SS Principessa Jolanda (1907)
SS Principessa Jolanda | |
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Itália | |
Operador | Navigazione Generale Italiana |
Fabricante | Cantiere Navale di Riva Trigoso |
Homônimo | Iolanda de Saboia |
Batimento de quilha | 1906 |
Lançamento | 22 de setembro de 1907 |
Destino | Afundou após seu lançamento; desmontado |
Características gerais | |
Tipo de navio | Transatlântico |
Tonelagem | 9 210 t |
Maquinário | 2 motores de tripla-expansão |
Comprimento | 141 m |
Boca | 17 m |
Propulsão | 2 hélices |
- | 10 500 cv (7 720 kW) |
Velocidade | 18 nós (33 km/h) |
Passageiros | 1 550 |
O SS Principessa Jolanda foi um navio de passageiros italiano encomendado pela Navigazione Generale Italiana e construído pela Cantiere Navale di Riva Trigoso. Com 9 210 toneladas e 141 metros de comprimento, foi o maior navio de passageiros a ser construído na Itália na época.[1] Construído a um custo de 6 milhões de liras, o Principessa Jolanda também foi considerado o primeiro grande transatlântico de luxo italiano. Foi uma das primeiras embarcações a ser equipada com o sistema de telegrafia sem fio da Marconi, iluminação elétrica e telefones em todas as cabines.[2]
Às 12h25m de 22 de setembro de 1907, o quase concluído Principessa Jolanda foi lançado ao mar diante de um grande público de curiosos, funcionários do governo e jornalistas estrangeiros. Após deslizar pela rampa de lançamento, a embarcação tornou-se instável e adernou bruscamente para o lado. Os rebocadores e trabalhadores do estaleiro agiram rapidamente, acionando as âncoras a estibordo a fim de neutralizar o movimento, mas não obtiveram sucesso. Após 20 minutos, a acentuada inclinação da embarcação permitiu a entrada de água por meio de aberturas nos conveses superiores. O capitão, seus convidados e os trabalhadores a bordo tiveram tempo suficiente para realizar uma evacuação de emergência nos botes salva-vidas.[3]
Embora a embarcação fosse nova, foi considerada como perda total e seus destroços foram desmontados ainda no local. Seus motores foram recuperados e utilizados em outro navio, o SS Milazzo.[4]
No momento do lançamento do Principessa Jolanda, a construção de seu navio irmão Principessa Mafalda estava em estágio avançado e com a maior parte de sua estrutura concluída.[1] Após o incidente, o Mafalda foi lançado em 1908 com grande parte de sua superestrutura desinstalada a fim de evitar o mesmo desastre.[5] O lançamento da embarcação foi bem sucedido e o Mafalda foi comissionado em março de 1909, onde se tornou o navio-almirante da NGI e também serviu como um alojamento de oficiais durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1927, o Mafalda naufragou em outro desastre próximo da costa brasileira.[6]
Causas do incidente
[editar | editar código-fonte]Após investigações, os técnicos do estaleiro concluíram que o lançamento do Jolanda com todos os equipamentos e móveis já instalados resultou em um centro de gravidade muito alto.[7] Assim que a embarcação começou a adernar, a grande quantidade de móveis a bordo aumentou a inclinação, um típico efeito de superfície livre envolvendo objetos sólidos em oposição aos líquidos mais comuns. Enquanto o navio adernava, a água entrava pelas escotilhas e outras aberturas na superestrutura. Estes e outros erros, como lançar o navio em uma velocidade acima do ideal, causaram a instabilidade fatal que levou ao desastre.[8]
Também foi teorizado que a mudança abrupta no eixo de rotação transversal durante a descida do navio pela longa rampa de lançamento fez com que a proa se pressionasse contra a própria rampa quando a popa atingiu a água. Isto pode ter causado uma rachadura em algum lugar da quilha, contribuindo para a entrada de água no casco. Independentemente da causa exata, foi determinado que a causa do incidente se devia a erros técnicos do estaleiro durante o lançamento e não no projeto ou construção da embarcação..[5]
Referências
- ↑ a b «Merchant Ships: The Disaster at Riva Trigosa, Italy». Journal of the American Society for Naval Engineers (em inglês). 19. Novembro de 1907. pp. 1116–1120. doi:10.1111/j.1559-3584.1907.tb04163.x
- ↑ A. Pascale: "Le installazioni radio sulle navi italiane" in: L'isola nave e la memoria degli ultimi marconisti (Cagliari: Davide Zedda Editore, 2007) ISBN 978-8895164748 p. 51
- ↑ Liner Sinks When Launched. The New York Times, 22 September 1907. online abstract. Recuperado em 8 de agosto de 2012
- ↑ Thomas E. Bonsall: Great Shipwrecks of the 20th Century (New York: Gallery Books, 1988) ISBN 978-0831777814
- ↑ a b Raffaele Staiano: "Un varo sfortunato". Recuperado em 8 de agosto de 2012.
- ↑ Christopher Ecclestone: "The Sinking of the Principessa Mafalda". Principessa Mafalda Resource. 2010. Recuperado em 10 de agosto de 2012.
- ↑ Eugenio Errea Echarry: "Principessa Jolanda: Hundido antes de su estreno" Historia y Arqueología Marítima (Buenos Aires: Fundación Histarmar, 2008) Recuperado em 8 de agosto de 2012
- ↑ "The Accident at the Launch of the SS Principessa Jolanda" Engineering, Volume 84 (London: Design Council, Jul-Dec 1907) p. 814
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Imagens da construção, lançamento e naufrágio (em italiano)