Piolhinho-chiador
Piolhinho-chiador | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Phyllomyias burmeisteri Cabanis & Heine, 1860[2] | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição geográfica do piolhinho-chiador.
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Sinónimos | |||||||||||||||
Tyranniscus burmeisteri |
O piolhinho-chiador (Phyllomyias burmeisteri) é uma especie de ave passeriforme da família Tyrannidae, pertencente ao gênero Phyllomyias, por vezes colocada no gênero Tyranniscus segundo algumas fontes. Diversos autores consideram que essa espécie congrega mais de uma espécie. É nativa da América do Sul e do sudeste da América Central.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Mede 11,5 cm. Plumagem oliva por cima, com sobrancelha e anel ocular amarelados, a asa é escura com duas faixas amarelas, a mandíbula é amarelo forte. A garganta e o peito são cinza-oliváceos, com a barriga amarelada.[3]
Distribuição e hábitat
[editar | editar código-fonte]O grupo de subespécies zeledoni ocorre de forma disjunta e localizada na Costa Rica, oeste do Panamá, norte da Colômbia e Venezuela, nos tepuis do leste da Venezuela e ao longo dos Andes da Colômbia até o sudeste do Peru;[4] a subespécie burmeisteri apresenta distribuição mais ampla em duas grandes regiões: o sudeste e o sul do Brasil, sudeste do Paraguai, extremo nordeste da Argentina e nos Andes desde o noroeste da Bolívia até o noroeste da Argentina.[5]
Esta espécie varia de bastante comum localmente a pouco comum (talvez apenas ignorada) em seus habitats naturais: o dossel e as bordas de mata de florestas montanas úmidas e de sopés de montanha, entre os 600 e os 1600 m de altitude.[6]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]O piolhinho-chiador foi tratado por muito tempo em seu próprio género Acrochordopus, devido ao tarso distintivamente serrilhado, porém esta característica agora não é considerada um caráter genérico suficiente.[5]
Os estudos de Fitzpatrick (2004)[7] sugerem que o gênero Phyllomyias, no qual o piolhinho-chiador era anteriormente colocado, é polifilético. As espécies Phyllomyias fasciatus, P. griseiceps, P. griseocapilla e P. weedeni não seriam parentes próximos das demais espécies, o que forçaria, no caso de uma separação, a volta de gêneros aos quais estas espécies já pertenceram no passado, como Tyranniscus, Acrochordopus e Xanthomyias.[8] Desse modo, o piolhinho-chiador foi colocado no gênero Tyranniscus pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO),[9] embora as entidades internacionais continuem classificando-o no gênero Phyllomyias.
O grupo de subespécies T. burmeisteri zeledoni é tratado como uma espécie separada (Phyllomyias zeledoni) pelo Congresso Ornitológico Internacional (IOC)[10] seguindo vários autores, entre eles Ridgely & Greenfield (2001),[11] e Ridgely & Tudor (2009),[6] o que foi seguido, também, pelo Handbook of the Birds of the World (HBW) e pela Birdlife International (BLI).[4]
O grupo leucogonys, integrado por outras quatro subespécies, também tem sido considerado como formando uma terceira espécie, mas as informações biológicas sobre todas as populações permanecem escassas e as relações genéticas e vocais não foram estudadas; mais pesquisa faz-se necessária, especialmente na possível área de contato entre esse grupo e o nominal no sul do Peru e norte da Bolívia.[4]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]De acordo com o Clements Checklist v.2018,[12] são reconhecidas seis subespécies, com sua correspondente distribuição geográfica:[5][4][nota 1]
- Grupo monotípico zeledoni:
- Phyllomyias burmeisteri zeledoni (Lawrence, 1869) - Costa Rica e oeste do Panamá.
- Grupo politípico leucogonys:
- Phyllomyias burmeisteri leucogonys (P.L. Sclater & Salvin, 1871) – ao leste dos Andes desde a Colômbia para o sul até o sudeste do Peru.
- Phyllomyias burmeisteri wetmorei (Aveledo & Pons, 1953) - Sierra de Perijá, no oeste da Venezuela.
- Phyllomyias burmeisteri viridiceps (J.T. Zimmer & Phelps, Sr, 1944) - montanhas do norte da Venezuela (de Carabobo a Miranda).
- Phyllomyias burmeisteri bunites (Wetmore & Phelps, Jr, 1956) - Chimantá-tepui, no sudeste de Bolívar (leste da Venezuela).
- Grupo monotípico burmeisteri:
- Phyllomyias burmeisteri burmeisteri Cabanis & Heine, 1860 – ao leste dos Andes da Bolívia (ao sul desde La Paz) e noroeste da Argentina (ao sul até Tucumã, também localmente desde o leste e sudeste do Brasil (sudeste da Bahia até o norte do Rio Grande do Sul), sudeste do Paraguai e nordeste da Argentina (Misiones).
Notas
- ↑ Por uma questão de coerência, este artigo indica as subespécies no gênero oficialmente válido no Brasil (Tyranniscus), mas o texto referenciado considera o gênero anterior, Phyllomyias.
Referências
- ↑ BirdLife International (2012). «Phyllomyias burmeisteri». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 26 de Novembro de 2013
- ↑ Cabanis, J.; Heine Sr., F. (1859–1860). «Verzeichniss der ornithologischen Sammlung des Oberamtmann Ferdinand Heine, auf Gut St. Burchard vor Halberstadt». Museum Heineanum (em alemão). II. Theil, die Schreivögel enthaltend. [1–2] pp. 1-176. Halberstadt: R. Frantz. p. 57. doi:10.5962/bhl.title.112135
- ↑ Gwyne, John; Ridgely, Robert; Argel, Martha (2015). Aves do Brasil Vol.2 Mata Atlântica do Sudeste. [S.l.]: Editora Horizonte. p. 265. ISBN 978-85-88031-38-8
- ↑ a b c d «White-fronted Tyrannulet (Tyranniscus zeledoni)». Handbook of the Birds of the World – Alive (em inglês). Consultado em 29 de abril de 2019
- ↑ a b c «Rough-legged Tyrannulet (Phyllomyias burmeisteri)». Handbook of the Birds of the World – Alive (em inglês). Consultado em 29 de abril de 2019
- ↑ a b Ridgely, Robert; Tudor, Guy (2009). Field guide to the songbirds of South America: the passerines. Col: Mildred Wyatt-World series in ornithology (em inglês) ISBN 978-0-292-71748-0.
Phyllomyias burmeisteri e Phyllomyias zeledoni, p. 406, prancha 41(6)
ed. Austin: University of Texas Press. - ↑ Fitzpatrick, J.W. (2004). «Genus Phyllomyias». Pp. 259-262 En: del Hoyo, J., A. Elliott, & D. A. Christie. eds. Handbook of the Birds of the World. Vol. 9. «Cotingas to Pittas and Wagtails». Lynx Edicions, Barcelona. ISBN 84-87334-69-5
- ↑ Part 8. Suboscine Passeriformes, C (Tyrannidae to Tityridae) Ver notas 2 a 8 em Tyrannidae em A Classification of the Bird Species of South America - South American Classification Committee - American Ornithologists' Union. Em inglês.
- ↑ «Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos» (PDF). Junho de 2015. Consultado em 7 de junho de 2021
- ↑ Gill, F. & Donsker, D. (Eds.). «Tyrant flycatchers». IOC – World Bird List (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2018
- ↑ Ridgely, R.S., & Greenfield, P.J. (2001). The birds of Ecuador. Vol. I. Status, distribution, and taxonomy. Cornell University Press, Ithaca, New York.
- ↑ Clements, J.F., Schulenberg,T.S., Iliff, M.J., Roberson, D., Fredericks, T.A., Sullivan, B.L. & Wood, C.L (2018). «The eBird/Clements checklist of birds of the world». The Cornell Lab of Ornithology (Planilha Excel) (em inglês). Disponível para download
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Vídeos, fotos e sons de Phyllomyias burmeisteri em The Internet Bird Collection.
- Vídeos, fotos e sons de Phyllomyias zeledoni em The Internet Bird Collection.
- Sons e mapa de distribuição de Phyllomyias burmeisteri no xeno-canto.
- Sons e mapa de distribuição de Phyllomyias zeledoni no xeno-canto.
- Fotos e sons de Tyranniscus burmeisteri em Wikiaves.
- «PhotoAves». Fotos e informações sobre a espécie. Consultado em 12 de fevereiro de 2010