The Zone of Interest (romance)

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The Zone of Interest
The Zone of Interest (romance)
Autor(es) Martin Amis
Idioma inglês
Editora Jonathan Cape
Lançamento 28 de agosto de 2014
ISBN 978-0-385-35349-6

The Zone of Interest é o décimo quarto romance do autor britânico Martin Amis, publicado em 2014. Ambientado na chamada Zona de Interesse de Auschwitz, conta a história de um oficial nazista que se apaixona pela esposa do comandante do campo de concentração. A história é contada por três narradores: Angelus Thomsen, o oficial; Paul Doll, o comandante; e Szmul Zacharias, um Sonderkommando judeu.

Enredo[editar | editar código-fonte]

O romance começa em agosto de 1942, com a primeira visão de Thomsen de Hannah Doll, esposa de Paul Doll, o comandante do campo (uma versão ficcional do verdadeiro comandante de Auschwitz durante este período, Rudolf Höss). Ele fica imediatamente intrigado e começa a ter alguns encontros com ela. Com o tempo, o relacionamento deles se torna mais íntimo, embora continue incompleto. Apesar de tentarem ser discretos, as suspeitas de Paul Doll aumentam, e ele segue os passos da mulher utilizando-se de um dos prisioneiros do campo. Finalmente, Doll é informado que Hannah e Thomsen realmente trocaram duas cartas. Enquanto espiona Hannah no banheiro (como faz regularmente), Doll a observa ler a carta de Thomsen secretamente e com bastante entusiasmo, antes de destruí-la. Desse ponto em diante, Hannah torna-se cada vez mais desdenhosa em relação ao marido, provocando-o cruelmente em particular e envergonhando-o em público. Doll decide convencer Szmul, um membro de longa data do Sonderkommando, a matar Hannah. Ele faz isso ameaçando capturar a esposa de Szmul, Shulamith. O assassinato está programado para ocorrer em 30 de abril de 1943 – na Walpurgisnacht.

A narrativa então pula alguns anos, para o rescaldo da história. Em setembro de 1948, Thomsen tenta encontrar Hannah, que desaparecera. Ele a encontra em Rosenheim, onde ela conhecera o marido, e é informado do que acontecera na Walpurgisnacht: no momento em que Szmul deveria assassinar Hannah, ele aponta a arma para si mesmo e revela a verdade a ela. Paul Doll então atira em Szmul, antes que este pudesse cometer o suicídio. Thomsen pergunta a Hannah se eles ainda poderiam se conhecer. Ela responde que, enquanto estava no campo de concentração, ele era para ela uma representação de tudo o que era são e decente; fora do campo, ele simplesmente lhe trazia a lembrança da insanidade de sua vida passada. Desanimado, ele parte.

Estrutura e temas[editar | editar código-fonte]

O romance está dividido em seis capítulos e um epílogo. Cada um dos seis capítulos está dividido em três seções: a primeira é narrada por Thomsen, a segunda por Paul Doll e a terceira por Szmul. O epílogo também é dividido em três seções, todas narradas por Thomsen - cada uma dedicada a uma mulher diferente: primeiro Esther, depois Gerda Bormann e, finalmente, Hannah Doll.

Os estilos e maneiras dos três narradores variam amplamente. Thomsen é o protagonista do romance, em grande parte indiferente aos crimes do campo até se apaixonar por Hannah Doll. Sua narração é a mais razoável das três. O estilo de Paul Doll é mais excêntrico e delirante que o de Thomsen. Ele é zelosamente dedicado ao esforço nazista de genocídio e mostra-se apático diante dos horrores do campo de concentração. Sua crescente instabilidade é ampliada quando, durante suas reflexões, ele insiste que é um homem perfeitamente normal, agindo como qualquer outro. À medida que a derrota alemã se torna iminente e afeta o moral de todos ao seu redor, Doll faz uma avaliação absurdamente imparcial das consequências da guerra. Dos três, Szmul é o mais obscuro, e sua narração serve como um pequeno epílogo para cada capítulo. Seu tom é sepulcral, e a maior parte de seus pensamentos consiste em reflexões incrédulas sobre suas ações.

Recepção[editar | editar código-fonte]

As críticas foram amplamente favoráveis ao livro,[1][2][3][4] e alguns o consideraram como o melhor romance de Amis em 25 anos - desde o seu aclamado London Fields (1989).[1][2] Joyce Carol Oates, escrevendo para The New Yorker, descreveu o romance como "um compêndio de epifanias, apartes horrorizados, anedotas e história radicalmente condensada", com Amis "em sua forma mais convincente como um vivisseccionista satírico com um olho frio e um bisturi inabalável".[3] Um crítico do jornal The Washington Post elogiou o talento singular de Amis para as palavras e elogiou a narração do personagem Paul Doll como "uma performance cômica magistral".[5]

Todavia alguns críticos consideraram o enredo anticlimático,[6] e mencionaram um erotismo francamente deslocado.[7]

Referências

  1. a b Preston, Alex (7 de setembro de 2014). «The Zone of Interest review – Martin Amis's impressive holocaust novel». The Guardian. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  2. a b Wheldon, Wynn (16 de agosto de 2014). «The Zone of Interest is grubby, creepy – and Martin Amis's best for 25 years». The Spectator. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  3. a b Carol Oates, Joyce (29 de setembro de 2014). «The Death Factory». The New Yorker. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  4. Marra, Anthony (24 de setembro de 2014). «The Zone of Interest, by Martin Amis: review». SFGate. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  5. Reich, Tova (25 de setembro de 2014). «Book review: 'The Zone of Interest,' by Martin Amis». The Washington Post. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  6. Guest, Katy (24 de agosto de 2014). «The Zone Of Interest by Martin Amis - book review». The Independent. Consultado em 29 de setembro de 2014. Cópia arquivada em 7 de maio de 2022 
  7. Herman, David (28 de agosto de 2014). «The Zone of Interest: Atrocity and eroticism». The Jewish Chronicle Online. Consultado em 29 de setembro de 2014