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Mário Juruna

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Mário Juruna
Mário Juruna
Deputado Federal pelo Rio de Janeiro Rio de Janeiro (estado)
Período 1º de fevereiro de 1983
até 31 de janeiro de 1987
Dados pessoais
Nome completo Mário Juruna
Nascimento 3 de setembro de 1943
Barra do Garças, Mato Grosso
Morte 17 de julho de 2002 (59 anos)
Brasília, Distrito Federal
Progenitores Mãe: Mercedes Ro' Otsitsina
Pai: Isaías Butsé
Partido PDT
Ocupação Líder indígena e político

Mário Juruna (Barra do Garças, 3 de setembro de 1943Brasília, 18 de julho de 2002) foi um líder indígena e político brasileiro. Filiado ao Partido Democrático Trabalhista, foi o primeiro e único deputado federal indígena do Brasil.[1]

Juruna nasceu na aldeia xavante Namakura, próxima a Barra do Garças, no estado de Mato Grosso.[2] Era filho do chefe da aldeia. Viveu na aldeia, sem contato com o a população branca brasileira até os dezessete anos, quando sucedeu seu pai na liderança da aldeia.[3]

Na década de 1970, ficou famoso ao percorrer os gabinetes da Fundação Nacional do Índio, em Brasília, lutando pela demarcação de terra para os índios, portando sempre um gravador "para registrar tudo o que o branco diz" e constatar que as autoridades, na maioria das vezes, não cumpriam a palavra.[4][5] Posteriormente, publicou o livro O Gravador do Juruna.[6]

Foi eleito deputado federal pelo PDT em 1982 com 31 mil votos, representando o estado do Rio de Janeiro. Sua eleição teve uma grande repercussão no país e no mundo. Foi o responsável pela criação da Comissão Permanente do Índio no Congresso Nacional, o que levou o problema indígena ao reconhecimento formal. Em 1984, denunciou o empresário Calim Eid por tentar suborná-lo para votar em Paulo Maluf, candidato dos militares à presidência da república no colégio eleitoral.[7] Juruna acabou votando em Tancredo Neves, candidato da oposição democrática.[8]

Não conseguiu se reeleger em 1986, mas continuou ativo na política por vários anos. Em 1990 e 1994, concorreu novamente a deputado federal, mas não foi eleito.[9] Em 1995, foi assessor parlamentar em Brasília, mas não exerceu o cargo devido a sua saúde.[10] Juruna morreu em 17 de julho de 2002, aos 59 anos de idade, em decorrência de diabetes. Seu corpo foi velado no Congresso Nacional brasileiro.[11]

Referências

  1. «Conheça dos deputados: MÁRIO JURUNA - PDT/RJ». Câmara dos Deputados do Brasil. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  2. Renê Dióz (11 de setembro de 2014). «Eleições 2014 em Mato Grosso têm apenas três candidatos indígenas». G1. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  3. Claudinha Rahme. «Cacique Mario Juruna Deputado Federal». Gazeta de Beirute. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  4. Sílvia Freire (14 de março de 2002). «Cacique Mário Juruna pode receber pensão de R$ 1.300 do governo». Folha de S.Paulo. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  5. Keka Werneck (17 de setembro de 2014). «MT: como Juruna, candidato quer ser 1º deputado indígena». Terra. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  6. Maria Eugênia de Menezes (4 de agosto de 2002). «O gravador que era arco e flecha». Jornal da USP. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  7. Ulisses Capozzoli. «Tributo a um chefe indígena». Observatório da Imprensa. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  8. «E por falar em política, onde anda o Juruna?». Pousada das Cores. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  9. «Mário Juruna». Uol. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  10. André Barreto. «Cacique Juruna longe do poder». Terra. Consultado em 17 de novembro de 2015 
  11. «Morre o Ex-Deputado e Cacique Mário Juruna -12:05». Câmara dos Deputados do Brasil. 18 de julho de 2002. Consultado em 17 de novembro de 2015 

Ligações externas

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