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Caunas

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(Redirecionado de Kowno)

Caunas[1][2] (em lituano: Kaunas) é a segunda maior cidade da Lituânia e antiga capital temporária do país. Situa-se na confluência dos dois maiores rios lituanos, o Nemunas e o Neris, e próxima à Laguna de Caunas, a maior do país.

Caunas
Kaunas
Vista de Caunas
Vista de Caunas
Bandeira oficial de Caunas
Brasão oficial de Caunas
Bandeira Brasão
Localização de Caunas
Localização de Caunas
País Lituânia
Área  
  Total 157 km²
População  
  Cidade (2016) 295269

Antes da independência do país, a cidade era mais conhecida como Kovno, a forma tradicional de seu nome nas línguas eslavas. Seu nome em polonês é Kowno. A forma tradicional em russo é Ковно, apesar de Каунас também ser usada desde 1940. Em iídiche seu nome é Kovne (קאָװנע), enquanto em alemão é Kowno e Kauen.

Uma das lendas conta que Caunas foi fundada por Romanos na Antiguidade. O líder do grupo de Romanos,era Palemon, diz a lenda que ele tinha 3 filhos: Barcus, Kunas e Sperus. Por sentir medo do imperador, Neron, Palemon fugiu de Roma. Partiu com seus filhos e parentes para a Lituânia. Com a morte dele, seus 3 filhos dividiram entre eles todas as terras da Lituânia. Kunas ficou com as terras onde hoje se encontra a cidade de Caunas. Kunas construiu um castelo próximo da confluência dos rios Nemunas e Neris. E a cidade passou a ser chamada de Caunas, por causa do nome dele.

No local onde hoje é o centro histórico de Caunas, na confluência dos rios Nemunas e Neris, foi estabelecido um assentamento por volta do século X a.C.. De acordo com uma lenda, a cidade propriamente dita foi fundada em 1030, porém foi mencionada pela primeria vez em textos no ano 1361. No século XIII uma muralha foi construída para protegê-la dos constantes ataques dos Cavaleiros Teutônicos. Em 1362, a cidade foi capturada pelos Cavaleiros, que destruíram o seu castelo.

Caunas é designada “Cavm” na Carta marina de 1539
Castelo de Caunas

Em 1408 a cidade teve garantidos os direitos de Magdeburgo por Vytautas o Grande. O castelo foi reconstruído no começo do século XV. A cidade começou a ganhar destaque, uma vez que localizava-se na intersecção de rotas comerciais e era um porto fluvial. Em 1441, Caunas juntou-se à Liga Hanseática, e escritórios comerciais da Hansa foram abertos. Por volta do século XVI a cidade tinha uma escola pública, um hospital, e uma farmácia, e era uma das mais organizadas cidades do Grão-Ducado da Lituânia.

Igreja de São Jorge (1487).

Os séculos XVII e XVIII foram ruins para a cidade. Em 1665, o exército russo atacou-a diversas vezes, e em 1701 Caunas foi ocupada pelos suecos. A peste negra atingiu a cidade em 1657 e 1708, e incêndios destruíram partes da cidade em 1731 e 1732. Depois da última partilha da Polônia em 1795, a cidade foi ocupada pela Rússia. Durante a invasão napoleônica da Rússia em 1812, o Grande Exército de Napoleão Bonaparte passou duas vezes por Caunas, em ambas devastando a cidade.

Igreja e monastério de Pažaislis

Depois da última partilha da Polônia, Caunas foi um dos centros do "Levante de Novembro" (1830-1831) e o "Levante de Janeiro" (1863-1864). Para desencorajar a população local, as autoridades russas deixaram uma grande guarnição militar na cidade. A fortificação militar russa daquela época ainda sobrevive pela cidade.

Casa de Perkūnas.

Em 1862 uma ferrovia conectando o Império Russo e a Alemanha foi construída, tornando Caunas um importante entroncamento ferroviário. Em 1898 a primeira usina elétrica começou a funcionar. Depois que Vilnius foi ocupada pelos bolcheviques russos em 1919, o governo da República da Lituânia estabeleceu-se em Caunas. Posteriormente Vilnius foi capturada pelos poloneses e se tornou parte do país, tornando-se Caunas capital interina, uma posição que manteve até 1940, após a Polônia ser partilhada entre a Alemanha Nazista e a União Soviética. Josef Stalin devolveu Vilnius à Lituânia, e o processo de mudança da capital foi iniciado. Antes que fosse concluído, porém, o país inteiro foi ocupado pelos soviéticos.

No período entre-guerras, as indústrias prosperaram em Caunas, e ela se tornou na época a maior cidade lituana. Durante a gestão do prefeito Jonas Vileišis (1921-1931) Caunas cresceu rapidamente e se tornou uma cidade moderna. Um sistema de água e esgotos, que custou mais de 15 milhões de Litas foi inaugurado; a cidade expandiu-se de 18 para 40 km²; mais de 2500 prédios foram construídos, incluindo 3 modernas pontes sobre os rios Neris e Nemunas. Todas as ruas da cidade foram pavimentadas, os transportes de tração animal foram substituídos por ônibus modernos, novos subúrbios foram planejados e construídos (especialmente na região de Žaliakalnis), e foram criados novos parques e praças. As bases de um sistema de seguro social foram estabelecidas, três novas escolas e novas bibliotecas públicas foram concluídas, incluindo a Biblioteca Vincas Kudirka. Vileišis manteve muitos contatos com várias cidades europeias, e como resultado Caunas foi uma ativa participante na vida urbana européia.

Em 1940 ela foi anexada pela União Soviética como parte da república socialista soviética da Lituânia.

Após a Segunda Guerra Mundial Caunas tornou-se a principal cidade industrial lituana - ela produziu cerca de 1/4 da produção industrial lituana.

Após a proclamação da independência lituana em 1991, os soviéticos tentaram neutralizar a rebelião insuflada nos transmissores de rádio e televisão em Sitkūnai, que eram uma parte crítica da mídia independente do país. Os transmissores foram defendidos por cidadãos de Caunas.

Referências

  1. Correia, Paulo (Outono de 2017). «Lituânia — ficha do país» (PDF). a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. N.º 55. pp. 34–37. Consultado em 17 de outubro de 2018 
  2. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 

Ligações externas

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