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Thomaz Beltrão de Queiroz

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Thomaz Beltrão de Queiroz
Thomaz Beltrão de Queiroz
Cidadania Brasil
Ocupação político

Thomaz Beltrão de Queiroz (Apodi, c. 1882 — Caxias do Sul, 4 de outubro de 1930) foi um comerciante e político brasileiro.

Fugindo da seca em sua terra natal, estabeleceu-se como comerciante em Porto Alegre no início do século XX, mas radicou-se em Caxias do Sul em torno de 1924 em busca de um clima mais salubre para a saúde frágil de sua esposa Liduína Moojen,[1] que lhe daria as filhas Itamira[2] e Ramira.[3]

Foi membro do Partido Republicano Rio-Grandense e intendente de Caxias do Sul, sucedendo a Celeste Gobbato e tendo Miguel Muratore como vice.[4] Enfrentou problemas desde antes de sua posse em 12 de outubro de 1928. Era um nome inexpressivo na política local, sua candidatura não havia sido um consenso dentro do partido e até hoje os motivos que levaram à sua indicação são mal explicados. Além disso, era um recém-chegado em Caxias, além de ser visto com reservas pela Igreja Católica.[1]

Assumiu em uma fase de acirradas disputas políticas, retração econômica, aumento da carga tributária, alto endividamento público e descontentamento popular, e segundo Gustavo Valduga "mesmo após a posse de Beltrão de Queiroz, as críticas cerradas à administração anterior persistiam. O novo intendente herdava politicamente os conhecidos problemas, além de uma situação financeira nada confortável. [...] Caxias apresentava aspectos de uma complexidade social e política onde se notavam interesses industriais e comerciais, principalmente o vitivinícola, do operariado, de movimentos políticos como o do fascismo – e mais tarde integralistas –, além da cada vez mais consolidada influência do clero".[5] Tentou sanar as finanças municipais contraindo novos e vultosos empréstimos.[6][7] Desativou a escola do Patronato Agrícola alegando a desproporção entre os custos de manutenção do educandário e os benefícios produzidos, mas o ato gerou uma grande polêmica, pois havia sido feito um importante investimento de verbas para a sua construção no governo anterior.[1] Contudo, deu apoio ao professorado municipal aumentando seus salários e estabelecendo gratificações, promovendo sua qualificação e melhorando a qualidade do ensino.[8] Foi importante neste sentido a criação da primeira escola de formação de professores da cidade, fundada em 28 de fevereiro de 1930 e instalada em 15 de junho.[4] É lembrado ainda pelas intervenções na urbanização da Praça Dante Alighieri.[9] Faleceu no exercício de suas funções, sendo sucedido por seu vice.[5] O terceiro aniversário de seu falecimento foi homenageado pelo município[10] e hoje seu nome batiza uma rua em Caxias.

Referências

  1. a b c Monteiro, Katani Maria Nascimento. Um Italiano Irrequieto em Contexto Revolucionário - Um estudo sobre a atuação de Celeste Gobbato no Rio Grande do Sul (1912-1924). Tese de Doutorado. PUCRS, 2001, pp. 99; 105-107; 120
  2. "Nascimentos e óbitos". A Federação, 11/11/1914
  3. "Edital nº 67". A Federação, 26/10/1934
  4. a b Bergozza, Roseli Maria & Luchese, Terciane Ângela. "Primeira escola oficial para formação de professores primários na cidade de Caxias do Sul: Escola Complementar 1930-1961" Arquivado em 22 de novembro de 2016, no Wayback Machine.. Resumo. In: V Congresso Internacional de Filosofia e Educação. Caxias do Sul, 2010
  5. a b Valduga, Gustavo. Para além do coronelismo: italianos e descendentes na administração dos poderes executivos da Região Colonial Italiana do Rio Grande do Sul (1924-1945). Tese de Doutorado. PUCRS, 2012, pp. 243-245
  6. "Acto nº 4". A Federação, 23/11/1928
  7. "A Prefeitura Municipal de Caxias". O Momento, 27/06/1935
  8. Luchese, Terciane Angela. O processo escolar entre imigrantes da região colonial do RS — 1875 a 1930. Leggere, scrivere e calcolare per essere alcuno nella vita. Tese de Doutorado. Unisinos, 2007, pp. 338; 382-384
  9. "Praça Dante sofreu diversas mudanças ao longo do século 20, em Caxias do Sul". Pioneiro, 18/01/2014
  10. "Beltrão de Queiroz". O Momento, 09/10/1933
Prefeitos de Caxias do Sul
Precedido por
Celeste Gobbato

Thomaz Beltrão de Queiroz
12 de outubro de 1928 – 4 de outubro de 1930
Sucedido por
Miguel Muratore