Relações entre África do Sul e Moçambique

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Relações entre Moçambique e África do Sul
Bandeira da Moçambique   Bandeira de África do Sul
Mapa indicando localização da Moçambique e de África do Sul.
Mapa indicando localização da Moçambique e de África do Sul.

As relações entre África do Sul e Moçambique referem-se às relações bilaterais entre a República de Moçambique e a República da África do Sul. As relações governamentais tiveram inicio em 1923, durante a época colonial, quando a União Sul-Africana firmou acordos formais com o Império Português para a colónia da África Oriental Portuguesa (Moçambique) relacionados a trabalho, transportes e assuntos comerciais.[1] Graça Machel, a primeira-dama inaugural de Moçambique de 1975 a 1986, casaria-se mais tarde com o primeiro presidente da África do Sul pós-apartheid, Nelson Mandela, a 18 de julho de 1998, no octogésimo aniversário de Mandela. Eles permaneceram casados até a morte de Mandela, a 5 de dezembro de 2013, aos noventa e cinco anos. (anteriormente ela foi casada com o primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, que morreu num acidente de avião a 19 de outubro de 1986, com cinquenta e três anos). Embora a África do Sul seja preponderante na região em termos de recursos económicos e força militar, Moçambique é considerado um Estado de segundo nível na África Austral e um parceiro crucial para Pretória.[2]

Apartheid[editar | editar código-fonte]

Relações entre os brancos[editar | editar código-fonte]

Os brancos sul-africanos e os brancos em Moçambique português tiveram relações muito próximas durante a era colonial. Quando a África do Sul implementou as leis do apartheid, Lourenço Marques, a antiga designação da capital de Moçambique, Maputo, tornou-se um destino para muitos brancos fugirem das políticas sociais conservadoras do governo do apartheid. Quando Moçambique obteve a independência de Portugal em 1975, milhares de brancos nascidos em Moçambique atravessaram a fronteira para a África do Sul, cujos descendentes são hoje sul-africanos portugueses.

Relações entre os negros[editar | editar código-fonte]

Os povos shangaan ou tsonga vivem em ambos os lados da fronteira África do Sul-Moçambique. O movimento negro entre os dois países existiu em grande parte devido à possibilidade de emprego de moçambicanos nas minas da África do Sul. As remessas transfronteiriças constituem uma parte importante da economia moçambicana.

Guerra[editar | editar código-fonte]

A África do Sul desempenhou um papel importante na Guerra Civil Moçambicana ao apoiar a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) contra o governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). A África do Sul e Moçambique assinaram o Acordo de Nkomati em 1984, que encerrou oficialmente o papel da África do Sul na guerra, embora continuasse até o advento da democracia na África do Sul em 1994.[3]

Referências

  1. «Mozambique». Gabinete de Cooperação e Relações Internacionais da África do Sul (em inglês). Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul. Consultado em 18 de abril de 2017 
  2. Schenoni, Luís Leandro (inverno de 2016). «Subsystemic Unipolarities? Power Distribution and State Behaviour in South America and Southern Africa». Strategic Analysis (em inglês). 41 (1): 74-86. doi:10.1080/09700161.2016.1249179 
  3. «Relations with African States». Library of Congress Country Studies (em inglês). Biblioteca do Congresso. Consultado em 18 de abril de 2017