Mapa-múndi babilónico

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O mapa-múndi babilônico é uma inscrição cartográfica do mundo conhecido a partir da perspectiva dos babilônios. O mapa é entalhado em tabletes de argila, mostrando a cidade da Babilônia um pouco para o norte do seu centro;[1] entalhe de argila está danificado e também contém uma seção de texto cuneiforme.

Geralmente é datado do século V a.C..[2] Foi descoberto em Sipar, no sul do Iraque, a 60 km ao norte da Babilônia, na margem leste do rio Eufrates, e publicado em 1899.[3] O entalhe de argila está atualmente no British Museum (BM 92687).[4]

Conjectura-se que as localizações das ilhas, embora possivelmente se refiram a áreas reais, também podem representar uma interpretação mitológica do mundo.[5]

Carlo Zaccagnini argumentou que o mapa-múndi babilônico pode ter sido contemporâneo ao mapa T e O da Idade Média europeia.[6]

Descrição das áreas mapeadas[editar | editar código-fonte]

O mapa-múndi babilônico, Sipar, Mesopotâmia

O mapa é circular com dois círculos externos definidos. A inscrição cuneiforme rotula todos os locais dentro do mapa circular, bem como algumas regiões externas. Os dois círculos exteriores representam a água no meio e são rotulados como "rio" de "água amarga", o mar salgado.[5]

A Babilônia está no centro do mapa; linhas paralelas no fundo parecem representar os pântanos do sul, e uma linha curvada que vem do norte-nordeste, parece representar as montanhas de Zagros.[5]

Existem sete pequenos círculos interiores nas áreas perimetrais dentro do círculo e aparecem para representar sete cidades.

Sete seções triangulares no círculo externo (perímetro de água) representam as ilhas conhecidas, mas o entalhe de argila por estar danificado perdeu as três ilhas na margem inferior.

Três ilhas são nomeadas:

  • ilha-"lugar do sol nascente"
  • ilha-"o sol está escondido e nada pode ser visto"
  • ilha-"além do voo dos pássaros"[5]
Objetos no mapa-múndi babilônico[7]
1. "Montanha" em acádio: šá-du-ú
2. "Cidade" em acádio: uru
3. Urartu / Armênia em acádio: ú-ra-áš-tu
4. Assíria em acádio: kuraš+šurki
5. Der em acádio: dēr
6. ? pode ser o Golfo Pérsico
7. Pântano em acádio: ap-pa-ru
8. Susa (capital de Elão) em acádio: šuša
9. Canal em acádio: bit-qu
10. Bit Yakin em acádio: bῑt-ia-᾿-ki-nu
11. "Cidade" em acádio: uru
12. Habã em acádio: ha-ab-ban
13. Babilônia em acádio: tin.tirki, dividida pelo Eufrates
14 –17. Oceano (água salgada, acadiano: em acádio: idmar-ra-tum
18–22. Objetos mitológicos
23 –25. Não descrito.

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Kurt A. Raaflaub & Richard J. A. Talbert (2009). Geography and Ethnography: Perceptions of the World in Pre-Modern Societies. [S.l.]: John Wiley & Sons. 147. ISBN 1-4051-9146-5 
  2. «Cartography: (Prehistoric Mapping)». http://www.ancient-wisdom.co.uk. Ancient-wisdom. Consultado em 28 de agosto de 2014 
  3. Kerrigan, The Ancients in Their Own Words, Babylonian Map of the World, p. 36-37.
  4. Babylonian: "map of the world", British Museum, BM 92687
  5. a b c d Kerrigan, p. 37.
  6. Carlo Zaccagnini, Maps of the World, in Giovanni B. Lanfranchi et al., Leggo! Studies Presented to Frederick Mario Fales on the occasion of his 65th birthday, Wiesbaden, Harrassowitz Verlag, 2012, pp. 865-874.
  7. Wikipédia russa.
Notas
  • Kerrigan, 2009. The Ancients in Their Own Words, Michael Kerrigan, Fall River Press, Amber Books Ltd, c 2009. (hardcover. ISBN 978-1-4351-0724-3)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]