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Denomina-se Motim das Mulheres, Guerra das Mulheres ou Revolta das Mulheres o movimento que ocorreu a 30 de agosto de 1875 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte. Naquele dia, cerca de trezentas mulheres saíram pelas ruas da cidade em passeata, com o objetivo de protestar contra a obrigatoriedade do alistamento militar. As mulheres fizeram de refém o escrivão de paz e em praça pública rasgaram o livro e os papéis que recrutavam os homens mossoroenses para lutar na Guerra do Paraguai. Revoltadas, mulheres nordestinas invadiram repartições públicas e delegacias, armadas com pedras e pedaços de pau, para rasgar documentos que convocavam seus maridos para o Exército ou para a Marinha.
A sede do jornal O Mossoroense (terceiro mais antigo do Brasil e o quarto da América Latina ainda em atividade) foi o principal palco do motim. Entre as líderes da revolta, estavam Joaquina de Souza, Maria Filgueira e Anna Rodrigues Braga, conhecida como Anna Floriano, esta última chegou a empunhar um espeto de ferro para defender a redação do jornal local da invasão dos mandantes de um político que queria impedir a publicação dos fatos.
O fim dessa revolta ocorreu de forma semelhante à Inconfidência Mineira: revoltosas foram escolhidas a dedo e condenadas à morte por enforcamento ou fuzilamento.