Robótica Livre

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História:

O Projeto Robótica Livre foi criado pelo Professor Danilo Rodrigues César no ano de 2001 quando ele frequentava (como aluno especial) as aulas de Educação Tecnológica no CEFET-MG. Em agosto de 2002 o professor Danilo apresentou no seminário da disciplina o kit de robótica pedagógico integrado com a linguagem Logo, no ambiente GNU/Linux. Esse kit possuía a função de reproduzir através de LED's (Diodo Emissor de Luz) o que os comandos da linguagem Logo constrói na tela do computador. O kit de robótica pedagógico no ano de 2002 foi modificado para ter mais recursos técnicos e utilizava partes do lixo tecnológico/eletrônico como material de construção, e, o Hardware Livre foi disponibilizado como "Interface de Hardware Livre (IHL)" - que utilizava a porta paralela como via de comunicação entre os dois mundos (o virtual e o real). Em 2004 passou a lecionar (como voluntário) na Escola Caio Líbano Soares (BH/MG), onde foi premiado pelo Instituto Telemar com o Projeto Robótica Livre.[1]

Antes de definirmos Robótica livre é importante destacar o conceito de Robótica Pedagógica/Educacional que segundo César (2013, p. 55)[2] "faremos uso da expressão Robótica Pedagógica ou Educacional, na perspectiva de que os atos educativos e educacionais se complementam. Assim, Robótica Pedagógica ou Educacional refere-se ao conjunto de processos e procedimentos envolvidos em propostas de ensino e de aprendizagem que utilizam os dispositivos robóticos como tecnologia de mediação para a construção do conhecimento. Dessa forma, as discussões sobre Robótica Pedagógica não se restringem às tecnologias ou aos artefatos robóticos e cognitivos em si, nem ao ambiente físico, onde as atividades são desenvolvidas, e sim às possibilidades metodológicas de uso e de reflexão das/sobre tecnologias informáticas e robóticas nos processos de ensino e de aprendizagem."

Mas o que é Robótica Livre?

Segundo César (2013, p. 55-56),[2] "Atualmente, a inserção dos fundamentos da robótica no cenário educacional objetiva, basicamente, o “treinamento” dos educandos para o uso de kits pedagógicos padronizados – comercialmente adquiridos –, constituídos principalmente por softwares e hardwares não livres (a cópia, (re)distribuição ou modificação são restritas ao seu criador/desenvolvedor e/ou distribuidor), que servem para o controle e acionamento de dispositivos eletromecânicos. Diferentemente disso, propomos uma Robótica Pedagógica Livre. Compreendemos com essa designação o conjunto de processos e procedimentos envolvidos em propostas de ensino e de aprendizagem que utilizam os kits pedagógicos e os artefatos cognitivos baseados em soluções livres e em sucatas como tecnologia de mediação para a construção do conhecimento. De forma específica, adotaremos a denominação Robótica Pedagógica Livre ou, resumidamente, Robótica Livre.

As soluções livres – desenhos da placa de circuito impresso, especificações técnicas, desenho lógico do circuito eletrônico, softwares livres (utilizados e/ou embarcados na construção do artefato) e o processo de montagem – dão origem aos chamados hardwares livres. Os hardwares livres são produtos construídos a partir de soluções livres e que seguem as quatro liberdades (liberdade de uso, estudo e modificação, distribuição e redistribuição das melhorias) da filosofia do Software Livre. Assim, o hardware livre também está protegido por licenças que garantem as liberdades e lhe dão a cobertura legal (Exemplos: a GPL e a Copyleft). Vale salientar que um hardware para ser totalmente livre deve ter os projetos dos componentes eletroeletrônicos (como, por exemplo, os transistores, circuitos integrados, capacitores, resistores, entre outros), que compõem a sua estrutura, também desenvolvidos seguindo as quatro liberdades da filosofia do Software livre. Entretanto, isso, em muitos casos, ainda não é possível, pois muitas empresas que desenvolvem hardware livre não possuem condições tecnológicas e financeiras para produzir e desenvolver os seus próprios componentes eletroeletrônicos. Utilizaremos, os hardwares Arduino, Pinguino e a Interface de Hardware Livre (IHL) – que, apesar de não possuírem todos os componentes eletroeletrônicos livres, são chamados de hardwares livres –, no desenvolvimento de Projetos de Robótica Livre.

Diante do exposto, a Robótica Livre propõe o uso de softwares livres (Linux e seus aplicativos) como base para a programação e utiliza-se da sucata de equipamentos eletroeletrônicos e hardwares livres para a construção de kits alternativos de Robótica Pedagógica e protótipos de artefatos cognitivos (robôs, braços mecânicos, elevadores, dentre outros)."

O Robótica Livre é uma metodologia educacional/pedagógica de uso de "sucata eletrônica" e artefatos eletrônicos para ensino de Robótica.

A principal característica da Robótica Livre é o uso de elementos não patenteados na construção de kits com elementos Eletrônicos, Mecânicos e de Programação podendo ser usado por qualquer pessoa e replicado para qualquer outro ambiente comercial ou educacional.

É muito comum projetos de Robótica Livre junto com projetos de Metareciclagem.

Para que o projeto de Robótica Livre seja considerado Livre ela deve conter Software Livre e Hardware Livre.

Software Livre[editar | editar código-fonte]

Existem vários software que podem realizar o controle de equipamentos eletrônicos usando a porta serial, porta paralela ou a porta USB. Mas para que esse software possa ser usado para criar um equipamento pela metodologia de Robótica Livre, é necessário que esse software seja livre. Podem ser usados programação desenvolvidos pela linguagem em c++, java,[3] shell script.

Hardware Livre[editar | editar código-fonte]

Apesar de ser um termo ainda não fechado, é considerado Hardware Livre quando o seu desenho e especificação for compartilhado.

Algumas vantagens de se usar um Hardware Livre são:

  1. Qualquer um pode fabricar. Os alunos universitários ou empresas que tenham interesse podem construir.
  2. Qualquer um pode modificar: Provavelmente não se adaptará às necessidades de docência de outros universitários ou centros de pesquisa. Existe a possibilidade de modificação da placa, em vez de redesenhá-la.
  3. Qualquer empresa pode comercializar e cobrar para oferecer os serviços de fabricação e verificação do funcionamento correto, assim como a manutenção.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. DANILO RODRIGUES CÉSAR (outubro de 2011). «10 ANOS DE ROBÓTICA PEDAGÓGICA LIVRE» (PDF). REVISTA ESPÍRITO LIVRE. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2016 
  2. a b «Tese de Doutorado» (PDF). Danilo Rodrigues César. 2013 
  3. A Utilização de Portas de Comunicação através de Java[ligação inativa]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]