Trajano Margarida
Trajano Margarida | |
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Nascimento | 16 de janeiro de 1889 Desterro, Santa Catarina, Brasil (ex-Brasil Império) |
Morte | 14 de fevereiro de 1946 (57 anos) Florianópolis, Santa Catarina, Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | poeta, professor e funcionário público |
Trajano Margarida (Desterro, atual Florianópolis, 16 de janeiro de 1889, — Florianópolis, 14 de fevereiro de 1946) foi um poeta e músico brasileiro. Escrevia sonetos, letras de músicas e marchinhas e foi um dos grandes promotores do carnaval de Florianópolis nos anos 1920 e 1930. Cantava e tocava violão, tornando-se muito famoso nos circuitos boêmios.[1] Junto a dezenas de outros homens negros de Florianópolis, fundou o Centro Cívico e Recreativo José Boiteux, em 1920, associação que lutava por cidadania e contra a discriminação racial, da qual foi presidente duas vezes.[2]
Biografia[editar | editar código-fonte]
No fim dos anos 1910, começou a lecionar, trabalhando em Florianópolis, Itajaí e Brusque. Em 1914, unido à Ildefonso Juvenal e Agrícola Guimarães, organizou uma celebrada atividade cívico-literária em Florianópolis para marcar os 26 anos da Abolição da Escravidão no Teatro Álvaro de Carvalho.[3] Em 1917, foi nomeado servente da extinta Secretaria Geral do Estado e no ano seguinte passou a trabalhar como amanuense na Secretaria do Interior e da Justiça de Santa Catarina.[4] Em 1920, fundou o Centro Cívico e Recreativo José Boiteux, do qual tornou-se o primeiro presidente e iniciou a campanha para erguer um monumento em homenagem à Cruz e Sousa, concluído em 1923.[2][5] Participou do grupo fundador do Figueirense Futebol Clube, em 1921, no qual tomou posse como 1º secretário e escreveu seu hino.[6] Era alinhado às ideias do Partido Republicano Catarinense, associando-se à Junta Republicana, em 1922. Em 1925 esteve entre os fundadores do Centro Catarinense de Letras, entidade que buscava ser mais democrática que a Academia Catarinense de Letras.[7] Em 1929, foi promovido a primeiro oficial da Diretoria de Interior e Justiça. Em 1940 faleceu de tuberculose Nelson Margarida, seu único filho, fruto do casamento com Mamede Luz, acontecimento do qual o poeta não se recuperou mais até sua morte, em 1946, de insuficiência cardiocirculatória.[4]
Obras[editar | editar código-fonte]
- Pátria (1917)
- A fome e a sede no Ceará (1919)
- Minha terra: comemorando a inauguração da Ponte Hercílio Luz e rendendo uma pálida homenagem a seu grande idealizador (1926)
- Carnaval (1930)
- Brack (1936)
- Paz (1936)
- Nelson (1943)
Referências
- ↑ RASCKE, Karla Leandro (2017). «Intelectuais Negros: escritos de Trajano Margarida em Florianópolis (1915-1946)» (PDF). VI Serem. Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ a b TEIXEIRA, Luana; PEREIRA, Lucésia (2019). Trajano Margarida: poeta do povo. Florianópolis: Cruz e Sousa. 340 páginas
- ↑ GARCIA, Fábio. Negras Pretensões: A presença de intelectuais, músicos e poetas negros nos jornais de Florianópolis e Tijucas no início do século XX (2007). Florianópolis: Editora Umbutu.
- ↑ a b PEREIRA, Lucésia. Florianópolis, década de trinta: ruas, rimas e desencantos na poesia de Trajano Margarida (2001) .Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal de Santa Catarina. http://www.tede.ufsc.br/teses/PHST0295-D.pdf
- ↑ «Busto de Cruz e Sousa». Projeto Santa Afro Catarina. Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ «Memória Alvinegra: Figueirense relembra noticias históricas sobre a sua fundação». Figueirense F.C. 9 de junho de 2017. Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ SACHET, Celestino (1985). História da Literatura Catarinense. Florianópolis: Editora Lunardelli