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Pesquisa sobre tratamento da doença pelo vírus Ébola

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Não há cura ou tratamento específico para a doença pelo vírus Ébola atualmente aprovado para o mercado, embora vários tratamentos experimentais estejam sendo desenvolvidos.[1] Para as epidemias passadas e atuais do Ébola, o tratamento tem sido de natureza principalmente de suporte.[2]

Em agosto de 2019, dois tratamentos experimentais conhecidos como REGN-EB3 e mAb-114 foram considerados 90% eficazes.[3][4][5][6]

Visão geral[editar | editar código-fonte]

Em março de 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou um grande surto de Ébola na Guiné, um país da África Ocidental. A doença se espalhou rapidamente para os países vizinhos da Libéria e Serra Leoa. O surto de Ébola na África Ocidental em 2014 é o maior surto de Ébola já documentado e o primeiro registrado na região.[7]

O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID) declarou que a comunidade científica ainda está nos estágios iniciais de entendimento de como a infecção pelo vírus Ébola pode ser tratada e prevenida.[8] A indisponibilidade de tratamentos nas regiões mais afetadas gerou controvérsia, com alguns pedindo a disponibilização de medicamentos experimentais mais amplamente disponíveis na África, em bases humanitárias, e outros alertando que tornar os medicamentos não comprovados amplamente disponíveis seria antiético, especialmente à luz de experimentos anteriores realizados em países em desenvolvimento por empresas farmacêuticas ocidentais.[9][10] Como resultado da controvérsia, em 12 de agosto, um painel de especialistas da OMS endossou o uso de intervenções com efeitos ainda desconhecidos para o tratamento e prevenção do Ébola e também disse que decidir quais tratamentos devem ser usados e como distribuir eles equitativamente eram assuntos que precisavam de mais discussão.[11]

Ensaios convencionais para estudar a eficácia pela exposição de humanos ao patógeno obviamente não são viáveis nesse caso. Para tais situações, a Food and Drug Administration (FDA) estabeleceu a "Regra de Eficácia Animal", permitindo a aprovação de licenciamento limitado com base em estudos com modelos animais que replicam doenças humanas, combinados com evidências de segurança. Vários tratamentos experimentais estão sendo considerados para uso no contexto desse surto e estão atualmente ou em breve serão submetidos a ensaios clínicos.[12] Um projeto de computação distribuída, Outsmart Ebola Together, foi lançado pela World Community Grid em colaboração com o Scripps Research Institute para ajudar a encontrar compostos químicos para combater a doença. Ele usa a capacidade ociosa de processamento dos computadores e tabletes dos voluntários.[13]

O Centro de Pesquisa e Tratamento Epidêmico e Microbiológico foi construído na província guineense de Kindia. O Centro foi projetado e criado por especialistas da RUSAL com a assistência de cientistas da Rospotrebnadzor (a RUSAL investiu US $ 10 milhões).[14]

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Choi, Jin Huk; Croyle, Maria A. (2013). «Emerging Targets and Novel Approaches to Ebola Virus Prophylaxis and Treatment». BioDrugs : clinical immunotherapeutics, biopharmaceuticals and gene therapy. 27 (6). ISSN 1173-8804. PMC 3833964Acessível livremente. PMID 23813435. doi:10.1007/s40259-013-0046-1 
  2. Clark, Danielle V.; Jahrling, Peter B.; Lawler, James V. (21 de setembro de 2012). «Clinical Management of Filovirus-Infected Patients». Viruses. 4 (9): 1668–1686. ISSN 1999-4915. PMC 3499825Acessível livremente. PMID 23170178. doi:10.3390/v4091668 
  3. Jr, Donald G. McNeil (12 de agosto de 2019). «A Cure for Ebola? Two New Treatments Prove Highly Effective in Congo». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 
  4. Maxmen A (12 August 2019). "Two Ebola drugs show promise amid ongoing outbreak". Nature. doi:10.1038/d41586-019-02442-6. ISSN 0028-0836.
  5. Hoenen T, Groseth A, Feldmann H (24 July 2019). "Therapeutic strategies to target the Ebola virus life cycle". Nature Reviews. Microbiology. 17 (10): 593–606. doi:10.1038/s41579-019-0233-2. ISSN 1740-1526. PMID 31341272.
  6. «Investigational Monoclonal Antibody to Treat Ebola Is Safe in Adults | NIH: National Institute of Allergy and Infectious Diseases». www.niaid.nih.gov (em inglês). Consultado em 5 de março de 2020 
  7. «HAN Archive - 00364|Health Alert Network (HAN)». web.archive.org. 8 de agosto de 2014. Consultado em 5 de março de 2020 
  8. Roberts, Dan (16 de outubro de 2014). «CDC director warns Ebola like 'forest fire' as Congress readies for hearing». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  9. «Africans, three Ebola experts call for access to trial drug». Los Angeles Times (em inglês). 7 de agosto de 2014. Consultado em 5 de março de 2020 
  10. Pollack, Andrew (8 de agosto de 2014). «Ebola Drug Could Save a Few Lives. But Whose?». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 
  11. «WHO | Ethical considerations for use of unregistered interventions for Ebola virus disease (EVD)». WHO. Consultado em 5 de março de 2020 
  12. «Ebola: The race for drugs and vaccines». BBC News (em inglês). 27 de março de 2015 
  13. «You Don't Need a PhD to Do Research on an Ebola Cure». Time (em inglês). Consultado em 5 de março de 2020 
  14. «Ebola 2.0 – Lessons Learned in 2014 May Not Suffice | Africa Times». web.archive.org. 23 de maio de 2017. Consultado em 5 de março de 2020