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Templo de Luxor

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Templo de Luxor
Templo de Luxor
Entrada do Templo de Luxor
Localização atual
Templo de Luxor está localizado em: Egito
Templo de Luxor
Coordenadas 25° 42′ 00″ N, 32° 38′ 21″ L
País Egito
Região Alto Egito
Província Luxor
Cidade Luxor
Dados históricos
Região histórica Tebas
Fundação 1400 AC[1]
Templo de Luxor: mesquita Abul Hagague

O Templo de Luxor, iniciado na época de Amenófis III e aumentado mais tarde por Ramessés II, tendo sido concluído apenas no período muçulmano, é o único monumento do mundo que contém em si mesmo documentos das épocas faraônica, greco-romana, copta e islâmica, com nichos e frescos coptas e até uma mesquita (Abul Hagague).[2]

Era dedicado ao deus Amom, mas não só, era também dedicado às divindades Mut (esposa de Amom) e Quespisiquis. As suas dimensões são menores do que as do Templo de Carnaque, e ambos são dedicados ao mesmo deus. O seu nome antigo era Ipep-resit, traduzido como "Harém do Sul", referindo-se às festas que uma vez por ano lá tinham lugar. Durante estas festas eram transportadas as estátuas de Amom, Mut e Quespisiquis de Carnaque para Luxor. Por volta do século II, o templo foi ocupado pelos romanos, mas foi sendo abandonado gradualmente. Foi coberto pelas areias do deserto, até que em 1881 o arqueólogo Gaston Maspero redescobriu o templo, que se encontrava muito bem conservado. Para iniciar a escavação, a vila que entretanto tinha crescido perto do templo teve de ser retirada, apenas permanecendo uma mesquita, construída pelos árabes no século XIII.[2]

Construção

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O Templo de Luxor foi construído com arenito proveniente da região de Gebel el-Silsila, no sudoeste do Egito, chamado de Arenito Núbio. Este tipo de rocha foi usado para a construção de monumentos no Alto Egito, bem como na restauração de tais obras.[3]

Da mesma forma que outras estruturas egípcias, a técnica usada foi o simbolismo ou ilusionismo. Exemplo, para o egípcio, um santuário em forma de Anúbis era o próprio Anúbis. No Templo, os dois obeliscos[notas 1] que ladeavam a entrada, não tinham a mesma altura, mas criavam a ilusão de que sim. Devido ao layout da construção, usando o ilusionismo, as distâncias relativas foram aumentadas fazendo com que, na parede atrás deles, parecessem do mesmo tamanho. Simbolicamente, este é um efeito utilizado para enfatizar a altura da parede, realçando o caminho até ela.[4]

Importância cultural

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O templo tinha grande significado para o Festival de Opet. A obra foi dedicada à Tríade Tebana e ao culto de Ka, Amom, Mut e Quespisiquis e foi construída durante o Império Novo, período no qual ocorria o festival anual de Opet. Durante este período, uma estátua de Amom foi levada pelo rio Nilo até o templo vizinho de Carnaque para ficar lá juntamente com outra de Mut, em uma celebração da fertilidade. No entanto, outros estudos tem desenvolvido novas interpretações sobre Luxor e o festival anual, apontando que a construção era, na verdade, dedicada ao governante egípcio divino, Ka.[5]

Santuários

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Vista de 1870-1888 das ruínas da colunata do pátio de Amenhotep III no complexo do templo de Amon em Luxor, inundada durante uma cheia do rio Nilo.

Foram construídos seis santuários para barcas ao longo do caminho entre os templos de Luxor e Carnaque que serviam como pontos de parada para as embarcações que levavam os deuses durante as procissões do festival. Esse caminho também era decorado com esfinges com a cabeça de Nectanebo I.[notas 2] Cada estação era preparada com um simbolismo específico. Por exemplo, a quarta era a estação de Kamare, que resfriava os remos de Amom. A quinta estação representava a beleza do deus e a sexta era um santuário para si, destacando-o como o Senhor dos Caminhos.[6]

Vandalismo

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Em 2013, um estudante chinês postou uma foto de um grafite em uma das esculturas do templo que dizia "丁锦昊 到此 一 游" ("Ding Jinhao esteve aqui"). Esse fato estimulou o debate sobre os impactos do aumento do turismo depois que a mídia descobriu outros danos causados por turistas. O grafite foi parcialmente removido.[7]

Notas

  1. O menor, originalmente no oeste, está agora na Praça da Concórdia, em Paris.
  2. É provável que, no passado, diferentes cabeças tenham sido utilizadas nestas esfinges.

Referências

  1. «Excavation of the Temple of Luxor». Science. 6 (6). 1885: 370 
  2. a b Guia Conheça a História: Egito 1 ed. São Paulo: On Line Editora 
  3. Fitzner, Bernd; Heinrichs, Kurt; Bouchardiere, Dennis La (2003). «Weathering damage on Pharaonic sandstone monuments in Luxor-Egypt». Building and Environment. 38: 1089 
  4. Badawy, Alexander (1969). «Illusionism in Egyptian Architecture». Studies in the Ancient Oriental Civilization. 35: 23 
  5. Bell, Lanny (1985). «Luxor Temple and the Cult of the Royal Ka». Journal of Near Eastern Studies. 44 (4): 251 
  6. Nims, Charles (1955). «Places about Thebes». Journal of Near Eastern Studies. 14 (2): 114 
  7. Wong, Hiufu (27 de maio de 2013). «Netizen outrage after Chinese tourist defaces Egyptian temple» (em inglês). CNN. Cópia arquivada em 2 de maio de 2018 


Imagem: Tebas Antiga e a sua Necrópole O Templo de Luxor está contido no sítio "Tebas Antiga e a sua Necrópole", Património Mundial da UNESCO.