Paratalassita

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O paratalassita (em grego: παραθαλασσίτης; romaniz.:parathalassítes; "aquele pelo mar") foi um oficial administrativo e judicial bizantino que, como seu nome implica, exerceu controle sobre o tráfico marítimo e as importações e portagens de bens assim transportados.[1] Embora houvesse vários paratalassitas nas províncias bizantinas, o mais importante titular do ofício foi o paratalassita de Constantinopla, a capital imperial.[2] As origens do ofício são obscuras: uma crônica anônima atribui sua criação ao imperador Justiniano (r. 527–565).[3] Ele pode ser considerado como o equivalente aproximado do conde do rio (em latim: comes riparum) e conde do porto (em latim: comes portus) da Roma Antiga. Como o último, ele foi um oficial subordinado do prefeito urbano, também conhecido como eparca de Constantinopla.[3]

No Cletorológio de Filoteu de 899, é de fato mostrado como sendo de classificação relativamente baixa.[3] O ofício, contudo, evidentemente cresceu em importância mais tarde, durante os século XI-XII, como atestado por suas dignidades seniores (subiu para protoproedro e curopalata) em selos sobreviventes de titulares do ofício. É possível, como supôs Helene Ahrweiler, que cerca do mesmo período o ofício foi removido da alçada do prefeito urbano e feite um departamento independente do governo, colocando o paratalassita em pé de igualdade com o prefeito urbano e o logóteta geral. No século XII, múltiplos titulares do ofício são atestados ao mesmo tempo.[2][4] Não é conhecido quando o ofício foi abolido, mas não aparece nas fontes do século XIII em diante.

Referências

  1. Laiou 2002, p. 1029.
  2. a b Kazhdan 1991, p. 1587.
  3. a b c Kazhdan 1991, p. 1586.
  4. Bury 1911, p. 73.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bury, John B. (1911). The Imperial Administrative System of the Ninth Century: With a Revised Text of the Kletorologion of Philotheos. Londres: Oxford University Press 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8