Perspectiva com um ponto de fuga

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Xilogravura do Século 16 de Albrecht Dürer. Método mecânico para a reprodução de um desenho em perspectiva exata. As cordas que partem dos olhos do espectador para o alaúde correspondem aos raios de luz refletidos por eles.
Estudo de sombras em uma perspectiva com um ponto de fuga de Andrea del Pozzo (1693).

A perspectiva com um ponto de fuga, também conhecida como perspectiva renascentista ou perspectiva central, é o primeiro método de perspectiva exata, que se baseia em um ponto de fuga, situado na linha do horizonte, para o qual convergem as retas paralelas que, ao serem transformadas em diagonais no quadro, sugerem profundidade.

Surgida no Renascimento, através dos desenhos de Filippo Brunelleschi, a perspectiva era um expediente geométrico que produzia a ilusão da realidade, ao mostrar os objetos no espaço em suas posições e tamanhos corretos; a perspectiva capta os fatos visuais e os estabiliza, transformando o observador naquele para o qual o mundo todo converge. [1]

A interpretação de Dürer se baseia na definição moderna que entende a perspectiva como uma seção transversal, feita pelo plano do quadro, na pirâmide visual (ou cone visual, que deu origem ao termo perspectiva cônica).[2][nota 1]

O desenho de observação, à mão livre, não segue o mesmo rigor dos processos exatos e é feito de acordo com a percepção e a experiência individual do artista. O ponto de fuga poderá estar centralizado, deslocado para os lados ou, ainda, estar fora plano visível.[3]

Nota[editar | editar código-fonte]

[nota 1] ^ Esse tipo de perspectiva é comumente chamada de cônica, apesar da imprecisão conceitual do termo, pois, segundo a teoria projetiva, retas visuais, que partem de um observador pontual fixo, dirigem-se para todas as direções, fato esse que ultrapassa os limites do cone e mostra que a esfera teria sido uma escolha mais adequada. Por esse motivo prefere-se a nomenclatura perspectiva central.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Hughes, Robert - The Shock of the New, The Mechanical Paradise, 1987, BBC.
  2. Witting, F. - Von Kunst und Christentum, Estrasburgo, 1903, vol. 8, p. 25-26.
  3. Modesto, Edith Lopes. Olhos de Enxergar. Capítulo 9. São Paulo: Ed. Plêiade.
  4. Lessing, Gotthold Ephraim - Schriften, 1753-1755 (6 vols., rev. ed. 1771), Berlim.
  5. Mandarino, Denis - Desenho Projetivo e Geometria Descritiva. Capítulo VI. São Paulo: Ed. Plêiade, 1996.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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