Templo Guangxiao (Cantão)

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Templo Guangxiao
Cantão Guangxiao Si 2012.11.19 13-31-15.jpg
Tipo templo budista
Estilo dominante arquitetura chinesa
Religião budismo
Geografia
País China
Cidade Cantão
Coordenadas 23° 07' 56" N 113° 15' 04" E

O templo Guangxiao (光孝寺) é um dos mais antigos templos budistas de Cantão, a capital da província de Cantão, na China. Devido a sua localização estratégica, o templo serviu frequentemente no passado como local de parada para missionários budistas da Ásia. Também exerceu um papel importante na difusão de várias escolas do budismo, como ritsu, zen, shingon e Terra Pura. No templo, Huineng, o sexto patriarca do zen, proferiu seu primeiro sermão e foi tonsurado, e Amoghavajra, um mestre shingon, proferiu seu primeiro ensinamento de budismo esotérico.[1] Muitas escrituras budistas foram traduzidas no templo, inclusive as traduzidas por Yijing, e o Shurangama-sūtra, traduzido por Paramitiin (般剌密諦).[1]

História[editar | editar código-fonte]

Dinastia Han[editar | editar código-fonte]

Guangxiao se originou a partir da residência de Zhao Jiande, o rei de Nanyue, cuja usurpação fez com que o imperador Wu de Han (206 a.C. – 8) invadisse e anexasse a área. Durante os Três Reinos, o oficial de Wu Oriental e acadêmico Yu Fan foi banido e condenado a viver na residência. Depois que Yu Fan morreu em 233, sua família doou a propriedade, que passou a constituir o templo Zhizhi.[2] Ele foi renomeado repetidas vezes: templo Wangyuanchaoyan, templo Wangyuan, templo Qianmingfaxing, templo Chongningwanshou e templo Baoenguangxiaochan.

Entre os séculos IV e X, muitos monges do sul da Ásia (especialmente da Índia) e da China continental visitaram o templo. Esse foi o período áureo do templo. Nos séculos seguintes, alguns monges chineses famosos viveram ou visitaram o templo para propagar o budismo, como Danxia Tianran (丹霞天然) e Yangshan Huiji.

Dinastia Ming[editar | editar código-fonte]

Em 1482, o imperador Chenghua, da dinastia Ming, renomeou o templo como Guangxiao, e gravou pessoalmente o novo nome numa estela. Desde então, o templo manteve esse nome.

Dinastia Qing[editar | editar código-fonte]

No século XVII, o templo entrou em declínio, embora tenha sido restaurado em diversas ocasiões.

China moderna[editar | editar código-fonte]

Nos últimos dois séculos, o tempo foi atingido pelos movimentos "Requisição de propriedade de templo para promover educação" (廟產興學; 1898–1931) e a Revolução Cultural Chinesa (1966–1976). Durante esse período, grande parte do templo foi destruído ou ocupado para uso secular.

Na década de 1980, o templo foi reocupado por monges budistas. Desde então, muitos de seus saguões principais foram reconstruídos, como o salão de Mahavira, o salão de Samghrma e o salão de Ksitigarbha. Também foram erguidos os "pilares do darma" em frente a cada saguão. Um tanque de liberação animal também foi construído nas proximidades. No entanto, o tamanho do templo atual continua sendo bem menor que o tamanho do templo antigo.

Os registros do templo se encontram nos Anais do Templo Guangxiao (光孝寺志, 1769).

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

As construções do mosteiro incluem a Porta da Montanha, Salão dos Quatro Reis Celestiais, Salão de Mahavira, Pagode de Enterramento de Cabelo etc.[2][3]

Salão de Mahavira[editar | editar código-fonte]

O salão de Mahavira foi construído originalmente em 401, na dinastia Jin do leste (317–420), pelo velho monge Dharmayasas, das Regiões Ocidentais. Reconstruído e renovado em várias dinastias, atualmente possui um comprimento de 35 metros, uma largura de 24 metros e uma altura de treze metros. É o maior e mais grandioso salão da região de Lingnan. A construção é adaptada à alta temperatura e frequentes chuvas do sul da China. Ao invés de paredes de tijolos, a construção é cercada por janelas de madeira gravadas com padrões florais. Algumas janelas são decoradas com conchas translúcidas, que dissipam o calor, ventilam e coletam a luz solar. O salão possui estátuas de Sakyamuni, Amitaba e Maitreya.[4][5]

Coluna da Grande Compaixão[editar | editar código-fonte]

A Coluna da Grande Compaixão (大悲幢) fica em frente ao Salão de Mahavira. Ela foi construída em 826 durante o reinado do imperador Jingzong da dinastia Tang (618–907). Possui mais de dois metros de altura e é feita de mármore verde. De formato octogonal, possui um estilo elegante, com uma marquise em formato de cogumelo no alto e um relevo de Hércules na base. No corpo, está inscrito o Mantra da Grande Compaixão em sânscrito e em língua chinesa.[6]

Pagode do Enterramento de Cabelo[editar | editar código-fonte]

Abaixo da Árvore Bodhi atrás do Salão de Mahavira, existe o Pagode de Enterramento de Cabelo (瘗髪塔). Em 676, durante a era Yifeng (676–679) na dinastia Tang (618–907), o mestre Huineng cortou seu cabelo e recebeu a ordenação de monge. O abade Yinzong (印宗) cortou seu cabelo aqui e construiu um pagode para comemorar isso. De formato octogonal e com 7,8 metros de altura, possui sete andares com oito nichos cada um.[7][8]

Torre Leste e Torre Oeste[editar | editar código-fonte]

Dois pagodes de ferro foram erguidos atrás do Salão de Mahavira. São as mais antigas torres de ferro que existem atualmente na China. Construída em 963 durante a dinastia Han do sul (907–960), a Torre Oeste original possuía sete andares mas, atualmente, preserva apenas os três andares iniciais.[9]

A Torre Leste foi construída em 967 durante a dinastia Han do Sul (907–960) pelo imperador Liu Chang. De formato quadrado, possui sete andares e altura de 7,69 metros. Possui mais de novecentos exóticos nichos com estátuas de Buda esculpidas no corpo da coluna. Na sua construção, foi coberta com ouro e chamada de Pagode dos Mil Budas Dourados (涂金千佛塔).[9]

Transporte[editar | editar código-fonte]

O templo é acessível a pé a partir da estação Ximenkou do metrô de Cantão.

Referências

  1. a b Li, Xican (2016). "Guangxiao Temple (Cantão) and its Multi Roles in the Development of Asia-Pacific Buddhism". Asian Culture and History. 8 (1): 45–56. [S.l.: s.n.] doi:10.5539/ach.v8n1p45 
  2. a b Zhang Yuhuan (2012). "The Oldest Buddhist Temple in Lingnan Region: Cantão Guangxiao Temple" 《岭南最古老的寺院:广州光孝寺》. 《图解中国著名佛教寺院》 [Illustration of Famous Buddhist Temples in China] (in Chinese). [S.l.]: Beijing: Contemporary China Publishing House. 200 páginas. ISBN 978-7-5154-0135-5 
  3. Zi Yan (2012). Famous Temples in China (in English and Chinese). [S.l.]: Hefei, Anhui: Huangshan Publishing House. 105 páginas. ISBN 978-7-5461-3146-7 
  4. Zhang Yuhuan (2012). "The Oldest Buddhist Temple in Lingnan Region: Cantão Guangxiao Temple" 《岭南最古老的寺院:广州光孝寺》. 《图解中国著名佛教寺院》 [Illustration of Famous Buddhist Temples in China] (in Chinese). [S.l.]: Beijing: Contemporary China Publishing House. 201 páginas. ISBN 978-7-5154-0135-5 
  5. Zi Yan (2012). Famous Temples in China (in English and Chinese). [S.l.]: Hefei, Anhui: Huangshan Publishing House. pp. 105–106. ISBN 978-7-5461-3146-7 
  6. Zi Yan (2012). Famous Temples in China (in English and Chinese). [S.l.]: Hefei, Anhui: Huangshan Publishing House. 106 páginas. ISBN 978-7-5461-3146-7 
  7. Zhang Yuhuan (2012). "The Oldest Buddhist Temple in Lingnan Region: Cantão Guangxiao Temple" 《岭南最古老的寺院:广州光孝寺》. 《图解中国著名佛教寺院》 [Illustration of Famous Buddhist Temples in China] (in Chinese). [S.l.]: Beijing: Contemporary China Publishing House. 201 páginas. ISBN 978-7-5154-0135-5 
  8. Zi Yan (2012). Famous Temples in China (in English and Chinese). [S.l.]: Hefei, Anhui: Huangshan Publishing House. pp. 106–107. ISBN 978-7-5461-3146-7 
  9. a b Zi Yan (2012). Famous Temples in China (in English and Chinese). [S.l.]: Hefei, Anhui: Huangshan Publishing House. pp. 107–108. ISBN 978-7-5461-3146-7