Marca do Norte

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Nordmark
Marca do Norte

Estado do Sacro Império Romano


965 – 983
Localização de Marca do Norte
Localização de Marca do Norte
A Marca do Norte (em vermelho) entre a Marca Bilunga a norte e a Marca Saxónica Oriental (Marca da Lusácia) a sul
Continente Europa
Região Europa Central
País Alemanha
Capital Brandemburgo
Religião Católica
Luterana
Calvinista
Governo Monarquia
História
 • 965 Fundação
 • 983 Dissolução

A Marca do Norte (em alemão: Nordmark) foi criada a partir da divisão da vasta Marca de Gero (Marca Geronis) em 965. Inicialmente compreendia o terço norte desta (grosso modo correspondente ao moderno estado alemão de Brandemburgo) e era parte da organização territorial das regiões conquistadas aos vendos. Uma rebelião dos luticos (lutici) em 983 reverteu o controlo germânico sobre a região até à fundação da marca de Brandemburgo por Alberto, o Urso no século XII.

Antecedentes eslavos[editar | editar código-fonte]

Durante o período das migrações dos povos bárbaros, muitos povos germânicos começaram a emigrar para a região junto à fronteira romana. No nordeste estes foram substituídos principalmente por eslavos (veletos, depois luticos). Os primeiros eslavos estiveram com certeza na região de Brandemburgo até 720, depois da chegada dos ávaros à Europa. Estes eslavos tinham chegado via Morávia, onde chegaram em meados do século VII. Os restantes germânicos sêmnones foram absorvidos por estes grupos eslavos.

O grupo de pessoas que assentaram junto do rio Espreia ficaram conhecidas como esprevanos. Assentaram a leste da linha formada pelos rios Havel e Nuthe, nas regiões atuais de Barnim e Teltow. Construíram a sua fortificação principal na confluência dos rios Espreia e Dahme em Köpenick. Os hévelos viviam a oeste da linha, nas regiões atuais de Havelland e Zauche. Foram chamados hévelos pelo antigo nome germânico do rio Hábula (Havel). O nome com que se autodenominavam era Stodoranie. Construíram a sua fortificação principal em "Brena" (moderna Brandemburgo). Os hávelos também construíram um importante posto no presente local da Cidadela de Spandau, em Berlim. Os esprevanos e hávelos não apenas entraram em guerra com os seus vizinhos germanos mas também com os seus vizinhos eslavos.

História da Marca do Norte[editar | editar código-fonte]

Fundação e perda, 965–983[editar | editar código-fonte]

Tribos nas marcas do Norte e Bilunga ao tempo do levantamento dos luticos em 983.

Depois da Guerra Saxónica de 808, o vitorioso Carlos Magno concedeu a as tribos eslavas aliadas consigo (como os obodritas) parte das terras saxónicas entre o rio Elba e o mar Báltico. Seguiu-se um período de paz na região. Os bispados de Brandemburgo e de Havelberga foram fundados cerca de 940, iniciando-se a cristianização dos pagãos eslavos.

Henrique I da Alemanha conquistou Brandemburgo em 928-929 e impôs tributo sobre as tribos até ao rio Oder. Para 948 o seu filho Otão I tinha estabelecido controlo germano sobre os muitos pagãos restantes, que foram coletivamente referidos como eslavos ou vendos (wendos) pelos seus contemporâneos. Os assentamentos eslavos como Brena, Budišin (Bautzen), e Chotebuž (Cottbus) ficaram sob controlo germano mediante instalação de marqueses. A principal função do marquês era defender e proteger as marcas (distrito fronteiriço) do Reino da Alemanha. Depois da morte do marquês Gero, o Grande em 965, a vasta coleção de marcas (uma "super-marca") foi dividida por Otão em cinco comandos menores. A Marca do Norte foi uma destas. As outras foram a Marca Oriental, a Marca de Merseburgo, a Marca de Meissen e a Marca de Zeitz.

A rebelião de 983, iniciada pelos luticos (lutici), levou a um desmembramento factual das marcas do Norte e Bilunga bem como dos correspondentes bispados, embora se tenham eleito marqueses e bispos titulares. Até ao colapso da aliança luticos em meados do século XI, a expansão germânica em direção à Marca do Norte ficou em ponto morto e os vendos a leste do Elba permaneceram independentes durante aproximadamente 150 anos.

Marca de Brandemburgo[editar | editar código-fonte]


História de Brandemburgo e da Prússia
Marca do Norte
pré-século XII
Prussianos
pré-século XIII
Marca de
Brandemburgo

1157–1618 (1806)
Ordem Teutônica
1224–1525
Ducado da Prússia
1525–1618
Prússia Real (polonesa)
1466–1772
Brandemburgo-Prússia
1618–1701
Reino na Prússia
1701–1772
Reino da Prússia
1772–1918
Estado Livre da Prússia
1918–1947
Região de Klaipėda
(Lituânia)
1920–1939 / 1945–presente
Brandemburgo
(Alemanha)
1947–1952 / 1990–presente
Territórios Recuperados
(Polônia)
1918/1945–presente
Oblast de Kaliningrado
(Rússia)
1945–presente

No início do século XII, os reis germanos restabeleceram o controlo sobre as terras com habitantes misturados eslavos nas fronteiras orientais do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1134, por causa da Cruzada contra os vendos de 1147, foi concedida a Marca do Norte ao magnate alemão Alberto, o Urso pelo imperador Lotário III. Os eslavos foram subsequentemente assimilados pelos colonos alemães durante o Ostsiedlung. A Igreja sob Alberto fundou dioceses, que com as suas cidades amuralhadas protegiam os cidadãos de ataques. Com a chegada de monges e bispos começava a nova história registada da cidade de Brandemburgo, de onde se desenvolveria o margraviado homónimo.

O controlo de Alberto da região foi nominal durante várias décadas, mas envolveu-se numa variedade de ações militares e diplomáticas contra os vendos. Em 1150, Alberto formalmente herdou Brandemburgo do último governante hevelli, o cristão Pribislav. Alberto e os seus descendentes da Casa de Ascânia fizeram consideráveis progressos na cristianização dos territórios capturados.

Lista de marqueses[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Reuter, Timothy. Germany in the Early Middle Ages 800–1056. New York: Longman, 1991.
  • Thompson, James Westfall. Feudal Germany, Volume II. New York: Frederick Ungar Publishing Co., 1928.