Michael Ruse

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Michael Ruse (Birmingham, 21 de junho de 1940) é um filósofo inglês da biologia, um dos mais influentes da atualidade.

Participou ativamente no congresso americano no debate contra os criacionistas. Escreve também sobre controvérsias envolvendo a sociobiologia e a psicologia evolucionista. Ainda fundou o jornal Biology & Philosophy,[1] tendo publicado numerosos livros e artigos.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Ruse lecionou na Universidade de Guelph em Ontario, Canada por 35 anos. Desde sua aposentadoria de Guelph, ele tem lecionado na Universidade do Estado da Flórida e é o Professor de Filosofia Lucyle T. Werkmeister (2000–presente). Em 1986, ele foi eleito como membro da Sociedade Real do Canadá e da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Ele recebeu doutorados honoris causa da Universidade de Bergen, Noruega (1990), Universidade McMaster, Ontario, Canada (2003) e da Universidade de New Brunswick, Fredericton, New Brunswick, Canada (2007). Em setembro de 2014, foi nomeado Doutor Honoris Causa pelo University College London.

Ruse foi uma testemunha chave para o autor (plaintiff) no caso piloto de 1981 (McLean v. Arkansas) da lei estadual permitindo o ensino do "criacionismo científico" no sistema de educação do Arkansas.[2] O juiz federal decidiu que a lei estadual era inconstitucional.

Ruse fez algumas das Gifford Lectures de 2001 em Teologia Natural na Universidade de Glasgow. Suas palestras sobre Naturalismo Evolutivo, "A Darwinian Understanding of Epistemology" e "A Darwinian Understanding of Ethics," estão reunidas em The Nature and Limits of Human Understanding (ed. Anthony Sanford, T & T Clark, 2003). Ruse debate regularmente com William A. Dembski, um proponente do design inteligente.[3] Ruse assume a posição de que é possível conciliar a fé cristã com a teoria evolucionária.[4]

Ruse tentou conciliar ciência e religião, uma posição que o levou a entrar em conflito com Richard Dawkins e o blogueiro da ciência Pharyngula PZ Myers.[5] Ruse também fez várias críticas a figuras proeminentes rotuladas na esfera pública como neo-ateus.[6][7] Por exemplo, de acordo com Ruse, os neo-ateus fazem para o lado da ciência um "grave desserviço", um "desserviço ao conhecimento ." Ruse fez a afirmação de que Dawkins falharia "em qualquer curso de filosofia introdutória ou de religião".[6][7] Ruse também afirmou que The God Delusion faz ele "envergonhado de ser ateu", e referiu-se a novos ateus como "um desastre sangrento", enquanto companheiros ateus de Ruse têm comparado-o a "Neville Chamberlain, o pusilânime apaziguador" e um "engenhoso sem pistas" por sua defesa da religião e dos crentes religiosos.[6][7]

Trabalhos selecionados[editar | editar código-fonte]

Livros Publicados no Brasil[editar | editar código-fonte]

  • Sociobiologia, senso ou contra-senso.
  • Levando Darwin a Sério.

Referências

  1. Biology & Philosophy - Philosophy of Biology Journals, Books & Online Media | Springer (em inglês)
  2. «Testimony of Dr. Michael Ruse». AntiEvolution.org. 1981. Consultado em 3 de fevereiro de 2017 
  3. Stewart, R.B. (2007). Intelligent Design: William A. Dembski & Michael Ruse in Dialogue. New York: Fortress Press 
  4. Ruse, Michael (2000). Can a Darwinian be a Christian?. Cambridge: Cambridge University Press 
  5. Ruse, Michael (2 de junho de 2010). «A Scientific Defense of the Templeton Foundation». Huffington Post. Consultado em 2 de fevereiro de 2017 
  6. a b c Ruse, Michael (Agosto de 2009). «Why I Think the New Atheists are a Bloody Disaster». The BioLogos Foundation as a columnist of Beliefnet. Consultado em 2 de fevereiro de 2017. … Os neo-ateus fazem para o lado da ciência um grave desserviço… Essas pessoas fazem um desserviço ao conhecimento ... Richard Dawkins em seu The God Delusion falharia em qualquer curso de filosofia introdutória ou de religião. Orgulhosamente ele critica aquilo de que ele não sabe nada … a má qualidade da argumentação em Dawkins, Dennett, Hitchens, e todos os outros nesse grupo … os novos ateus estão fazendo terríveis danos políticos à causa da luta contra o Criacionismo. Os americanos são pessoas religiosas ... Eles querem ser amigos da ciência, embora seja certamente verdade que muitos têm sido seduzidos pelos criacionistas. Nós, evolucionistas, temos de falar com essas pessoas. Nós temos que mostrar a eles que o darwinismo é seu amigo, não seu inimigo Temos de colocá-los do nosso lado quando se trata de ciência na sala de aula. E criticar bons homens como Francis Collins, acusando-os de fanatismo, é simplesmente não fazer este trabalho. Nem é criticar todo mundo, como eu, que quer construir uma ponte para os crentes – não aceitando as crenças, mas disposto a respeitar alguém que as tem … The God Delusion me faz envergonhado de ser ateu … Eles são um desastre sangrento … 
  7. a b c Dougherty, T; Gage, LP (2015). «4/ New Atheist Approaches to Religion, pp. 51-62». In: Oppy, Graham. The Routledge Handbook of Contemporary Philosophy of Religion. Oxon and New York: Routledge. p. 52–53. ISBN 9781844658312. Michael Ruse (2009) afirmou que Dawkins falharia em 'qualquer curso de filosofia introdutória ou de religião'; e por esta razão Ruse diz que The God Delusion faz ele 'envergonhado de ser ateu' 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]