Lista das mais altas montanhas do Sistema Solar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Comparativo da altura do Monte Olimpo, em Marte, a mais alta montanha planetária do Sistema Solar, com o Monte Everest e o Mauna Kea, da Terra (ambas elevações medidas a partir do nível do mar até o cume).

Este artigo traz uma lista com as mais altas montanhas do Sistema Solar, mostrando pelo menos uma de cada planeta.

Cálculos estimam que a mais alta montanha do Sistema Solar é a cratera Rheasilvia do Asteróide 4 Vesta, com seus 22 km de altura a partir de sua base.[1][2] Números equivalentes ao do vulcão Monte Olimpo, em Marte, que estima-se ter 21,2 km de altura, e que por 40 anos (1971 a 2011), acreditou-se ser a montanha recordista de altura no Sistema Solar.

No planeta Terra, o cume do Monte Everest, com seus 8.848 metros, é o ponto mais alto do planeta, e a montanha com mais altitude em relação ao nível do mar. Contudo, a montanha que forma o Monte Everest tem 4,6 km de altura (face norte), partindo de sua base. Desta forma, ao contrário do que acredita o senso comum, a mais alta montanha do planeta Terra é o vulcão Mauna Kea, no Havaí, que tem 10.203 metros de sua base até o topo, o que lhe deixa 1,5 km mais alta que o Everest. A questão é que a base do Mauna Kea está no leito oceânico, e por isso, diz-se que ela tem elevação de 4.205 metros em relação ao nível do mar.[3] Se considerarmos, ainda, somente as montanhas continentais – pois o Mauna Kea é oceânico –, o título muda novamente e vai para o Dhaulagiri, que possui uma altura de 8.167 metros do topo até a sua base, em relação ao nível do mar.[4] Há ainda uma quarta forma de se pensar, já que a Terra não é uma esfera perfeita. Por conta disso, logo ao sul da linha do Equador, por exemplo, o planeta é um pouco mais largo. Baseado nisso, o engenheiro Joseph Senne propôs um cálculo um pouco diferente. Ele calculou a altura das montanhas com a seguinte proposta: Qual é o ponto da Terra mais próximo do espaço? Seu estudo indicou que o Monte Chimborazo, nos Andes equatorianos, é o ponto mais próximo do espaço. Segundo ele, a montanha sul-americana, somada à distorção da Terra, está a cerca de 2,4 quilômetros mais próxima do espaço do que o Everest. Os cálculos de Senne foram aferidos pelo astrônomo Neil deGrasse Tyson, diretor do planetário Hayden (Nova York).[3] Por fim, uma quinta linha de pensamento: Segundo medições feitas por GPS, o Monte Chimborazo é a montanha mais alta da Terra, já que seu cume é o ponto da Terra mais distante do centro terrestre.[5]

Lista[editar | editar código-fonte]

As alturas indicam a altura da montanha de sua base até o cume, já que em muitos corpos celestes não se dispõe de outros meios de medição como referências.

Corpo celeste
Pico(s) mais altos
Altura % del rádio Origem Notas
Mercúrio Caloris Montes ≤ 3 km[6][7] 0.12 Cratera de impacto[8] Formado pelo cratera de impacto Caloris
Vénus Skadi Mons 6.4 km (aprox.)[9] 0.11 Orogênese[10]
[11]
Maat Mons 4.9 km (aprox.)[12] 0.081 Vulcão[13] Vulcão mais alto de Vênus
Terra Mauna Kea 10.2 km[14] 0.16 Vulcão
  • Mais alta montanha da Terra a partir de sua base
  • Apenas 4.2 km são visíveis a partir do nível del mar
Dhaulagiri 8.167 metros do topo até a sua base. Se considerarmos somente as montanhas continentais – pois o Mauna Kea é oceânico –, o título de Montanha Mais Alta da Terra pertence ao Dhaulagiri.[4]
Monte Everest
  • A montanha que forma o Monte Everest tem 4.6 km (face norte), e 3.6 km (face sul)
  • O cume do Monte Everest está a 8.848 m de altitude em relação ao nível do mar.
0.072 Orogênese O cume do Monte Everest é o ponto Mais alto da Terra a partir do Nível do Mar.
Pico del Teide 7.5 km[15] 0.12 Vulcão Se eleva 3.7 km sobre o nível del mar[15]
Monte Denali 5.3 a 5.9 km[16] 0.093 Orogênese Com cerca de 5.500 m, a altura da base ao cume é a maior entre todas as montanhas situadas inteiramente acima do nível do mar. [17]
Monte Chimborazo 4.122 m
  • 17.º maior proeminência topográfica do mundo.
  • Ponto mais alto da Terra quando medido pela distância do centro da Terra em relação a seu topo. Isso devido à proeminência da Terra, que faz com que o diâmetro da Terra no equador seja aproximadamente 43 km mais longo do que a distância de polo a polo. Desta forma, o Monte Chimborazo dista 6384,4 km do centro da Terra e o Everest 6382,6 km, o que dá uma diferença de 1,8 km.[18]
Lua Selenean summit 10.8 km[19] 0.62 Cratera de impacto
Mons Huygens 5.5 km[20][21] 0.32 Cratera de impacto
Mons Hadley 4.5 km[20][21] 0.26 Cratera de impacto
Mons Rümker 1.1 km[22] 0.063 Vulcão [23]
Marte Monte Olimpo 21.9 km[24][25] 0.65 Vulcão
Ascraeus Mons 14.9 km[24] 0.44 Vulcão O mais alto dos três Tharsis Montes
Elysium Mons 12.6 km[24] 0.37 Vulcão O vulcão mais alto da região Elysium Planitia
Arsia Mons 11.7 km[24] 0.35 Vulcão [24]
Pavonis Mons 8.4 km[24] 0.25 Vulcão  [24]
Anseris Mons 6.2 km[28] 0.18 Cratera de impacto
Aeolis Mons ("Monte Sharp") 4.5 a 5.5 km[29][30] 0.16 Sedimentária.[29][31][32] Formado a partir de sedimentos da cratera Gale; Curiosity alcançou sua base em 2014 [33][34]
4 Vesta Cumbre central de Rheasilvia 22 km[1] 8.4 Cratera de impacto Quase 200 km de largura.
Ceres Ahuna Mons 4 km[35] 0.85 Criovulcânica[36]
Io Boösaule Montes "South"[37] 17.5 a 18.2 km[38] 1.0 Orogênese [39]
12.7 km (aprox.)[39][40] 0.70 Orogênese
Euboea Montes 10.3 a 13.4 km[41] 0.74 Orogênese [42][42]
Ainda sem nome (245° W, 30° S) 2.5 km (aprox.)[43][44] 0.14 Orogênese [45]
Mimas Cumbre central de Herschel 7 km (aprox.)[46] 3.5 Cratera de impacto
Dione Janiculum Dorsa 1.5 km[47] 0.27 Orogênese[48] aprox. 0.3 km.
Titã Mithrim Montes 3.3 km[49] 0.13 Orogênese[49] [50]
Doom Mons 1.45 km[51] 0.056 criovolcánico[51] [51]
Jápeto crosta equatorial 20 km (aprox.)[52] 2.7 duvidosa[53][54][55]
Oberon Ainda sem nome ("montanha limbo") 11 km (aprox.)[46] 1.4 Cratera de impacto (?) [56]
Plutão Piccard Mons[57][58] ~5.6 km[59] 0.47 criovolcânico (?) ~220 km transversalmente[59]
Wright Mons[57][58] ~4.0 km[57] 0.34 criovolcânico (?) ~160 km transversalmente;[57][60]
Norgay Montes[61] ≤ 3.5 km[62] 0.30 Orogênese[62] (?) Composto por água congelada;[62][63]

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Vega, P. (11 de outubro de 2011). «New View of Vesta Mountain From NASA's Dawn Mission». Jet Propulsion Lab's Dawn mission web site. NASA. Consultado em 29 de março de 2012. Arquivado do original em 22 de outubro de 2011 
  2. Schenk, P.; Marchi, S.; O'Brien, D. P.; Buczkowski, D.; Jaumann, R.; Yingst, A.; McCord, T.; Gaskell, R.; Roatsch, T.; Keller, H. E.; Raymond, C.A.; Russell, C. T. (1 de março de 2012), Mega-Impacts into Planetary Bodies: Global Effects of the Giant Rheasilvia Impact Basin on Vesta, The Woodlands, Texas: LPI, contribution 1659, id.2757, consultado em 6 de setembro de 2012 
  3. a b «terra.com.br/»  Maior montanha conhecida é três vezes mais alta que o Everest
  4. a b «brasilescola.uol.com.br/»  Qual é a maior montanha do planeta?
  5. «brasil.elpais.com/»  Vulcão do Equador rouba recorde do Everest
  6. «Surface». MESSENGER web (em inglês). Universidad Johns Hopkins. Consultado em 11 de outubro de 2016. Arquivado do original em 30 de setembro de 2016 
  7. Oberst, J.; Preusker, F.; Phillips, R. J.; Watters, T. R.; Head, J. W.; Zuber, M. T.; Solomon, S. C. (2010). «The morphology of Mercury's Caloris basin as seen in MESSENGER stereo topographic models». Icarus. 209 (1): 230–238. doi:10.1016/j.icarus.2010.03.009 
  8. Fassett, C. I.; Head, J. W; Blewett, D. T.; Chapman, C. R.; Dickson, J. L.; Murchie, S. L.; Solomon, S. C.; Watters, T. R. (2009). «Caloris impact basin: Exterior geomorphology, stratigraphy, morphometry, radial sculpture, and smooth plains deposits». Earth and Planetary Science Letters. 285 (3–4): 297–308. doi:10.1016/j.epsl.2009.05.022 
  9. Jones, Tom; Stofan, Ellen (2008). Planetology : Unlocking the secrets of the solar system. Washington, D.C.: National Geographic Society. p. 74. ISBN 978-1-4262-0121-9 
  10. Keep, M.; Hansen, V. L. (1994).
  11. Otten, Carolyn Jones (10 February 2004).
  12. "PIA00106: Venus - 3D Perspective View of Maat Mons".
  13. Robinson, C. A.; Thornhill, G. D.; Parfitt, E. A. (January 1995).
  14. "Mountains: Highest Points on Earth".
  15. a b "Teide National Park".
  16. "NOVA Online: Surviving Denali, The Mission".
  17. Adam Helman (2005). The Finest Peaks: Prominence and Other Mountain Measures. [S.l.]: Trafford Publishing. ISBN 978-1-4120-5995-4. Consultado em 9 de dezembro de 2012 
  18. «Comparación de altura del Chimborazo y el Everest» 
  19. Page, Lewis (29 de outubro de 2010). «Highest point on the Moon found: Higher than Mount Everest». theregister.co.uk. The Register. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  20. a b Fred W. Price (1988).
  21. a b Moore, Patrick (2001).
  22. Wöhler, C.; Lena, R.; Pau, K. C. (16 March 2007), The Lunar Dome Complex Mons Rümker: Morphometry, Rheology, and Mode of Emplacement, League City, Texas: Dordrecht, D. Reidel Publishing Co, retrieved 28 August 2007 
  23. Wöhler, C.; Lena, R.; Pau, K. C. (16 March 2007), The Lunar Dome Complex Mons Rümker: Morphometry, Rheology, and Mode of Emplacement, League City, Texas: Dordrecht, D. Reidel Publishing Co, retrieved 28 August 2007 
  24. a b c d e f g Plescia, J. B. (2004).
  25. a b Carr, Michael H. (11 January 2007).
  26. Comins, Neil F. (4 January 2012).
  27. Lopes, R.; Guest, J. E.; Hiller, K.; Neukum, G. (January 1982).
  28. JMARS MOLA elevation dataset.
  29. a b "Gale Crater's History Book".
  30. Anderson, R. B.; Bell III, J. F. (2010). «Geologic mapping and characterization of Gale Crater and implications for its potential as a Mars Science Laboratory landing site». International Journal of Mars Science and Exploration. 5: 76–128. Bibcode:2010IJMSE...5...76A. doi:10.1555/mars.2010.0004 
  31. Wall, M. (6 de maio de 2013). «Bizarre Mars Mountain Possibly Built by Wind, Not Water». Space.com. Consultado em 13 de maio de 2013 
  32. Kite, E. S.; Lewis, K. W.; Lamb, M. P.; Newman, C. E.; Richardson, M. I. (2013). «Growth and form of the mound in Gale Crater, Mars: Slope wind enhanced erosion and transport». Geology. 41 (5): 543–546. ISSN 0091-7613. doi:10.1130/G33909.1 
  33. Agle, D. C. (28 March 2012).
  34. Webster, Gay; Brown, Dwayne (9 de novembro de 2014). «Curiosity Arrives at Mount Sharp». NASA Jet Propulsion Laboratory. Consultado em 16 de outubro de 2016 
  35. "Dawn's First Year at Ceres: A Mountain Emerges".
  36. Ruesch, O.; Platz, T.; Schenk, P.; McFadden, L. A.; Castillo-Rogez, J. C.; Quick, L. C.; Byrne, S.; Preusker, F.; OBrien, D. P.; Schmedemann, N.; Williams, D. A.; Li, J.- Y.; Bland, M. T.; Hiesinger, H.; Kneissl, T.; Neesemann, A.; Schaefer, M.; Pasckert, J. H.; Schmidt, B. E.; Buczkowski, D. L.; Sykes, M. V.; Nathues, A.; Roatsch, T.; Hoffmann, M.; Raymond, C. A.; Russell, C. T. (2016-09-02).
  37. Perry, Jason (27 January 2009).
  38. Schenk, P.; Hargitai, H. "Boösaule Montes".
  39. a b Schenk, P.; Hargitai, H.; Wilson, R.; McEwen, A.; Thomas, P. (2001).
  40. Schenk, P.; Hargitai, H. "Ionian Mons".
  41. Schenk, P.; Hargitai, H. "Euboea Montes".
  42. a b Martel, L. M. V. (16 de fevereiro de 2011). «Big Mountain, Big Landslide on Jupiter's Moon, Io». NASA Solar System Exploration web site. Consultado em 30 de junho de 2012. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2011 
  43. Moore, J. M.; McEwen, A. S.; Albin, E. F.; Greeley, R. (1986).
  44. Schenk, P.; Hargitai, H. "Unnamed volcanic mountain".
  45. Schenk, P. M.; Wilson, R. R.; Davies, R. G. (2004). «Shield volcano topography and the rheology of lava flows on Io». Icarus. 169 (1): 98–110. Bibcode:2004Icar..169...98S. doi:10.1016/j.icarus.2004.01.015 
  46. a b Moore, Jeffrey M.; Schenk, Paul M.; Bruesch, Lindsey S.; Asphaug, Erik; McKinnon, William B. (October 2004).
  47. Hammond, N. P.; Phillips, C. B.; Nimmo, F.; Kattenhorn, S. A. (March 2013).
  48. Beddingfield, C. B.; Emery, J. P.; Burr, D. M. (março de 2013), Testing for a Contractional Origin of Janiculum Dorsa on the Northern, Leading Hemisphere of Saturn's Moon Dione, The Woodlands, Texas: Lunar and Planetary Institute, consultado em 23 de dezembro de 2014 
  49. a b "PIA20023: Radar View of Titan's Tallest Mountains".
  50. Mitri, G.; Bland,M. T.; Showman, A. P.; Radebaugh, J.; Stiles, B.; Lopes, R. M. C.; Lunine, J. I.; Pappalardo, R. T. (2010).
  51. a b c Lopes, R. M. C.; Kirk, R. L.; Mitchell, K. L.; LeGall, A.; Barnes, J. W.; Hayes, A.; Kargel, J.; Wye, L.; Radebaugh, J.; Stofan, E. R.; Janssen, M. A.; Neish, C. D.; Wall, S. D.; Wood, C. A.; Lunine, J. I.; Malaska, M. J. (19 March 2013).
  52. Giese, B.; Denk, T.; Neukum, G.; Roatsch, T.; Helfenstein, P.; Thomas, P. C.; Turtle, E. P.; McEwen, A.; Porco, C. C. (2008).
  53. Porco, C. C.; et al. (2005). «Cassini Imaging Science: Initial Results on Phoebe and Iapetus». Science. 307 (5713): 1237–1242. Bibcode:2005Sci...307.1237P. ISSN 0036-8075. PMID 15731440. doi:10.1126/science.1107981. 2005Sci...307.1237P 
  54. Kerr, Richard A. (6 de janeiro de 2006). «How Saturn's Icy Moons Get a (Geologic) Life». Science. 311 (5757). 29 páginas. PMID 16400121. doi:10.1126/science.311.5757.29 
  55. Ip, W.-H. (2006). «On a ring origin of the equatorial ridge of Iapetus» (PDF). Geophysical Research Letters. 33 (16): L16203. Bibcode:2006GeoRL..3316203I. ISSN 0094-8276. doi:10.1029/2005GL025386 
  56. Moore, P.; Henbest, N. (April 1986).
  57. a b c d "At Pluto, New Horizons Finds Geology of All Ages, Possible Ice Volcanoes, Insight into Planetary Origins".
  58. a b Witze, A. (2015-11-09).
  59. a b "Ice Volcanoes and Topography".
  60. "Ice Volcanoes on Pluto?"
  61. Hand, E.; Kerr, R. (17 July 2015).
  62. a b c Hand, E.; Kerr, R. (15 July 2015).
  63. Pokhrel, Rajan (19 July 2015).