Teoria dos conjuntos de Tarski-Grothendieck

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A teoria dos conjuntos de Tarski-Grothendieck (TG, assim denominada em referência aos matemáticos Alfred Tarski e Alexander Grothendieck) é uma teoria dos conjuntos axiomática. Também é uma extensão não conservativa da teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel (ZFC) e pode ser distinguida de outras teorias dos conjuntos axiomáticas por causa da inclusão do axioma de Tarski, que diz que para cada conjunto existe um universo de Grothendieck a qual pertence. O axioma de Tarski implica na existência de cardinais inacessíveis, fornecendo uma ontologia mais rica do que outras teorias como a ZFC. Por exemplo, adicionar esse axioma dá suporte a teoria das categorias.

O sistema Mizar e Metamath usam a teoria dos conjuntos de Tarski-Grothendieck para verificação formal de provas.

Axiomas[editar | editar código-fonte]

A teoria dos conjuntos de Tarski-Grothendieck começa com a convencional teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel e depois adiciona o axioma de Tarski. Usaremos os axiomas, definições e notação de Mizar para descrevê-los. O processos e objetos básicos de Mizar são completamente formais, e são descrevidos informalmente abaixo. Primeiro, assumiremos que:

Dado um conjunto qualquer , o conjunto unitário existe. Dados dois conjuntos quaisquer, seus pares ordenados e desordenados existem. Para quaisquer famílias de conjuntos, suas uniões existem.

TG utiliza os axiomas a seguir, que são convencionais, por fazerem parte da ZFC:

  • Axioma dos conjuntos: Variáveis quantificadas variam apenas sobre conjuntos; tudo é um conjunto (a mesma ontologia da ZFC).
  • Axioma da extensionalidade: Dois conjuntos são idênticos se tiverem os mesmos componentes.
  • Axioma da regularidade: Nenhum conjunto é membro de si mesmo, e correntes circulares de filiação são impossíveis.
  • Esquema axiomático da substituição: Seja o domínio da função o conjunto . Então a imagem de (os valores de para qualquer pertencente a ) também é um conjunto.

É o axioma de Tarski que diferencia a TG das outras teorias dos conjuntos. Ele também implica os axiomas do infinito, escolha e o axioma da potência. Também implica a existência de cardinais inacessíveis, graças aos quais a ontologia da TG é muito mais rica do que a de outras teorias dos conjuntos, como a ZFC.

Axioma de Tarski (adaptado de Tarski 1939[1]).

- Para todo conjunto , existe um conjunto cujos membros incluem: - O conjunto ; - todo subconjunto de cada membro de ; - o conjunto das partes de cada membro de ; - cada subconjunto de com cardinalidade menor que .

Mais formalmente:

onde "" denota a classe de x ,"" denota a equipotência.O que o axioma de Tarski diz(no vernáculo), é que para cada conjunto existe um universo de Grothendieck para o qual ele pertence.

Implementação no sistema Mizar[editar | editar código-fonte]

A linguagem Mizar, usada na implementação da TG, e fornecendo sua sintaxe lógica é tipada e assume-se que os tipos não são vazios. Então, a teoria é implicita e não-vazia. Os axiomas de existência, por exemplo, a existência do par desordenado é implementado indiretamente pela definição dos construtores de termos. O sistema inclui a igualdade, predicados e as seguintes definições padrão:

  • Conjunto unitário: Um conjunto com um elemento;
  • Par desordenado: Um conjunto com dois elementos distintos.;
  • Par ordernado: O conjunto ;
  • Subconjunto: O conjunto cujos elementos também são elementos de outros conjuntos;
  • União de uma família de conjuntos : O conjunto de todos os elementos de qualquer elemento de .

Implementação em Metamath[editar | editar código-fonte]

O sistema Metamath permite lógica de alta ordem arbitrárias, mas é tipicamente usado com as definições “set.mm” de axiomas. O axioma ax-groth adiciona o axioma de Tarski, que é definido da seguinte maneira em Metamath:

⊢ ∃y(x ∈ y ∧ ∀z ∈ y (∀w(w ⊆ z → w ∈ y) ∧ ∃w ∈ y ∀v(v ⊆ z → v ∈ w)) ∧ ∀z(z ⊆ y → (z ≈ y ∨ z ∈ y)))

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Tarski(1939)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]