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Peru 4–2 Áustria (1936)

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Peru 4–2 Áustria (1936)
Evento 4as de final dos Jogos Olímpicos de Berlim-1936
Data 08 de Agosto de 1936
Local Hertha-BSC Platz, Berlim
Árbitro NoruegaNOR Thoralf Kristiansen
Assistente 1:HungriaHUN Pal von Hertzka
Assistente 2: FinlândiaFIN E.k. Pekonen
Público 5.000

Peru 4–2 Áustria foi uma controversa partida de futebol válida pelas 4as de final dos Jogos Olímpicos de Berlim-1936 que foi disputada no dia 8 de Agosto daquele ano.[1] Apesar de vitoriosos dentro de campo, não foi o Peru que seguiu para disputar as semifinais olímpicas. Em um episódio cercado de incertezas e teorias, a Áustria avançou de fase e os peruanos acabaram sendo excluídos da competição. Uma das teorias mais aceitas conta que a FIFA anulou o jogo aparentemente obrigada pelo regime nazista.[2]

A história da Seleção Peruana nas Olimpíadas de 1936 geraram grande constrangimento ao regime nazista, que utilizava o esporte como propaganda da teoria sobre a “superioridade” da raça ariana.[3]

Durante os Jogos Olímpicos de 1936, na Alemanha, Hitler começava sua trajetória como líder máximo da nação. Com a filosofia de que a raça ariana era a superior, o evento deveria ser o palco do predomínio dos arianos na competição.[4]

Após a surpreendente eliminação da Seleção da Alemanha pela Noruega, nas quartas de final, virou questão de honra que a Áustria – terra natal de Adolf Hitler – avançasse na competição.[3]

Segundo o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano em sua obra "Espelhos, uma história quase universal", Hitler estava em um palco do estádio vendo o desempenho austríaco, sua terra de origem. Por conta disso, 3 dos 5 gols marcados pelo Peru no tempo extra foram anulados pelo árbitro que "não queria deixar o ditador insatisfeito", narra o escritor uruguaio.[4]

Curiosamente, o duelo foi encerrado a um minuto do fim do tempo extra, quando supostamente aconteceu uma invasão de campo por parte dos torcedores peruanos, que forçou o abandono da equipe europeia. Esta versão é sustentada por reportagem do jornal inglês Daily Sketch. Os incidentes, porém, ainda são um tanto nebulosos.[3] Relatos dizem que o "grupo de fãs peruanos" na verdade eram comandados por Joseph Goebbels (um dos líderes nazistas), e que o árbitro norueguês Thoralf Kristiansen foi ameaçado de morte a pedido de Goebbels.[carece de fontes?]

Supostamente a mando de Hitler (suspeita nunca oficialmente confirmada), o Comitê Olímpico Internacional e a FIFA ordenaram que o jogo fosse remarcado. Nenhum documento prova isso e a versão teria surgido por volta dos anos 40, quando já eram amplamente conhecidas as atrocidades do nazismo.[3]

A seleção peruana foi convocada para a reunião sobre a anulação e remarcação da partida, mas foram impedidos de chegar ao local da reunião pelos próprios alemães. Desta forma, os peruanos não participaram da reunião, que não puderam se defender das acusações, e assim o Comité Olímpico Internacional e FIFA alinharam com os austríacos uma revanche que foi marcada primeiramente para o dia 10 de agosto e em seguida, novamente agendada para 11 agosto.[5]

Numa reunião extraordinária do Comitê Olímpico do Peru, presidido por Eduardo Dibos, um telegrama urgente do presidente do Peru direcionado ao presidente da delegação peruana, Claudio Martínez, dizia: "Cancelamento inaceitável. Ordem Presidente Benavides. Retornar a Lima com urgência".[5]

Como a equipe vencedora, alegando uma grande conspiração nazista, se recusou a enfrentar a Áustria novamente, foi eliminada da competição. Em solidariedade, a delegação colombiana também aderiu ao boicote. Argentina, Chile, Uruguay e México também expressaram sua solidaridade con Peru, mas continuaram participando dos Jogos. O incidente diplomático foi além do esporte, com protestos em Lima (nos quais a bandeira olímpica foi queimada e houve apedrejamento da embaixada alemã), além do fechamento temporário do porto de El Callao, o principal do país, a navios alemães.

Ficha Técnica da Partida

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08 de Agosto, de 1936 Peru Peru 4 – 2 (pro) Áustria Áustria Hertha-BSC Platz
17:30 (horário local)
Alcalde Gol marcado aos 75 minutos de jogo 75'
Villanueva Gol marcado aos 81 minutos de jogo 81' Gol marcado aos 117 minutos de jogo 117'
Fernández Gol marcado aos 119 minutos de jogo 119'
Relatório Wergin Gol marcado aos 23 minutos de jogo 23'
Steinmetz Gol marcado aos 37 minutos de jogo 37'
Público: 5,000
Árbitro: NoruegaNOR Thoralf Kristiansen
Assistente 1:HungriaHUN Pal von Hertzka
Assistente 2: FinlândiaFIN E.k. Pekonen
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Peru
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Áustria
PERU:
GK 1 Juan Valdivieso
DF 2 Arturo Fernández
DF 3 Víctor Lavalle
MF 4 Carlos Tovar
MF 5 Segundo Castillo
MF 6 Orestes Jordan
FW 7 Adelfo Magallanes
MF 8 Jorge Alcalde Substituído após 82 minutos de jogo 82'
MF 9 Teodoro Fernández
FW 10 Alejandro Villanueva
FW 11 José Morales
Substitutes:
MF ~ Prisco Alcalde
FW ~ Eulogio Garcia
Manager:
Peru Alberto Denegri
AUSTRIA:
GK 1 Eduard Kainberger
DF 2 Ernst Kunz
MF 3 Martin Kargl
MF 4 Anton Krenn
FW 5 Karl Wahlmüller
FW 6 Max Hofmeister
MF 7 Walter Werginz
MF 8 Adolf Laudon
DF 9 Klement Steinmetz
DF 10 Josef Kitzmueller
DF 11 Franz Fuchsberger
Substitutes:
MF ~ Franz Mandl
FW ~ Karl Kainberger
Manager:
Inglaterra James Hogan
  • "Espelhos, uma história quase universal", por Eduardo Galeano
  • "Uma história do futebol peruano", por Guillermo Thorndike

Referências

  1. espn.com.br/ Lado B da Copa: Hitler, terrorismo e política - O extracampo do futebol peruano vai além de Guerrero
  2. «Las Olimpiadas de Berlín». futbolperuano.com (em espanhol). Consultado em 21 de agosto de 2007. Arquivado do original em 23 de agosto de 2007 
  3. a b c d ultimadivisao.com.br/ O dia em que a seleção peruana derrotou o regime nazista (e o que é fato e lenda nessa história)
  4. a b conmebol.com/ A misteriosa anulação de um grande triunfo peruano contra a Áustria em 1936
  5. a b Espejo, Patrick (10 de agosto de 2011). «Hace 75 años Perú se retiró de Berlín 36 tras "humillar" a Hitler». El Comercio. Lima: Empresa Editora El Comercio. Consultado em 29 de junho de 2017