Kokolo Afrobeat Orchestra

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Kokolo
Kokolo Afrobeat Orchestra
Informação geral
Origem Nova Iorque
País Estados Unidos
Gênero(s) Afrobeat
Afrofunk
Período em atividade 2001–presente
Gravadora(s) Afrokings, Freestyle, Jamayka, AfroKats, VampiSoul, Tramp, Record Kicks
Afiliação(ões) Charlie Hunter
Sharon Jones & The Dap Kings
Faze Action
Roy Davis, Jr.
Diesler
Antibalas
Roots Tonic
Joe Daddz
Akoya Afrobeat Ensemble
Gina Ferrera & The Philadelphia Gyil Fusion Project
Chico Mann
Lack Of Afro
Ray Lugo's L.E.S. Express
Integrantes Ray Lugo
Chris Morrow
Kavin Paulraj
Neil Chastain
Ando Kal
Página oficial kokoloonline.com

Kokolo, conhecido também como Kokolo Afrobeat Orchestra, é uma banda de Afrobeat nascido no bairro ‘Lower East Side’ de Nova Iorque, e fundado por compositor/produtor Ray Lugo.[1][2][3]

Junto com The Daktaris e Antibalas, Kokolo ergueu a cena de Afrobeat em Nova Iorque que diante precipitou a renascença do gênero musical em nível mundial.[4]

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

O nome da banda (pronunciação ko-kô-lo) relembra uma palavra gíria utilizada nos anos 70 em Spanish Harlem e algumas regiões do Caribe, as vezes preconceituosamente, para Latinoamericanos de descendência negra que gostavam de ritmos Afros. A banda procurava inverter o sentido negativo da palavra através de sua música.

História: de punk ao afrofunk[editar | editar código-fonte]

Fuss And Fight[editar | editar código-fonte]

Antes de Kokolo, Ray Lugo teve uma formação musical baseada nas cenas de punk, rock e hardcore no centro de Nova Iorque, e aliou-se às bandas Bad Brains, Agnostic Front, Cro-Mags, Gorilla Biscuits, Jawbreakers, Youth of Today, Leeway e Warzone. O vocalista de Warzone, Raymond “Raybeez” Barbieri, além de ser grande amigo de Lugo, também lhe ensinou muito a respeito à indústria de música independente, e acabou inspirando a ética de DIY que seria uma característica importante de Kokolo.

No verão de 1995, Lugo dirigiu Underhanded Studios, estúdio de gravação na rua Ludlow qual o Lugo compartilhava com Mark Anthony Thompson (Chocolate Genius), Sim Cain (Rollins Band) e Yuka Honda (Cibo Matto/Sean Lennon). Enquanto trabalhava lá, o Lugo fez amizade com Gabe Roth e Phillip Lehman; logo depois, estes gravaram os primeiros álbuns para Desco Records no Underhanded e em seguida lançaram o álbum dos Daktaris, que começou a nova onda de Afrobeat em Nova Iorque. Nesta época o Lugo também produzia as primeiras gravações de King Chango e tinha chamado Martin Perna e Mike Wagner para tocar na banda. Perna e Wagner passaram a ser fundadores da banda Antibalas, junto com percussionista Fernando Vélez (Sharon Jones & The Dap Kings), outro ex-integrante de King Chango.

Em busca de um novo caminho musical, o Lugo formou Kokolo na primavera de 2001, sendo inspirado pelo exemplo de seus amigos em Antibalas, pela música de Felá Kuti, James Brown e os Fania All-Stars, e pela energia que bandas como Bad Brains e Mano Negra levaram ao palco de show.

A formação inicial da banda, como um conjunto “tradicional” de Afrobeat, consistia 14 músicos de vários países do mundo, e os primeiros meses foram frustrantes devido ao constante vai-vem de integrantes que deixou as apresentações ao vivo a desejar. Foi nessa época que o Ray Lugo conheceu o trombonista inglês Chris Morrow, o único outro integrante original que segue na banda atualmente.

No verão de 2001, o Lugo procurou o Gabe Roth para produzir o primeiro disco da banda “Fuss and Fight,” cujo nome representava as discussões e briguinhas que rolava dentro da própria banda naquele tempo. O álbum, que foi gravado no Daptone Studios em Brooklyn com a participação de alguns músicos de Antibalas e foi lançado pela empresa inglesa AfroKings, logo conseguiu uma legião de fãs, principalmente na Europa, graças ao novo estilo de som mas também graças à energia ao vivo e o talento inegavel dos músicos. Em seguida Kokolo embarcou no seu primeiro turnê pela Inglaterra. Ainda antes do turnê, devido às brigas internas, a maioria dos integrantes saiu da banda para começar o Akoya Afrobeat Ensemble.[4]

Com vários shows já marcados e sem uma banda, foi o Roth quem chegou a ajudar a banda: ele apresentou ao Lugo e Morrow um velho colaborador e ex-integrante das bandas de Felá Kuti e Manu DiBango – o baterista Jojo Kuo – e com a participação dele Kokolo conseguiu fazer o turnê.

More Consideration[editar | editar código-fonte]

A primeira reação dos críticos ao “Fuss And Fight” foi negativa. Acostumados com réplicas de Felá Kuti, puristas desconfiava no som de Kokolo por ser radical demais dentro do padrão de Afrobeat. Mesmo decepcionado com essa recepção tépida, o Lugo ligeiramente resolveu compor o segundo álbum da banda durante um estádio em Amsterdam em 2003, resgatando as idéias e críticas apenas de aqueles críticos cujas opiniões ele respeitava, para o fim de construir um som ainda mais original para o Kokolo.

O resultado foi o aclamado “More Consideration”,[5] com arranjos mais complicados e composições sofisticadas. O álbum enriqueceu-se pela participação de músicos como Charlie Hunter, Gabe Roth (Sharon Jones & The Dap Kings), Mike Weitman (Project Logic), Jojo Kuo (Fela Kuti/Manu DiBango), Gina Ferrera (Gina Ferrera & The Philadelphia Gyil Fusion Project) and Marquitos Garcia (Antibalas/Chico Mann), e foi lançado pela gravadora londrina do Adrian Gibson – Freestyle Records – em 2004.

A recepção entusiástica ao “More Consideration” permitiu que a banda alcançasse novos setores do público e tocasse em alguns dos palcos mais prestigiosos do mundo, inclusive o palco principal do Montreal Jazz Festival,[6] Glastonbury Festival [7] e muitos outros, onde eles compartilhava o palco com artistas como Roots Manuva, Manu DiBango, Taj Mahal, Isaac Hayes, Zap Mama, Gilles Peterson, Chic, Pete Rock, The Itals, Bloodhound Gang, Roy Ayers e Seun Kuti & Egypt 80.[8]

Também nessa época, a banda começou a experimentar com remixes de músicas originais, algo que era visto como tabu por algumas pessoas, mas que na opinião da banda poderia levar a música deles para novos públicos. Ate hoje faixas de Kokolo têm sido remixadas por DJs como Faze Action, BeatFanatic, Lack Of Afro, Diesler e muitos outros.

Love International[editar | editar código-fonte]

Com o terceiro disco do Kokolo, “Love International”, o Lugo procurou a expandir o som único da banda adicionando elementos de Hip Hop e Dancehall e destacando música latina em todos os aspectos das canções. A versão Afro da música “Magnificent Seven” de The Clash, homenagem a um dos heróis musicais do Lugo, foi muito bem recebido por DJs pelo mundo inteiro, e tem a participação do cantor jamaicano de dancehall, Joe Daddz, no vocal .[9][10]

“Love International”, lançado em julho de 2007 em Freestyle Records, confirmou que o Kokolo possuiu “Our Own Thing” (nosso próprio estilo) como uma das canções proclamou, e ajudou a banda completar turnês em novos países – Kokolo foi então a primeira banda a levar Afrobeat ao vivo para o povo de Lituânia, Latvia, Estonia, Bulgária e Romênia entre outros países.[11]

Heavy Hustling[editar | editar código-fonte]

O quarto disco gravado pela banda, “Heavy Hustling”, foi resultado de misturar os ritmos de Fela Kuti e cadência dos Fania All-Stars em algumas canções clássicas de James Brown, com vocal original do Lugo que transformou clásicos como “Soul Power” com letras de duplo-sentido e temas sexuais, ainda com ênfase no estilo de Afrofunk oeste-africano.

“Achei que seria interessante ressaltar a questão da conexão que existe entre Afrobeat nigeriano e funk norte-americano, e investigar o diálogo transatlântico que aconteceu através de música naquela época de ouro, inclusive o som Latino de Nova Iorque que também teve muito sucesso e influencia na África naquele tempo”, comenta Lugo.[12]

“Heavy Hustling” foi lançado pela gravadora Record Kicks em Milan, Itália, em fevereiro de 2009, e com o lançamento do disco a banda conseguiu fazer o seu maior turnê na história.

Estilo e influências[editar | editar código-fonte]

Concebido inicialmente como um conjunto tradicional de Afrobeat, Kokolo logo desenvolveu um som incisivo, e nos shows a banda costuma a tocar mais rápido e com mais energia de que seus contemporâneos. Kokolo também vem mostrando a habilidade de expandir seu estilo e incorporar influências de vários outros gêneros. Embora Kokolo cante principalmente em inglês, eles já lançaram algumas canções com letras em espanhol e português.

Na hora da composição, o Lugo conta com um estilo que ele aprendeu com punk, rock e reggae, em contraste com a ênfase de muitas bandas de Afrobeat em instrumentais “jazzificados”; as canções de Kokolo geralmente destacam refrãos repetidos para chamar a atenção do público.[13][14]

Suas apresentações ao vivo são completamente diferente de outras bandas de Afrobeat, porque os shows de Kokolo são mais energéticos e loucos, parecido com show de rock, já um outro exemplo da influência de bandas como Bad Brains e The Clash.

Desde sua formação, eles evoluíram em uma máquina prolífica de gravações, e até hoje a banda soma mais de 50 lançamentos, na sua discografia e nas participações em compilações internacionais notáveis, ao lado de artistas como Caetano Veloso, Femi Kuti, Ska Cubano, Tony Allen, U-Roy, Masters At Work, Quantic, Salif Keita, Gerardo Frisina, Baaba Mal, Jazztronik, Zero 7, Afro Celt Sound System, Joe Bataan, Common, The Orb, Eric B & Rakim e muitos outros.

Kokolo prefere seguir o estilo de vida “Simple Living” (Viver Simples) e são seguidores da filosofia do J. Krishnamurti (cujas ideias estão presentes nas letras do segundo álbum da banda, “More Consideration”) como podemos ver no lema escrito na capa de todos os seus discos: “Live More, Consume Less.. With More Joy and Less Stress.” (Vive mais, consome menos.. com mais alegria e menos estresse) Eles já doaram suas canções, apresentaram shows e procurou fondos para ajudar vários projetos sociais desde organizações de assistência a jovens carentes, até grupos que trabalham com vítimas de AIDS e com a proteção do meio-ambiente.[15]

Discografia[16][editar | editar código-fonte]

Álbuns[editar | editar código-fonte]

Álbum Gravadora Ano de lançamento Formatos
Heavy Hustling Record KIcks 2009 CD, LP, iTunes
Love International Freestyle[desambiguação necessária] 2007 CD, LP, iTunes
More Consideration Freestyle[desambiguação necessária] 2004 CD, LP, iTunes
Fuss And Fight AfroKings 2002 CD, LP, iTunes

12" Discos | E.P.'s[editar | editar código-fonte]

12" Single | E.P. Gravadora Ano de lançamento Formatos
The Magnificent Seven EP Shiftin' Gears 2010 LP
Nueva York 12" Malena Rework Freestyle 2007 LP
Balkan Beat Box Split EP Sol Selectas 2008 LP
Sabroso 12" Freestyle 2005 LP
Roy Davis Jr. Split EP Jamayka 2005 LP
More Consideration EP Freestyle 2005 LP
Mister Sinister 12" Jamayka 2004 LP
Root To The Fruit 12" Freestyle 2004 LP

7" Discos[editar | editar código-fonte]

7" Single Gravadora Ano de lançamento Formatos
Afrika Man (Feat. Jojo Kuo) Record Kicks 2009 7"
Soul Power Record Kicks 2008 7"
Girls On Film Record Kicks 2008 7"
The Magnificent Seven" VampiSoul 2008 7"
The Way Up Tramp 2007 7"
Our Own Thing Freestyle 2007 7"
Heaven" AfroKats 2007 7"
Each One Teach One" AfroKats 2006 7"
Donkey" Afrokings 2002 7"

Compilações com musicas de Kokolo[editar | editar código-fonte]

Compilação Gravadora Ano de lançamento Formatos
Kokolo: Pegao Pegao Radio Pirata 2010 CD
Dancers Masterpiece P-Vine 2010 CD
City Lounge 7 Wagram 2010 CD, iTunes
Mo' Record Kicks Record Kicks 2010 CD, iTunes
Soul Shaker Vol. 6 Record Kicks 2009 CD, iTunes
H2G Japan H2G Factory 2009 CD
Planet Up The Planet Planetwize 2009 CD, iTunes
Funk Aid For Africa Dubspot 2009 CD, iTunes
Republica Afrobeat 3 Love Monk 2009 CD, iTunes
Balearic Beach Sessions Cool Pool 2009 CD, iTunes
Afrobeat Club Union Square 2009 CD, iTunes
Rough Guide To Afrobeat Revival World Music Network 2009 CD, iTunes
Soul Shaker Vol. 5 Record Kicks 2008 CD, iTunes
Funkanova" Prominence 2008 CD, iTunes
Collected Singles Vol. 5 Freestyle 2008 CD, iTunes
Collected Singles Vol. 2 Freestyle 2008 CD, iTunes
Collected Singles Vol. 1 Freestyle 2008 CD, iTunes
Nu Afro Wagram 2007 CD, iTunes
Soul Shaker Vol. 4 Record Kicks 2007 CD, iTunes
The Afro Sound Of House Traxsource 2007 CD, iTunes
Timeless Anthems Jetstar 2006 CD, iTunes
Feel The Beat: Afrofunk Big Sur 2006 CD
Freestyle Remixed Freestyle 2006 CD, iTunes
Loft Party Kinky Sweet 2006 CD, iTunes
Beginners Guide To Afro Lounge Nascente 2006 CD
Afrique C’est Chic Box Set Kinky Sweet 2005 CD
Even Nice Girls Public Release 2005 CD
Frequent Flyer Mile High Kinky Sweet 2005 CD, iTunes
Afrique C’est Chic 3 Slip ‘N Slide 2005 CD, iTunes
Future World Funk…On The Run Ether 2005 CD, iTunes
House Afrika House Afrika 2004 CD
Afrobeat Sudan Aid Project Modiba 2004 CD
One Love Vol. 1 Pure Hemp 2004 CD
African Xpress Shakti/Virgin 2003 CD
Big Daddy Volume 3: The Showstopper Big Daddy 2002 CD
Live From WFMU WMFU 2002 CD

Referências

  1. «Kokolo». Allmusic Guide 
  2. «Entrevista Con Ray Lugo En Barcelona». BioRitmo, Spain [ligação inativa]
  3. «Ray Lugo Interview». 209 Radio, UK. Consultado em 17 de julho de 2010. Arquivado do original em 27 de setembro de 2011 
  4. a b «Rough Guide To Afrobeat Revival». World Music Network 
  5. «Africa 100 The Indestructible Beat». Pitchfork 
  6. «African Music Radiates From The 25th Annual Montreal Jazz Festival». Afropop Worldwide. Consultado em 17 de julho de 2010. Arquivado do original em 26 de junho de 2010 
  7. «Glastonbury 2005 Festival Lineup». BBC. Consultado em 17 de julho de 2010. Arquivado do original em 26 de junho de 2010 
  8. «Kokolo, Referencia Mundial Del Afrobeat». El Diario Montanes, Spain 
  9. «Kokolo Afrobeat Al Rama Beach». Caserta News, Italy [ligação inativa]
  10. «Au Beat De L'Evolution». Voir, Quebec [ligação inativa]
  11. «Κερδίστε προσκλήσεις για το Block 33». Cosmo Magazine, Greece. Consultado em 17 de julho de 2010. Arquivado do original em 15 de novembro de 2009 
  12. «Kokolo Interview». Myspace 
  13. «Afrobeat Latino Con Actitud Punk Made In NY». Tribuna Latina, Spain 
  14. «Amerikanische Band Kokolo als Geburtstagsgast». Radio Bremen, Germany. Consultado em 17 de julho de 2010. Arquivado do original em 28 de setembro de 2011 
  15. «The Beat Of Sudan Relief». Hartford Courant 
  16. «Kokolo Afrobeat Discography». Discogs Marketplace 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]