Porta suicida

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Lincoln Continental com portas traseiras suicidas. Portas do lado esquerdo abertas
A DKW Vemaguet tinha portas dianteiras suicidas
BMW i3
Uma porta traseira suicida aberta em um Rolls-Royce Ghost

Uma porta suicida é uma porta de automóvel articulada na traseira ao invés vez de na frente.[1][2][3] Essas portas foram originalmente usadas em carruagens puxadas por cavalos,[1][4] mas raramente são encontrados em veículos modernos, principalmente porque são percebidos como menos seguros do que uma porta com dobradiças dianteiras.

História[editar | editar código-fonte]

As portas suicidas eram comuns em carros fabricados na primeira metade do século XX,[2] incluindo o icônico Citroën Traction Avant. Na era anterior aos cintos de segurança, a abertura acidental dessas portas significava que havia um risco maior de cair do veículo em comparação com as portas articuladas na dianteira, onde o fluxo de ar fecha as portas ao invés de abri-las ainda mais.[3]

As portas com dobradiças traseiras eram especialmente populares entre os mafiosos na era dos gângsteres da década de 1930, supostamente devido à facilidade de empurrar os passageiros para fora de veículos em movimento com o ar ao redor do carro em movimento segurando a porta aberta, de acordo com Dave Brownell, ex-editor da revista Hemmings Motor News.[3]

Após a Segunda Guerra Mundial, as portas com dobradiças traseiras eram principalmente limitadas às portas traseiras dos sedãs de quatro portas. O uso mais conhecido de portas com dobradiças traseiras em automóveis americanos pós-Segunda Guerra Mundial foram os Lincoln Continental 4 portas conversíveis e sedãs (1961-1969), Cadillac Eldorado Brougham 1956-1959 sedãs 4 portas e Ford Thunderbird 1967-1971 sedãs 4 portas.[3] O Rover P4 britânico usava portas traseiras suicidas. Os sedãs e cupês alemães Goggomobil tinham carrocerias de duas portas com dobradiças traseiras até 1964.[5]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Dentre os automóveis produzidos no Brasil, as portas suicidas foram usadas no sedã de 4 portas DKW-Vemag Belcar (somente nas portas dianteiras) e na perua de 2 portas DKW-Vemag Vemaguet, que entraram em produção no país na segunda metade da década de 1950. Ambos os carros mantiveram suas portas dianteiras suicidas até 1964, mudando-as para portas convencionais, a favor da segurança; e foram fabricados até 1967.

Em 2013, a Fiat deu à Fiat Strada uma porta suicida na 2ª fileira no lado direito em sua versão cabine dupla. O objetivo da novidade era facilitar o acesso à segunda fileira, mas na prática o problema não foi resolvido em sua totalidade; pois para que ela fosse aberta, era necessária que fosse aberta a porta do passageiro da 1ª fileira. Isso permaneceu até o fim da produção da 1ª geração da Strada. Já na 2ª geração da Strada em 2020, a versão cabine dupla passa a ter 4 portas convencionais.[6]

Referências

  1. a b «Boletim Autoesporte CBN: conheça algumas curiosidades sobre as portas suicidas». Globo. Autoesporte 
  2. a b «Suicide Doors». Diseno-Art.com (em inglês). Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2013 
  3. a b c d Mayersohn, Norman (11 de julho de 2003). «Don't Call Them Suicide Doors». The New York Times (em inglês) 
  4. Bird, Anthony; Hutton-Stott, Francis (1965). Lanchester Motorcars, A History (em inglês). Londres: Cassell. p. 96 
  5. Goggomobil
  6. Renan Bandeira (27 de junho de 2020). «3 portas, 4 portas, Toro, Plus: as inovações e sacadas das picapes Fiat». Quatro Rodas 
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