Sistema de Plantio Direto de Hortaliças

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O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças - SPDH é um modelo de agricultura voltado prioritariamente à olericultura e também à fruticultura de espécies sub arbóreas que visa principalmente dar suporte à melhoria na produção das principais hortaliças racionalizando os fatores de produção. Este sistema busca melhorar a renda dos produtores e reduzir os impactos ambientais negativos, a contaminação dos alimentos e dos recursos naturais e a degradação do solo.[1]

A análise de perfil de solo é um dos pré-requisitos para Implementação do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças SPDH

O sistema denominado como tal, foi desenvolvido por pesquisadores e extensionistas rurais da EPAGRI e outras instituições como a EMBRAPA e a Universidade Federal de Santa Catarina em conjunto com agricultores com agricultores familiares e traz como proposta a construção de uma alternativa para o desenvolvimento sustentável. É tema gerador que junta e articula entes envolvidos com a agricultura familiar, visando a conversão do modelo de produção agrícola praticado por este segmento da agricultura na atualidade, não só num novo sistema de produção de hortaliças, mas sim, num caminho para o desenvolvimento rural com sustentabilidade.[2]

Princípios/Fundamentos Básicos[editar | editar código-fonte]

O Sistema de Plantio Direto de Hortaliças - SPDH é um instrumento para a promoção do desenvolvimento sustentável no meio rural e, como tal, possui como eixo da transição sócio-ecológico a promoção da saúde das plantas. Seus fundamentos são os seguintes[3]:

  • diversificação funcional dos agroecossistemas, com utilização de técnicas que promovem manutenção de resíduos vegetais na camada superficial do solo, incluindo entre estas algumas culturas específicas para este fim, tais como o nabo forrageiro(Raphanus sativus), aveia(Avena strigosa), ervilhaca (Vicia sativa, mucuna (Mucuna sp), tremoço (Lupinus sp), Crotalária, dentre outras e também: o manejo das plantas espontâneas, consorciando-as com as hortaliças ou frutas de interesse.
  • conservação e o aumento da fertilidade dos solos, qualificando e aumentando a vida no solo, utilizando-se de práticas de rotação de culturas, cobertura verde ou seca do solo, revolvimento mínimo do solo, restringindo-se a linha de plantio e manejo correto da matéria orgânica;
  • redução da dependência externa de insumos e equipamentos, potencializando os recursos naturais existentes;
  • redução e, se possível, até mesmo a eliminação do uso de agrotóxicos e adubos de alta solubilidade;
  • racionalização de uso e melhoria da qualidade da água;
  • conservação e recuperação do meio ambiente;
  • valorização da qualidade de vida, tanto dos agricultores quanto dos consumidores.

O SPDH é um sistema voltado à produção sustentável de alimentos e segue basicamente três princípios[4]:

  • revolvimento localizado do solo, ficando restrito às covas ou sulcos de plantio;
  • rotação de culturas com diversificação de espécies e com a inclusão de plantas de cobertura para produção de palhada;
  • cobertura constante do solo.

Estratégia de Trabalho[editar | editar código-fonte]

A difusão do sistema como alternativa para os agricultores familiares se dá a partir do trabalho de Extensão rural oficial. buscando a transição do modelo convencional de olericultura para um sistema mais sustentável. Para que se faça isto, parte-se do pressuposto que os agricultores envolvidos, bem como suas propriedades estão em algum grau, maior ou menor de transição e as práticas do manejo dos sistemas devem se adequar a cada caso específico, a partir da realidade individual dentro da etapa de transição que se enquadra. Feita esta análise, os agentes de ATER devem observar e adequar a estratégia metodológica que melhor se adapte no sistema transicional, visto que a soma da visão do dia a dia do agricultor e a visão metodológica possibilitam construir conhecimento útil e consistente. Com a metodologia de trabalho adotada, entende-se a pesquisa tradicional como complementar a outra forma de fazer pesquisa; esta fortemente ligada na realidade, onde os agricultores são experimentadores e assumem papel de pesquisadores, assim como a propriedade rural passa a ser uma espécie de estação experimental e as lavouras os experimentos.[5]

Referências

  1. Santa Catarina Rural (SC Rural) (2016). «Sistema Plantio Direto de Hortaliças – o cultivo que protege a terra». Consultado em 12 de janeiro de 2017 
  2. Nicolas Zaslavsky de Lima (Novembro de 2014). «Extensão Rural no Sistema de Plantio Direto de Hortaliças» (PDF). TCC (graduação em Agronomia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Consultado em 4 de março de 2016 
  3. SILVEIRA, J. C. Sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH):fundamentos e estratégias para um desenvolvimento rural sustentável.UFSC,Florianópolis, 2007
  4. EMBRAPA (1 de julho de 2013). «Sistema de Plantio Direto em Hortaliças (SPDH)». Consultado em 12 de janeiro de 2017 
  5. Jucinei José Comin (15 de maio de 2014). «Sistema de Plantio Direto de Hortaliças como ferramenta para a transição agroecológica» (PDF). CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina - CREA-SC. Consultado em 4 de março de 2016