Pântano da Cabra
Pântano da Cabra | |
---|---|
A recém-fundada cidade de Roma e o Pântano da Cabra na planície do Campo de Marte. | |
Informações gerais | |
Tipo | Pântano ou piscina |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | Região VII - Via Lata |
Coordenadas | 41° 53′ 54″ N, 12° 28′ 36″ L |
Pântano da Cabra | |
Localização em mapa dinâmico |
Pântano da Cabra (em latim: Palus Caprae/Capreae[1]) era um pântano ou piscina da Roma Antiga situado no Campo de Marte, em Roma, que era abastecido pelo rio Petrônia. Localizava-se exatamente onde posteriormente fora construído o Panteão de Agripa, embora sua extensão seja desconhecida. Na mitologia romana, foi o local onde Rômulo ascendeu à divindade.
Descrição
[editar | editar código-fonte]O Pântano da Cabra era uma pequena bacia situada no local onde depois o Panteão seria construído,[2] a oeste do local onde supostamente ficava o Altar de Marte, construído por Numa Pompílio, o sucessor de Rômulo.[3] Ele provavelmente estendeu-se pela parte mais baixa do Campo de Marte em direção ao rio Tibre[4] e era alimentado por um riacho chamado Petrônia (Petronia Amnis)[5][6] que pelo tempo do imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) já havia desaparecido ou sido drenado.[7]
Ludwig Preller defendeu que o local seria o mesmo que a Edícula Caprária (em latim: Aedicula Capraria) que está listada nos Regionários na Região VII - Via Lata,[8] enquanto Samuel Ball Platner sugere que estava próximo à Edícula Caprária e o Vico Caprário.[4] Filippo Coarelli especulou que a importância mítica do Pântano da Cabra teria sido a razão pela qual o Panteão foi construído no local.[9]
Mitologia
[editar | editar código-fonte]Nas nonas de quintil (7 de julho), Rômulo estava passando em revista o exército romano no Campo de Marte, perto do Pântano da Cabra. Subitamente irrompeu uma tempestade acompanhada de um eclipse solar e uma inundação tomou o local. Quando ela recuou e os aterrorizados romanos reemergiram de seus refúgios, seu rei havia desaparecido.[3] A ocasião era comemorada ritualmente pela Caprotínia ou Nonas Caprotinas (Nonae Caprotinae).[10]
Júlio Próculo alegou que Rômulo lhe teria aparecido em sonho e anunciado que deveria ser conhecido dali em diante como o deus Quirino, pois os deuses o haviam levado para viver entre eles. Apesar de Rômulo não ter efetivamente "morrido", seu túmulo estaria supostamente localizado no Comício, sob o Lápis Níger.[11][12][13]
Referências
- ↑ Ovídio, Fastos 2.491.
- ↑ Richardson 1992, p. 66.
- ↑ a b Rehak 2006, p. 11.
- ↑ a b Platner 1929, p. 98.
- ↑ Purcell 1996, p. 184.
- ↑ Bradley 2012, p. 88-.
- ↑ Richardson 1992, p. 70.
- ↑ Preller 1846, p. 137.
- ↑ Coarelli 1997.
- ↑ Takács 2010, p. 52-53.
- ↑ Plutarco século Ia, 33.7 33.7.
- ↑ Plutarco século Ib, 27.6 27.6.
- ↑ Grimal 1991, p. 408.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bradley, Mark (2012). Rome, Pollution and Propriety: Dirt, Disease and Hygiene in the Eternal City from Antiquity to Modernity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-1-107-01443-5
- Coarelli, Filippo (1997). Il Campo Marzio: dalle origini alla fine della Repubblica (em italiano). [S.l.: s.n.]
- Grimal, Pierre; Kershaw, Stephen; Maxwell-Hyslop, A. R. (1991). Dictionary of Classical Mythology. [S.l.]: Penguin Books. ISBN 0140512357
- Platner, Samuel Ball (1929). A Topographical Dictionary of Ancient Rome. Londres: Oxford University Press
- Plutarco (século Ia). Vidas Paralelas 🔗. Vida de Camilo (em latim). [S.l.: s.n.]
- Plutarco (século Ib). Vidas Paralelas 🔗. Vida de Rômulo (em latim). [S.l.: s.n.]
- Preller, Ludwig (1846). Die Regionen der Stadt Rom: nach den besten Handschriften berichtigt und mit einleitenden Abhandlungen und einem Commentare begleitet (em alemão). [S.l.]: C. Hochhausen
- Purcell, Nicholas (1996). «Rome and the Management of Water: Environment, Culture, and Power». Human Landscapes in Classical Antiquity: Environment and Culture. [S.l.]: Routledge
- Rehak, Paul; Younger, John G. (2006). Imperium and Cosmos: Augustus and the Northern Campus Martius. [S.l.]: University of Wisconsin Press
- Richardson, L. (1992). A New Topographical Dictionary of Ancient Rome. [S.l.]: JHU Press. ISBN 978-0-8018-4300-6
- Takács, Sarolta A. (2010). Vestal Virgins, Sibyls, and Matrons: Women in Roman Religion. [S.l.]: University of Texas Press. ISBN 0292773579