Vida militar | |
País | Portugal |
Força | Exército |
Anos de serviço | ? – 1974 |
Hierarquia | Brigadeiro-general |
Comandos | Região Militar de Lisboa |
Batalhas | Revolução de 25 de Abril de 1974 |
Honrarias | Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis |
José Junqueira dos Reis GOA foi um militar português durante o Estado Novo.
Quando estalou a Revolução de 25 de Abril de 1974, Junqueira dos Reis, então com o posto de brigadeiro, exercia a função de segundo-comandante da Região Militar de Lisboa.
Junqueira dos Reis notabiliza-se por ter liderado a única tentativa de resistência das forças leais ao regime ditatorial, tendo-lhe sido cometidos "plenos poderes" para levar a cabo essa missão pelo General Luz Cunha, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.[1]
Foi nesse sentido que Junqueira dos Reis protagonizou um dos momentos de maior tensão durante os acontecimentos da revolução, comandando uma coluna de carros de combate, procurou o confronto directo com as forças lideradas pelo capitão Salgueiro Maia que já ocupavam o Terreiro do Paço, ponto estratégico; o brigadeiro, procurando envolver as forças adversárias, dividiu as suas em duas colunas que avançaram a partir da Avenida da Ribeira das Naus (sob o comando do Major Pato Anselmo) e da Rua do Arsenal (comandadas pelo próprio brigadeiro). Depois de encetadas negociações por Maia, a primeira coluna rendeu-se; Junqueira dos Reis ordenou que a sua coluna abrisse fogo, mas os seus soldados recusaram-se a disparar.[2] A terem acontecido disparos, provavelmente ter-se-ia desencadeado um confronto militar nas ruas de Lisboa, onde se concentravam populares, com resultados imprevisíveis.[2]
As forças comandadas por Junqueira dos Reis retiram depois do Terreiro do Paço para o Largo de Camões, procurando chegar ao Quartel do Carmo onde se encontrava sitiado o chefe do governo, Marcelo Caetano. Confrontado com o risco de ser neutralizado ao serem enviadas forças suplementares para os atacar de flanco, Junqueira dos Reis abandona a missão e as suas tropas juntam-se aos insurrectos no início da tarde.[3]
Junqueira dos Reis passou compulsivamente à situação de reserva logo depois da revolução, por despacho da Junta de Salvação Nacional.[4]
Condecorações
[editar | editar código-fonte]Ordens Honoríficas
[editar | editar código-fonte]- Grande Oficial da Ordem Militar de Avis (26 de Setembro de 1970)[5]
- Comendador da Ordem Militar de Avis (16 de Maio de 1959)[5]
- Oficial da Ordem Militar de Avis (28 de Janeiro de 1955)[5]
Referências
- ↑ Saraiva de Carvalho, Otelo (1977). Alvorada em Abril. Lisboa: Livraria Bertrand. p. 425
- ↑ a b Lousada, Abílio Augusto Pires (Maj Inf) (2006). O Exército e a Nova Ordem Política do Portugal Constitucional (Trabalho Individual de Longa Duração). Instituto de Estudos Superiores Militares. Consultado em 27 de Abril de 2024
- ↑ Léonard, Yves (2024). Breve História do 25 de Abril. [S.l.]: Edições 70. ISBN 9789724427997
- ↑ «24 almirantes generais e brigadeiros passam à reserva». A Capital. Lisboa. 2 de Maio de 1974. Consultado em 27 de Abril de 2024
- ↑ a b c «Entidades Nacionais agraciadas com Ordens Portuguesas - Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas». www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 27 de abril de 2024