Saltar para o conteúdo

O Cortiço: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 72: Linha 72:
João Romão arma um plano para se livrar de Bertoleza. Ele avisa ao dono dela (Pois ele havia forjado uma carta falsa de alforria) de seu paradeiro, esperando que ele a pegasse de volta. Mas, quando o dono dela vem buscá-la, ela se mata, esfaqueando seu próprio ventre.
João Romão arma um plano para se livrar de Bertoleza. Ele avisa ao dono dela (Pois ele havia forjado uma carta falsa de alforria) de seu paradeiro, esperando que ele a pegasse de volta. Mas, quando o dono dela vem buscá-la, ela se mata, esfaqueando seu próprio ventre.


Logo após, João recebe um diploma de sócio benemérito de uma comissão de abolicionistas.
Logo após, João recebe um diploma de sócio benemérito de uma comissão de abolicionistas..


==Aprofundamento==
==Aprofundamento==

Revisão das 14h13min de 4 de outubro de 2013

 Nota: Para outros significados, veja O Cortiço (desambiguação).
O Cortiço
Ficheiro:Cortico.jpg
Autor(es) Aluísio Azevedo
Idioma Português
Assunto [necessário esclarecer]
Lançamento 1890

O Cortiço é um romance de autoria do escritor brasileiro Aluísio Azevedo publicado em 1890.

É um marco do naturalismo no Brasil, onde os personagens principais são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, precursor das favelas, onde moram os excluídos, os humildes, todos aqueles que não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo os seus problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem.

O autor descreve a sociedade brasileira da época, formada pelos portugueses, os burgueses, os negros e os mulatos, pessoas querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo em que presenciam a miséria, ou mesmo a simplicidade de outros.

Essa obra de Aluísio Azevedo tem dois elementos importantes: primeiro, o extensivo uso de zoomorfismo;

Embalado pela onda científica, Aluísio escreve 'O Cortiço' sob as bases do determinismo (o meio, o lugar, e o momento influenciam o ser humano) e do darwinismo, com a teoria do evolucionismo. Sob aspectos naturalistas, isto é, sob olhar científico, a narração se desenvolve em meio a insalubridade do cortiço, propício à promiscuidade, característica do naturalismo. Ao contrário do que se desenvolvia no romantismo, Aluísio descreve o coletivo, explicitando a animalização, que é o uso excessivo do zoomorfismo, caracterizando o ser humano como animal, movido pelo instinto e o desejo sexual, onde inaugura uma classe nunca antes representada: o proletário, evidenciando a desigualdade social vivenciada pelo Brasil, juntamente com a ambição do capitalismo selvagem.

Foi a primeira obra brasileira a expor um relacionamento lésbico.[carece de fontes?]

Sumário do enredo

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.
Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. A comida arranjava-lha, mediante quatrocentos réis por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade.
Bertoleza também trabalhava forte; a sua quitanda era a mais bem afreguesada do bairro. De manhã vendia angu, e à noite peixe frito (...)”

O Cortiço - 1890

O romance não se concentra em um personagem apenas, mas no início, a ação está mais ou menos centrada no português João Romão, ganancioso e avarento comerciante que consegue enganar uma escrava trabalhadeira chamada Bertoleza (Aluísio várias vezes menciona o conceito racialista de que Bertoleza era submissa e trabalhadeira por ser negra), conseguindo assim, uma empregada que trabalhava de graça. João Romão privava-se de todo o luxo, e só gastava dinheiro em coisas que faziam-no ganhar mais dinheiro. Foi assim que ele começou a comprar terreno e construiu o Cortiço.

Miranda, vizinho rico de Romão, e também português, que vivia no luxo, começa a questionar o modo que conseguiu a riqueza, (com o dote de Estela, com quem se casa, mas eles se odeiam) e a invejar João Romão, enriquecendo por conta própria. João Romão, que continua enriquecendo, constrói uma pedreira, e contrata o português Jerônimo para supervisionar os trabalhadores.

O que se segue é a transformação de Jerônimo, de um português forte, trabalhador e honesto em um brasileiro malandro e preguiçoso, (Seguindo os preceitos naturalistas de que o meio determina o homem) graças à sua atração por Rita Baiana, uma mulata que morava no cortiço. Jerônimo briga com Firmo, namorado de Rita Baiana, é esfaqueado e vai para o hospital. Após sair de lá, embosca Firmo com a ajuda de dois amigos e o mata a pauladas, jogando seu cadáver no mar.

Enquanto isso, João Romão começa a invejar Miranda, que acaba de conseguir um título de nobreza(barão). E, quando o cortiço é destruído por um incêndio, ele o reconstrói, mas desta vez, para a classe média, ao invés da ralé que morava lá antes. Depois, ele começa a comprar coisas caras e se interessa em se casar com a filha de Miranda, para se tornar nobre também. Mas há um problema: Bertoleza.

João Romão arma um plano para se livrar de Bertoleza. Ele avisa ao dono dela (Pois ele havia forjado uma carta falsa de alforria) de seu paradeiro, esperando que ele a pegasse de volta. Mas, quando o dono dela vem buscá-la, ela se mata, esfaqueando seu próprio ventre.

Logo após, João recebe um diploma de sócio benemérito de uma comissão de abolicionistas..

Aprofundamento

iO livro além de transformar o homem em um animal (em um processo conhecido por zoomorfismo), personifica o cortiço, que vai nascer (tendo, simbolicamente, como pai João Romão), crescer, espalhar-se (reproduzir-se) e morrer. Os personagens vão ser tratados como uma conseqüência do protagonista, não são causa, são efeito do cortiço, que vai determinar seu comportamento.

Todo personagem que conviver com pessoas consideradas de baixo nível, irão desvirtuar-se, como Pombinha, por exemplo. Era loura, íntegra, moça de boa família. Foi rica até ser órfã de pai, que se suicidou ao falir, deixando-a pobre com sua mãe. Foi descrita como a flor do cortiço. Mas Pombinha convive em um lugar com pessoas humildes, que irão desvirtuá-la. Pombinha conhece Léonie, uma prostituta que irá se relacionar a ela, surgindo o lesbianismo.

Jerônimo era um rapaz trabalhador, honesto, vivia para a mulher, que também vivia para ele, ambos tinham se mudado de Portugal em busca de melhores condições no Brasil. Amavam-se profundamente. Jerônimo vai trabalhar numa pedreira e se hospeda com sua mulher, Piedade, no cortiço. Lá ele conhece Rita Baiana, por quem se apaixona, deixando mulher e filha desamparadas. Piedade se torna alcoólatra, e a filha torna-se a nova "Pombinha" do cortiço.

Ver também

Ligações externas

Acervo de Livros - O Cortiço para Download

Wikisource
Wikisource
A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com O Cortiço
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: O Cortiço
Ícone de esboço Este artigo sobre um livro é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.