Tarcísio José Martins

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Tarcísio José Martins (Moema-MG, 1949) é um advogado, poeta, romancista e historiador brasileiro, nascido em Moema-MG. Realiza trabalho de pesquisa às fontes primárias, desvendando fatos obscuros que rodeiam a história dos anos setecentos de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, destacando-se a histórica Confederação Quilombola que ficou conhecida como Quilombo do Campo Grande.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido órfão de pai este moemense, com menos de dois anos mudou-se com a família para Uberaba-MG, onde terminou o curso primário no Grupo Escolar Minas Gerais e, simultaneamente, a Admissão ao Ginásio, no Colégio Cristo Rei. Com 13 anos mudou-se, também com a família, para São Paulo, onde foi operário, bancário e auditor. Cursou o Ginásio no Ginásio Estadual do bairro de Itaim Paulista - GEIP. Passados dez anos sem estudar, prestou madureza do colegial e vestibular pela FUVEST conquistando de uma só vez, ao final do ano de 1977, o diploma do segundo grau e o ingresso na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, bacharelando-se em Direito Penal e Criminologia no ano de 1982. Na Velha Academia aprofundou sua capacidade literária, tendo escrito diversos contos, poemas e artigos e presidido a sua famosa Academia de Letras.

Em 1987, patrocinado pela Prefeitura Municipal de Moema, publicou o livro Moema - Origens do Doce, livro que resgatou à cidade sua história até então esquecida. Em 1990 abandonou sua carreira de auditor para dedicar-se às pesquisas do Campo Grande e trabalhar como advogado autônomo.

Em 1995 publicou o livro Quilombo do Campo Grande - A História de Minas Roubada do Povo[1], baseado em árduas pesquisas em arquivos primários e atenta comparação com bibliografias consagradas.

Por volta de 1997, através de seu site pessoal [2] disponibilizou gratuitamente o livro de Moema[3], suas obras de poesia[4] e o romance histórico de sua autoria[5]. Em 2002, com a finalidade de divulgar as descobertas do Campo Grande, criou o site MGQUILOMBO[6], onde publicou artigos, fotos e documentos que corroboram os fatos levantados em seu livro anterior.

Em 2008, depois de ter aprofundado suas pesquisas em mais documentos e com análise minuciosa da geografia, lançou o livro Quilombo do Campo Grande - A História de Minas que se Devolve ao Povo[7]. Tendo a edição se esgotado em maio de 2010, o autor disponibilizou gratuitamente o seu texto no site mgquilombo e no Google Livros[8].

Em 2009, proferiu palestra intitulada "Confederação Quilombola do Campo Grande: documentação e pesquisa nas Minas setecentistas" na cidade de Belo Horizonte-MG, sendo, em 24 de setembro, com o apoio do GruMEL, no Salão Nobre do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais - IHGMG[9] e, em 20 de novembro, a convite do SINDIFES-BH[10], no Salão Nobre da Faculdade de de Medicina da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais[11]. Em 02 e 03 de dezembro, a convite do GEAALC[12], ministrou parte do curso "Quilombos do Brasil" na cidade de Salvador-BA, promovido pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB, no Salão Nobre da Academia de Letras da Bahia. Viu frutificar com muita satisfação, por iniciativa do Povo da Cidade de Cristais-MG, através da sua Câmara dos Vereadores e do seu Poder Executivo, a Lei Municipal nº 1.504 de 10 de novembro de 2009, que recuperou e tombou a Toponímia de todo o conjunto histórico da Primeira Povoação do Ambrósio, naquele município[13]. Conjuntamente a esta Lei, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e a Diretoria Municipal de Educação e Cultura de Cristais-MG, publicaram a cartilha "O Segredo do Rei Ambrósio"[14], a ser distribuída a todas as escolas de 1º e 2º graus deste e de outros municípios vizinhos.

Em 11 de outubro de 2010 sofreu infarto agudo do miocárdio. Durante o tempo em que ficou internado em enfermarias e UTI, escreveu livro fechando uma trilogia do Quilombo do Campo Grande, agora com o subtítulo “Ladrões da História”, que publicou em setembro 2011

Por conta de seu trabalho documentado sobre a localização do Palanque do Rei Ambrósio, atacado em 1746 pelas tropas de Gomes Freire, a Prefeitura Municipal de Formiga-MG tombou o local chamado "Morro das Balas", marcando o centro de um conjunto toponímico que, abrangendo as cidades mineiras de Arcos, Pains, Formiga e Cristais, indica os sítios onde a documentação e mapas antigos apontam que ali se localizava o famoso Palanque defensor do Quilombo do Ambrósio.[15]

Méritos[editar | editar código-fonte]

  • Foi sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais - IHGMG, desde 27.04.2002[16].
  • Medalha João Pinheiro conferida pelo IHGMG em 27.04.2002, "por seus méritos e relevantes serviços prestados à cultura".
  • Medalha Santos Dumond conferida pelo Governo Mineiro em 23.10.2004, pelo trabalho realizado em prol da cultura mineira.
  • Medalha Israel Pinheiro conferida pelo IHGMG em 17.12.2005, "por seus méritos e relevantes serviços prestados à cultura".
  • Recebeu da Câmara Municipal de Cristais-MG, em 17.12.2010, certificados de moção de reconhecimento e do título de cidadão honorário pelo trabalho de pesquisa que comprovou ser a região do município o local onde ficava a Primeira Povoação do Quilombo do Ambrósio, atacada em 1746.
  • Foi sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, empossado em 17.09.2011, cadeira nº 92, tendo como patrono o engenheiro negro Teodoro Sampaio, até 24.04.2017, quando pediu desligamento.
  • Colar de Mérito Cívico Joaquim José da Silva Xavier, "Alferes Tiradentes", conferida pela Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira em 17.09.2011.

Obra[editar | editar código-fonte]

  • Moema - As Origens do Povoado do Doce
  • Sesmaria - Cruzeiro, O Quilombo das Luzes
  • Quilombo do Campo Grande - A História de Minas Roubada do Povo
  • Renovos de Mim de Minas
  • Psicopoesias
  • Quilombo do Campo Grande - A História de Minas que se Devolve ao Povo
  • Quilombo do Campo Grande - Ladrões da História
  • Minas Gerais - Origens (1674 a 1710)
  • Roubando a História, matando a Tradição: Carta da Câmara da Vila de Tamanduá à Rainha – 1793
  • Minas Gerais - Capitania de São Paulo e Minas do Ouro (1710 a 1721)

Notas e referências

  1. «Livro Quilombo do Campo Grande - A História de Minas Roubada do Povo, de Tarcísio José Martins, 319 páginas.». MG Quilombo. Consultado em 21 de maio de 2022 
  2. «TJMAR - Reflexões - Tarcísio José Martins». tjmar.adv.br. Consultado em 21 de maio de 2022 
  3. «Origens do Povoado do Doce» (PDF). mgquilombo.com.br. Consultado em 21 de maio de 2022 
  4. Renovos de Mim de Minas e Psicopoesias (esgotado)
  5. «TJMAR - Reflexões - SESMARIA: Cruzeiro, o Quilombo das Luzes - Primeira Edição em Papel». tjmar.adv.br. Consultado em 21 de maio de 2022 
  6. «MG Quilombo – O Quilombo Minas Gerais». MG Quilombo. Consultado em 21 de maio de 2022 
  7. Martins, Tarcísio José (2008). Quilombo do Campo Grande : História de Minas que se devolve ao povo. São Paulo: MG Quilombo Editora 
  8. Martins, Tarcísio José. «Quilombo do Campo Grande: História de Minas que se devolve ao povo». MG Quilombo. Consultado em 27 de maio de 2022 
  9. «Instituto Histórico e Geográfico de MG - IHGMG». MG Quilombo. Consultado em 21 de maio de 2022 
  10. «Sindifes promove atividades para comemorar Semana da Consciência Negra - Notícias da UFMG». UFMG. Consultado em 21 de maio de 2022 
  11. Faculdade de Medicina da UFMG
  12. «NGEALC Núcleo do Grupo de Estudos Africanos e Afrobrasileiros em Línguas e Culturas». geaalc.blogspot.com. Consultado em 21 de maio de 2022 
  13. «PRIMEIRO QUILOMBO DO AMBRÓSIO - Tombamento da Toponímia - Lei Municipal de Cristais-MG, nº 1504 de 10.11.2009» (PDF). mgquilombo.com.br. Consultado em 21 de maio de 2022 
  14. Administrator-2 (11 de janeiro de 2010). «Cartilha "O Segredo do Rei Ambrósio"». MG Quilombo. Consultado em 21 de maio de 2022 
  15. «Sítio Histórico Morro das Balas e Cruzeiro é tombado pela Prefeitura». Últimas Notícias. 23 de novembro de 2012. Consultado em 21 de maio de 2022 
  16. Posse no IHGMG: Relatório e Saudação do Dr. Jorge Lasmar