Revolução dos Crisântemos
Revolução dos Crisântemos | |
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Soldados revolucionários com a flor que representou o levante | |
Participantes | Habitantes de Budapeste |
Localização | Budapeste, Áustria-Hungria |
Data | 30 de outubro de 1918 (106 anos) |
Resultado | Independência da Hungria |
Anterior | Monarquia |
Posterior | República Democrática Húngara |
Parte de uma série sobre a |
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A Revolução dos Crisântemos (em húngaro: Őszirózsás forradalom) foi o nome que recebeu a revolta incruenta de algumas tropas fiéis ao Conselho de Soldados de Budapeste que, na noite de 30 de outubro de 1918, tomaram vários edifícios públicos, bancos e a central dos correios e, diante da passividade da guarnição local, forçaram o imperador austro-húngaro Carlos I demitir o recém-nomeado primeiro-ministro János Hadik e entregar o governo ao dirigente do Conselho Nacional, Mihály Károlyi.
O levante contra o governo imperial, desencadeado pelo Conselho de Soldados e apoiado pela população da capital, levou o Conselho Nacional ao poder, apesar deste não ter liderado o movimento.[1] A revolução levou à independência da Hungria do Império Áustro-Húngaro e à proclamação da República Democrática Húngara, que tentou em vão manter a unidade territorial do país e aplicar diversas reformas políticas, econômicas e sociais. Seu fracasso cinco meses depois resultou numa nova mudança política, com a proclamação da República Soviética Húngara.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Após a renúncia em 23 de outubro de 1918 do gabinete de Sándor Wekerle,[2] que havia se oposto às reformas propostas pelos políticos austríacos para tentar salvar o Império Áustro-Húngaro, o imperador procurou nomear alguém próximo ao conde Gyula Andrássy para o cargo de primeiro-ministro.[3] Mihály Károlyi, que havia forçado István Tisza a admitir a derrota na guerra no dia anterior e ameaçava tomar o poder se não fosse nomeado para encabeçar o governo, foi ignorado pelo monarca.[2] Enquanto isso, a situação se deteriorava rapidamente, com a desintegração do exército na frente e com a passagem do poder real para as ruas da capital magiar.[3]
No mesmo dia 23 de outubro, os dirigentes do partido de Károlyi, do Partido Social-Democrata e do Partido Radical decidiram formar um conselho nacional,[2] que foi estabelecido dois dias mais tarde.[4][5][6][7] Num manifesto em 25 de outubro, que contava com doze pontos (semelhante ao manifesto proclamado durante a Revolução húngara de 1848),[8] reclamava a independência da Hungria do Império, o fim da aliança com a Alemanha, a realização de eleições com sufrágio universal secreto, incluindo as mulheres, a democratização do política nacional, a liberação dos presos políticos e o respeito aos direitos civis.[5][6][8][9] Exigia também a aplicação de medidas para evitar a fome, uma reforma agrária e o embargo parcial do capital.[5]
Referências
- ↑ Pastor 1976, p. 37.
- ↑ a b c Pastor 1976, p. 30.
- ↑ a b Vermes 1986, p. 448.
- ↑ Zsuppán 1965, p. 314.
- ↑ a b c Völgyes 1971, p. 30.
- ↑ a b Szilassy 1971, p. 20.
- ↑ Pastor 1976, p. 32.
- ↑ a b Pastor 1976, p. 31.
- ↑ Vermes 1986, p. 449.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Pastor, Peter (1976). Hungary between Wilson and Lenin : the Hungarian revolution of 1918-1919 and the Big Three. Nova Iorque: Columbia University Press. ISBN 9780914710134
- Szilassy, Sándor (1971). Revolutionary Hungary 1918-1921. Astor Park: Danubian Press. ISBN 9780879340056
- Vermes, Gabor (1986). Istvan Tisza: the liberal vision and conservative statecraft of a Magyar nationalist. Nova Iorque: Columbia University Press. ISBN 9780880330770
- Völgyes, Iván (ed.) (1971). Hungary in revolution, 1918-19: nine essays. Lincoln: University of Nebraska Press. ISBN 0803207883
- Zsuppán, Ferenc Tibor (1965). «The Early Activities of the Hungarian Communist Party, 1918-19». The Slavonic and East European Review. 43 (101): 314-334. ISSN 0037-6795