Maslama ibne Mucalade

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Maslama ibne Mucalade ibne Samite Alançari (em árabe: مسلمة بن مخلد بن صامت الأنصاري; romaniz.:Maslama ibn Mukhallad ibn Ṣāmit al-Anṣārī), a quem são atribuídos os tecnônimos Abu Mã ou Saíde ou Omar, foi um dos companheiros do profeta Maomé e ativos no Egito nas décadas após sua conquista pelos muçulmanos.

Vida[editar | editar código-fonte]

Maslama nasceu em 616 ou 620 e participou da conquista muçulmana do Egito, permanecendo no país até sua morte. Era um adepto do terceiro califa, Otomão, e se recusou a reconhecer a sucessão do genro de Maomé, Ali, após o assassinato de Otomão. Consequentemente, foi um dos líderes do partido otomânida, sob Moáuia ibne Hudaije, e participou de sua revolta contra o governador Maomé ibne Abi Hudaifa em 657, até que o governador da Síria, Moáuia ibne Abi Sufiane, reimpôs a ordem.[1] Em 658, quando o conflito entre Ali e os omíadas centrados na Síria sob Moáuia eclodiu, ele se opôs à nomeação de Ali de Maomé ibne Abi Becre como governador do Egito, e é provável que tenha participado da invasão síria sob Anre ibne Alas que levou à derrota, captura e execução de ibne Abi Becre no verão daquele ano.[2][3]

Maslama serviu lealmente sob Anre ibne Alas, que foi governador do Egito até sua morte em janeiro de 664, mas permaneceu à margem sob seus dois sucessores, Otba ibne Abi Sufiane e Uqueba ibne Amir. Finalmente, em 667/8, o próprio Maslama fez uma petição a Moáuia, agora califa, e foi nomeado governador do Egito. Ocupou o cargo até 670 de acordo com Tabari, embora outras fontes relatem que governou o país continuamente até sua morte em 9 de abril de 682. Pouco se sabe sobre seu mandato, exceto que foi ativo nas guerras contra o Império Bizantino, enviando expedições regulares contra eles e reconstruiu a Mesquita de Anre ibne Alas em Fostate, à qual acrescentou minaretes. Fora isso, seu período no cargo parece ter sido de tranquilidade doméstica.[3] Algumas fontes afirmam que Maslama também foi responsável pelas campanhas muçulmanas em Ifríquia e no Magrebe em geral, embora outras insistam que essas áreas não ficaram sob sua autoridade até ca. 675; de qualquer forma, substituiu Uqueba ibne Nafi, que estava no comando da Ifríquia até então, por Abu Almuajir Dinar em 671 ou em 675.[2] Maslama permaneceu um firme adepto dos omíadas até o fim, e quando Moáuia morreu em 680, imediatamente reconheceu seu filho, Iázide I, como seu sucessor; supostamente ameaçou até o filho de Anre ibne Alas, Abedalá, outro Companheiro e respeitado estudioso de hádice, com execução quando objetou.[3]

Referências

  1. Kennedy 1998, p. 68.
  2. a b Bosworth 1991, p. 740.
  3. a b c Kennedy 1998, p. 69.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bosworth, C. E.; van Donzel, E. & Pellat, Ch. (1991). «Maslama b. Mukhallad». The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume VI: Mahk–Mid. Leida: E. J. Brill. ISBN 978-90-04-08112-3 
  • Kennedy, Hugh (1998). «Egypt as a province in the Islamic caliphate, 641–868». In: Petry, Carl F. Cambridge History of Egypt, Volume One: Islamic Egypt, 640–1517. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-47137-0