Mário Ficarelli

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Mário Ficarelli
Nascimento 4 de julho de 1935
São Paulo
Morte 2 de maio de 2014 (78 anos)
Brasil
Residência Brasil
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação professor universitário, compositor, musicólogo
Empregador(a) Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

Mário Ficarelli (São Paulo, 4 de julho de 1935 - São Paulo, 2 de maio de 2014)[1] foi um compositor e educador musical brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ficarelli começou a estudar piano com Maria de Freitas Moraes e Alice Philips. Posteriormente, estudou composição com Olivier Toni. “Ficarelli escolhe as cores escuras como quem toma da noite para molhar-se em mais castas e distantes luzes. Em tudo sua música faz sentido e vai além de um compromisso fechado em si mesmo: celebra os motivos humanos e agarra-se com coragem às insolências da sorte”, escreveu sobre ele, no final dos anos 1990, o compositor Aylton Escobar.[2][3][4]

Na segunda metade do século XX, a produção de música erudita praticamente se achava polarizada: havia os nacionalistas, de um lado, e os dodecafônicos, de outro. Ficarelli não se filiou diretamente a nenhuma escola de composição. "Incomodava-me muito, por volta de 1968, quando comecei a compor, a pressão que havia - de um lado o nacionalismo, e de outro, as tais vanguardas." "Ou era música dodecafônica ou era nacionalista." [5] [1][2][3][4]

Sua obra mais conhecida é a Sinfonia nº 2 – Mhatuhabh, encomendada e estreada pela Orquestra da Tonhalle de Zurique (Tonhalle-Orchester Zürich) no início dos anos 1990, sob regência do maestro Roberto Duarte. Mas, além de Mhatuhabh, Ficarelli deixou uma vasta produção camerística, na qual se destacam seus quintetos – escritos para formações como oboé e quarteto de cordas ou trompa e quarteto – e o sexteto Tempestade Óssea. É autor também da cantata A Coisa, para coro e percussão, escrito a partir de textos de Millôr Fernandes. Escreveu várias peças para orquestra sinfônica[6][2][3][4] e dedicou-se também à análise musical, especialmente do compositor Jean Sibelius. Com Paulo Castagna publicou análises de várias sonatas e sonatinas a duo de Camargo Guarnieri.[7][8]

Ficarelli era membro da Academia Brasileira de Música e foi professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, o qual dirigiu entre 1997 e 2005.[3]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Morre em São Paulo o compositor Mário Ficarelli. O Estado de S. Paulo, 2 de maio de 2014.
  2. a b c Cultural, Instituto Itaú. «Mário Ficarelli | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural 
  3. a b c d Manduano, com4brasil - Rodrigo Peixoto. «Mario Ficarelli - Academia Brasileira de Música». www.abmusica.org.br. Consultado em 31 de dezembro de 2017 
  4. a b c «Morre o compositor Mario Ficarelli, ex-chefe do Departamento de Música do CMU | USP - Universidade de São Paulo». www5.usp.br. Consultado em 31 de dezembro de 2017 
  5. Áudio: Mario Ficarelli e o voo da águia. Arrigo Barnabé entrevista Mário Ficarelli, em junho de 2006. Programa Supertônica. Cultura FM.
  6. «Obra de Mário Ficarelli». Consultado em 4 de maio de 2014. Arquivado do original em 4 de maio de 2014 
  7. FICARELLI, Mário & CASTAGNA, Paulo. Sonatas e sonatinas a duo. In: SILVA, Flávio (org.). Camargo Guarnieri: o tempo e a música. Rio de Janeiro: Funarte; São Paulo: Imprensa Oficial de São Paulo, 2001. p.423-435.
  8. ANDRADE, Mário de. Uma sonata de Camargo Guarnieri; pesquisa, introdução e notas Paulo Castagna e Mário Ficarelli. Cadernos de Estudo: Análise Musical, São Paulo, n.6/7, p.76-103, fev. 1994.
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