Molopaques

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Molopaques
População total

Extinta

Regiões com população significativa
 Minas Gerais
 São Paulo (provável)
Línguas
Língua tupi
Religiões
Animismo, xamanismo
Notas
Em algumas bibliografias às vezes também denominados “malopaques” ou “molopagues”.

Os molopaques foram um povo indígena que segundo relatos históricos teriam habitado as cabeceiras do rio Sapucaí, onde hoje se assenta a microrregião de Itajubá, no extremo sul do atual estado brasileiro de Minas Gerais, divisa com o estado de São Paulo.[1]

O povo molopaque teria-se extinguido com o advento das bandeiras e consequente contato com a escravização, as doenças trazidas pelos conquistadores e a miscigenação.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Segundo o historiador e geógrafo Teodoro Sampaio e o filólogo Antenor Nascentes, o termo “molopaque” seria derivado de do tupi mura'pak, alterado depois para murupak, e significa “gente esperta, viva” ou “o povo ativo”.[2]

Características[editar | editar código-fonte]

O explorador inglês Anthony Knivet os descreveu no século XVII como diferentes de todos os outros indígenas por causa de suas “longas barbas, modos educados e por suas mulheres serem claras e de cabelos louros ou arruivados como as inglesas”.[3] Foram ainda descritos como sendo “de feições delicadas e de grande beleza, olhos azuis e cabelos finos”.[3]

Knivet, nos seus escritos, foi mais longe nos seus relatos e chegou a afirmar:

Se esses canibais tivessem conhecimento de Deus, posso arriscar dizer, não haveria gente no mundo [de tão boa índole] como eles.[1]

Apesar dos modos mais doces e civilizados se comparados a outros selvagens e de não adotarem a poligamia, eles não renunciavam à guerra nem às eventuais práticas antropofágicas.[4] Entre seus costumes, descreve-se que faziam três refeições ao dia e cobriam o corpo com decência.[3]

Referências

  1. a b Anthony Knivet, Sheila Moura Hue, Samuel Purchas (2007). As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet. [S.l.]: Zahar. 255 páginas. ISBN 9788537800157 
  2. Dicionário etimológico da língua portuguesa, volume 2. [S.l.]: Ed. Francisco Alves, Rio de Janeiro. 1932 
  3. a b c Percy Fawcett (2016). Exploration Fawcett. [S.l.]: Hachette UK. 368 páginas. ISBN 9781474605380 
  4. José Ignácio de Abreu e Lima (1843). Compendio da historia do Brasil, volume 1. [S.l.]: E. e H. Laemmert. 352 páginas 
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