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A [[mandíbula]] bem conservada indica que o sacissauro possuía uma boca especializada em mastigação de [[Plantae|planta]]s, o que caracteriza uma [[herbívoro|alimentação herbívora]].
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Através da análise de algumas das suas particularidades morfológicas, é sugerida uma proximidade filogenética com o Diodorus.
Através da análise de algumas das suas particularidades morfológicas, é sugerida uma proximidade filogenética com o Diodorus<ref>https://en.wikipedia.org/wiki/Diodorus_(genus) Wikipédia em inglês.</ref>.


==Descoberta e Classificação==
==Descoberta e Classificação==

Revisão das 21h31min de 4 de julho de 2014

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSacissauro
Ocorrência: Triássico Superior

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Infraclasse: Archosauromorpha
Género: Sacisaurus agudoensis (Ferigolo & Langer, 2006)

O sacissauro (Sacisaurus agudoensis) foi um réptil pré-histórico que viveu na região que hoje corresponde ao sul do Brasil há 220 milhões de anos, no período Triássico. O nome científico é em alusão à cidade onde o sacissauro foi encontrado, Agudo, RS, e uma homenagem ao Saci, famosa figura do folclore brasileiro, um negrinho de uma perna só[1][2][3].

O sacissauro é 150 milhões de anos mais antigo que seu parente dinossauro mais conhecido, o tiranossauro.

Características

O sacisaurus[4] tinha 1,5 m de comprimento e 70 cm de altura. Suas pernas longas e fortes sugerem que fosse um animal veloz. Segundo o paleontólogo Jorge Ferigolo, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, os maiores dentes da espécie mediam 3 mm.

A mandíbula bem conservada indica que o sacissauro possuía uma boca especializada em mastigação de plantas, o que caracteriza uma alimentação herbívora.

Através da análise de algumas das suas particularidades morfológicas, é sugerida uma proximidade filogenética com o Diodorus[5].

Descoberta e Classificação

Saci Pererê, personagem folclórico

No ano 2000, ao paleontólogo Jorge Ferigolo quase passou despercebido um osso que surgia num afloramento numa rocha no município de Agudo, localizado no interior do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. A princípio, ele sabia que não haviam fósseis naquele local. Entretanto, após o início das escavações, surgiu uma mandíbula, e com a continuidade do trabalho encontraram diversos ossos desarticulados de vários indivíduos. Porém, com uma curiosidade: 19 fêmures direitos e nenhum esquerdo, não se sabe o motivo. Por essa particularidade o nome sacissauro foi apropriadamente dado ao suposto dinossauro, descoberto integralmente em 2001[6].

A partir de 50 ossos verdadeiros, cientistas conseguiram montar um esqueleto e imaginar como ele teria vivido. O fóssil foi apresentado pela primeira vez no 2º Congresso Latino-Americano de Paleontologia de Vertebrados em 2005.

Inicialmente, o sacissauro foi classificado como um dinossauro do grupo dos ornitísquios (um dos dois grandes grupos em que se dividem os dinossauros, Saurísquios e Ornitísquios). Mas, devido à sua anatomia diferente de qualquer outro ornitísquio, o artigo científico assinado por Jorge Ferigolo e Max Langer (USP de Ribeirão Preto) foi rejeitado duas vezes antes de ser aceito para publicação pelo periódico "Historical Biology". Uma das fortes características dos ornitísquios é o "bico" curvo e sem dentes, o osso pré-dentário. No sacissauro, esse osso é duplo e sugeria que o animal fosse um ornitísquio primitivo que estaria no meio do caminho da formação do pré-dentário.

Após o trabalho de cientistas paulistas e gaúchos, o anúncio da descoberta da nova espécie de dinossauro foi feito no dia 1 de novembro de 2006 na USP de Ribeirão Preto, onde os ossos foram identificados, além de ser publicado na revista britânica de biologia histórica Historical Biology: A Journal of Paleobiology em 30 de outubro de 2006.

Reclassificação

Tudo indicava que se tratasse de um membro primitivo dos ornitísquios. Um novo exame do fóssil, porém, sugeriu que o sacisaurus não fosse um dinossauro de fato.

Um estudo realizado na USP de Ribeirão Preto pelo doutor Jonathas Bittencourt, ironicamente pupilo de um dos descobridores do sacissauro, o doutor Max Langer, revela que o animal não era um dinossauro, mas um réptil de linhagem diferente, embora ancestral.

"Para a minha infelicidade, vou ter de assumir que não dá mais", diz Max Langer, um dos descobridores do sacissauro[7].

Jonathas Bittencourt, então aluno de doutorado de Langer, apresentou os resultados que levaram à reclassificação da criatura durante o 7º Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados, no Rio.

Em sua tese analisou a árvore genealógica dos dinossauros mais antigos, que viveram há cerca de 220 milhões de anos. Descobriu que a mandíbula sem alguns dentes (traço típico de ornitísquios) do sacissauro evoluiu de forma independente. Isso indica que, na verdade, ele pertenceu a um grupo de répteis distinto.

Sua pesquisa, porém, sugere que dois dinossauros de baixa estatura do Brasil (com cerca de 1 m) são ancestrais de boa parte das espécies que surgiram depois. São o Guaibasaurus, mais primitivo, carnívoro, e o Saturnalia, primeiro herbívoro com pescoço grande.

Ver também

Referências

Ligações externas


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