Pteraeolidia ianthina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPteraeolidia ianthina
Pteraeolidia ianthina
Pteraeolidia ianthina
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Clado: clade Heterobranchia
clade Euthyneura
clade Nudipleura

clade Nudibranchia
clade Dexiarchia
clade Cladobranchia
clade Aeolidida

Classe: Gastropoda
Superfamília: Aeolidioidea
Família: Facelinidae
Género: Pteraeolidia
Espécie: P. ianthina
Nome binomial
Pteraeolidia ianthina
(Angas, 1864)[1]
Sinónimos
Vista anterior do nudibrânquio Pteraeolidia ianthina.

Pteraeolidia ianthina (Angas, 1864) é uma espécie de gastrópode nudibrânquio, a marinho da família Facelinidae de lesmas-do-mar .[2][3] A espécie tem a sua área de distribuição natural repartida por diversos habitats costeiros e pelos recifes de coral do sudoeste do Pacífico, desde o Hawaii às Filipinas, ao nordeste da Austrália e à Nova Zelândia.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Pteraeolidia ianthina é uma das mais comuns e conhecidas espécies de eolídio (Aeolidida) do Pacífico tropical, frequentemende designado pelo nome comum de dragão-azul ("blue dragon") na costa leste da Austrália, pela sua coloração dominante e semelhança com um dragão chinês.[4] É um dos nudibrânquios mais comuns nas águas costeiras da costa leste australiana e na Grande Barreira de Coral, vivendo na zona eufótica até aos 30 m de profundidade.

O animal tem um corpo elongado, com cerca de 7 cm de comprimento, recobertos por múltiplos grupos de longos espinhos (cerata) implantados ao longo do comprimento do corpo. A extremidade dos cerata contêm nematocistos que podem infligir picadas dolorosas em humanos. Os grossos rinóforos e os longos tentáculos cefálicos apresentam pelo menos duas vistosas bandas de coloração azul escuro. Os espécimes jovens são muito mais curtos, têm menos cerata, e são frequentemente confundidos com outras espécies de nudibrânquios.[3][5]

O corpo é translucente, com coloração que varia de azul a acastanhado, mas são os cerata, cuja cor varia de púpura escuro a gastanho dourado, que dão a estes nudibrânquios a sua coloração distinta. Ocorrem morfos com diferentes colorações, não sendo incomuns os espécimes de cor verde. Parte da variabilidade observada na coloração corporal deve-se à presença de zooxantelas, organismos fotossintéticos que vivem como endossimbiontes nos tecidos do animal.

As zooxantelas (entre as quais predominam os diniflagelados do género Symbiodinium), continuam a sua actividade fotossintética no interior do corpo translúcido da lesma-do-mar, aparecendo como pigmentos acastanhados ou esverdeados na pele do animal. As zooxantelas, e também os nematocistos, parecem resultar da ingestão de celenterados que já os conteriam nos seus tecidos. As zooxantelas instalam-se em vacúolos que se formam na célula hospedeira a partir da sua endoderme.[6]

Através da relação endossimbiótica com os protistas unicelulares formadores das zooxantelas, esta lesma-do-mar desenvolveu a habilidade de suplementar a componente energética da sua dieta com a captação de radiação solar que é transformada em açúcares e outros compostos orgânicos pelos simbiontes formadores das zooxantelas. A origem destas parece ser a ingestão de hidróides que contêm as zooxantelas simbióticas. Após a ingestão, as zooxantelas são "cultivadas" em divertículos do seus sistema digestivo. As zooxantelas convertem a energia da radiação solar em açúcares, os quais são uados pelo nudibrânquio,[7] que em troca fornece dióxido de carbono e nutrientes.

Notas

  1. a b (em francês) Angas G. F. (1864). "Description d'espèces nouvelles appartenant à plusieurs genres de Mollusques Nudibranches des environs de Port-Jackson (Nouvelle-Galles du Sud), accompagnée de dessins faits d'après nature". Journal de Conchyliologie, series 3, 12: 43-70, pls. 4-6. Description is the page 66-67. Plate 6, figure 6.
  2. Bouchet P. & Rocroi J.-P. (Ed.); Frýda J., Hausdorf B., Ponder W., Valdes A. & Warén A. 2005. Classification and nomenclator of gastropod families. Malacologia: International Journal of Malacology, 47(1-2). ConchBooks: Hackenheim, Germany. ISBN 3-925919-72-4. ISSN 0076-2997. 397 pp. http://www.vliz.be/Vmdcdata/imis2/ref.php?refid=78278
  3. a b Rosenberg, G. (2012). Pteraeolidia ianthina. Accessed through: World Register of Marine Species at http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=213527 on 1 September 2012
  4. http://www.philippine-seaslugs.com/AEOLIDINA/Pteraeolidia_ianthina.htm[ligação inativa] Pteraeolidia ianthina
  5. http://seaslugsofhawaii.com/species/Pteraeolidia-ianthina-a.htm Pteraeolidia ianthiana by Cory Pittman and Pauline Fiene
  6. Sutton & Hoegh-Guldberg, Host-Zooxanthella Interactions in Four Temperate Marine Symbioses; Assessment of Effect of Host Extract on Symbionts; The Biological bulletin, Marine Biological Laboratory (Woods Hole, Mass.). v. 178 (1990) p. 175
  7. http://www.seaslugforum.net/factsheet.cfm?base=pteriant

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Rudman, W. B. (1982). "The taxonomy and biology of further aeolidacean and arminacean nudibranch molluscs with symbiotic zooxanthellae. Zoological Journal of the Linnean Society 74(2):147-196.
  • Yonow, N., R. Anderson C. & ButtressS. G. (2002). "Opisthobranch molluscs from the Chagos archipelago, central Indian Ocean". Journal of Natural History 36(7): 831-882.
  • Richmond, M. (Ed.) (1997). A guide to the seashores of Eastern Africa and the Western Indian Ocean islands. Sida/Department for Research Cooperation, SAREC: Stockholm, Sweden. ISBN 91-630-4594-X. 448 pp. (
  • Willan, R. (2009). Opisthobranchia (Mollusca). In: Gordon, D. (Ed.) (2009). New Zealand Inventory of Biodiversity. Volume One: Kingdom Animalia. 584 pp

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Pteraeolidia ianthina