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Tratado dos Touros de Guisando

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Tratado dos Touros de Guisando
Tratado dos Touros de Guisando
Concórdia dos Touros de Guisando
Tratado de los Toros de Guisando
Tratado dos Touros de Guisando
Placa comemorativa do tratado em El Tiemblo
Local de assinatura Touros de Guisando, El Tiemblo (província de Ávila)
Partes Henrique IV e Isabel I de Castela
Assinado 18 de setembro de 1468 (556 anos)
Condição Henrique IV reconhecia Isabel como sua sucessora na Coroa de Castela e concedia-lhe vasto património; Isabel não se deveria casar sem consentimento prévio de Henrique

Tratado dos Touros de Guisando ou Concórdia dos Touros de Guisando (em castelhano: Tratado de los Toros de Guisando ou Concordia de los Toros de Guisando) foi o acordo alçançado a 18 de setembro de 1468 no cerro de Guisando, junto ao conjunto escultórico homónimo da Pré-história, situado no município de El Tiemblo, província de Ávila, entre o rei de Castela Henrique IV e a sua meia-irmã Isabel I de Castela, em que esta era proclamada Princesa das Astúrias, o que equivalia a ser reconhecida como herdeira da Coroa de Castela. Como não há documentos ou referências contemporâneas que confirmem a existência do tratado, alguns historiadores pensam que pode ter sido uma história inventada mais tarde para legitimar a sucessão.

O reino de Castela estava em guerra civil desde 1464, quando um grupo de nobres se revoltou com a intenção de fazer o rei abdicar e depor o seu valido Beltrán de la Cueva. Os nobres rebeldes chegaram a depor simbolicamente Henrique IV e a entronizar no seu lugar Afonso, irmão de Isabel, naquilo que ficou conhecido como a Farsa de Ávila, a qual teve lugar naquela cidade a 5 de junho de 1465. A morte de Afonso em julho de 1468 converteu Isabel na candidata dos rebeldes ao trono. No entanto, a infanta preferiu pactuar com o seu irmão usando como mediador Antonio de Veneris. Depois de alguns encontros em Castronuevo, chegou-se a um acordo preliminar, o que terminou com a guerra. O acordo foi formalizado a 18 de setembro de 1468 em Toros de Guisando.

Através do tratado, todo o reino voltava a obedecer ao rei e em troca Isabel passava a ser Princesa das Astúrias e recebia um amplo património. O matrimónio da princesa só se poderia realizar com consentimento prévio do rei. A princesa Joana (a Beltraneja), filha de Henrique ficava afastada da possível sucessão, ao declarar-se nulo o casamento do rei e da rainha.[carece de fontes?]

O casamento de Isabel com o infante aragonês Fernando, que teve lugar em Valhadolide em 1469 sem aprovação régia, motivou o repúdio do tratado por Henrique IV. O rei reconheceu novamento os direitos sucessórios da sua filha Joana na Ceremónia de Val de Lozoya, ocorrida em 25 de novembro de 1470.