Nakbé

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nakbé
Nakbé
Localização atual
Nakbé está localizado em: Guatemala
Nakbé
Mapa de Guatemala
Coordenadas 17° 40' 39.0" N 89° 52' 6.8" O
País Guatemala
Departamento El Petén
Dados históricos
Fundação Entre 1200 a.C. e 1000 a.C.
Abandono Entre 150 d.C. e 250 d.C.
Civilização Civilização Maia
Notas
Arqueólogos Ian Graham (1962)
Richard Hansen (1987)
Acesso público Sim

Nakbé é um sítio arqueológico de um assentamento do período Pré-Clássico Médio Inicial da Civilização Maia. Está localizado no departamento de El Petén, na Guatemala.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

O assentamento se originou entre os anos de 1200 a.C. e 1000 a.C., ocorrendo uma grande ocupação em torno dos anos 1000 a.C. e 600 a.C.. Foi neste período que surgiram a hierarquia social e desigualdade econômica. Acredita-se que o declínio populacional do assentamento, ocorreu a partir do período Pré-Clássico Tardio, entre 150 d.C. e 250 d.C., devido ao crescimento do assentamento próximo, atual sítio El Mirador, que se tornou o centro político e econômico maia mais importante neste período.[3]

Características[editar | editar código-fonte]

O centro cerimonial do sítio está dividido em dois grupos principais, ocidental e oriental; e estão conectados por uma calçada (sacbé) principal. Uma outra calçada liga grupos menores, que estão na periferia, à calçada principal. E outra calçada liga o grupo ocidental ao sítio El Mirador.[2][4][5]

Entre 1000 a.C. e 600 a.C.[editar | editar código-fonte]

Até aproximadamente 800 a.C., as construções consistiam em residências baixas, feitas de taipa com piso de barro compactado. E as edificações eram espalhadas por todo o assentamento. Após 800 a.C., as estruturas passaram a ser construídas com paredes de pedras esculpidas e pisos de sascab (marga calcária) e pisos finos de estuque.[1][2][3]

Foram encontradas evidências de incrustações dentárias e deformação do crânio. Entre os artefatos, encontraram conchas do tipo Strombus pugilis, e obsidianas.[3][5]

Entre 600 a.C. e 300 a.C.[editar | editar código-fonte]

Foram construídas, por cima de antigas construções, grandes plataformas preenchidas com entulho e cobertas com piso de estuque; edifícios com 5 a 18 metros de altura; e sistema hídrico de camais e reservatórios. As estruturas eram construídas com grandes blocos de pedra esculpida, que mediam entre 70 e 90 centímetros de comprimento, e 40 e 50 centímetros de largura.[1][3][5]

Entre os anos 400 a.C. e 300 a.C., passaram a introduzir esculturas no assentamento. A Estela 1, que está localizada na praça central do grupo oriental, possuía 3,5 metros de altura e 1,80 metros de largura, esculpida com duas imagens, uma de Hunahpú e outra de Xbalanqué, com os pés descalços e vestindo trajes cerimoniais reais, com Xbalanqué apontando para cima, em direção a uma cabeça esculpida do deus Hun-Hunahpú. A estala se encontra fragmentada em 45 partes.[2][3]

Entre 300 a.C. e 150 d.C.[editar | editar código-fonte]

Construíram edifícios em padrão triádico, que consistia 3 edifícios, sendo o edifício do centro maior que os das laterais, sobre uma plataforma. E passaram a fazer artes decorativas nas fachadas dos edifícios.[3]

A Estrutura 1, a maior estrutura do sítio, faz parte de uma edificação triádica. Possui 45 metros de altura e uma escadaria central, com 4 máscaras nas laterais esculpidas na pedra. Mais 3 máscaras foram descobertas em outras partes da estrutura, com uma das máscaras possuindo 11 metros de largura e 5 metros de altura, representando o Deus-pássaro Itzam-Ye, com partes ainda coberta com estuque e pintada de verde com traços vermelhos e pretos.[1][3][5]

Estudos e escavações[editar | editar código-fonte]

O sítio foi avistado pela primeira vez, em 1930, durante um voo sobre a região, feita pela Universidade da Pensilvânia, que estava realizando um levantamento dos sítios da região de Petén, através do Projeto Regional de Pesquisa Arqueológica no Norte de Petén, Guatemala (PRIANPEG).[2][3]

O primeiro pesquisador cientifico a visitar o sítio foi Ian Graham da Universidade de Harvard, no ano de 1962, que mapeou uma parte do assentamento e o nomeou de Nakbé, que em iucatecano significa "preso ou perto da estrada".[2][3]

Em 1987, Richard Hansen realizou a Missão Nakbé, onde foi feito o primeiro levantamento arqueológico do sítio.[3]

Referências

  1. a b c d Hansen, Richard D. The Architectural Development of an Early Maya Structure at Nakbé, Petén, Guatemala. Foundation for the Advancement of Mesoamerican Studies (FAMSI).
  2. a b c d e f Morley, Sylvanus Griswold; Sharer, Robert J. (1994). The Ancient Maya: Fifth Edition (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press 
  3. a b c d e f g h i j Hansen, Ricardo D. (1992). «El proceso cultural de Nakbe y el área Nor-Central de Petén: Las épocas tempranas». Asociación Tikal. V Simposio de Investigaciones Arqueológicas en Guatemala, 1991. pp.68-83. Museo Nacional de Arqueología y Etnología, Guatemala. (em espanhol). Consultado em 28 de julho de 2023 
  4. Sharer, Robert J.; Traxler, Loa P. (2006). The Ancient Maya, 6th Edition (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press 
  5. a b c d Ii, Thomas H. Maugh (6 de março de 1992). «Archeologist Finds Mayans' Largest, Oldest Sculpture». Los Angeles Times (em inglês). Consultado em 31 de julho de 2023 

Ver também[editar | editar código-fonte]