Trilobita

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Ocorrência: Cambriano - Permiano
Reconstituição de trilobites vivos.
Reconstituição de trilobites vivos.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Trilobite
Subclasse: Trilobitomorpha
Ordens

As trilobitas (português brasileiro) ou as trilobites (português europeu) são artrópodes característicos do Paleozoico, conhecidos apenas através do registro fóssil. O grupo, classificado na classe Trilobita da sub-classe Trilobitomorpha, é exclusivo de ambientes marinhos.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Os trilobitas possuíam um exoesqueleto de natureza quitinosa que, na zona dorsal, era impregnado de carbonato de cálcio, o que lhes permitiu deixar abundantes fósseis. Seu nome (trilobita) é devido a presença de três lobos que podem ser visualizados (na maior parte dos casos) em sua região dorsal (um central e dois laterais). Seu esqueleto era dividido, longitudinalmente, em três partes:

  • Cefalão, ou escudo cefálico, constituía a zona anterior da carapaça do animal, incluía os olhos e peças bucais, mas também boa parte do tubo digestivo do animal, e era inteiriço, não articulado;
  • "Tórax", zona intermédia, articulada, constituída por um número variável (de dois a mais de 20) de segmentos idênticos;
  • Pigídio, ou escudo caudal, a zona posterior da carapaça, que inclui, em algumas espécies, espinhos e ornamentação variada. O pigídio era, também, uma peça única.
I – CefalãoII – Tórax III – Pigídio 1 – Face Móvel 2 - Palpebra 3 - Ponta Lateral 4 - Glabela 5 – Anel occipital 6 – Face fixa 7 – Olho 8 – Ráquis 9 – Pleuras 10 – Sulco dorsal 11 – Costilhas 12 – Espinho posterior

Ao longo do crescimento, as trilobites sofriam várias mudanças, descartando sucessivos exosqueletos, tal como sucede com muitos artrópodes atuais. Desta forma, um único organismo pode ter dado origem a vários somatofósseis. Em média, os trilobitas atingiam entre 3 a 10cm de comprimento, mas em alguns casos poderiam chegar a cerca de 80cm de comprimento.

Os trilobites eram, em sua maioria, animais marinhos bentônicos, que viviam junto do fundo em profundidades variáveis entre os 300 metros e zonas pouco profundas, perto da costa, contudo, havia também formas planctônicas. Sua alimentação poderia ser detritívora, filtradora ou carnívora (predadora ou carniceira). Os trilobites existiram do Cambriano até ao Pérmico. No Cambriano ocuparam o topo da cadeia alimentar.

O seu sentido da visão era extremamente apurado e foram os primeiros animais a desenvolver olhos complexos. Havia dois tipos principais de olhos de Trilobitas, cada um composto por lentes frágeis que eram formadas por cristais de calcita; muitos tinham olhos holocroidais, similares aos compostos dos insetos de hoje; estes olhos formavam imagens difusas de qualquer coisa em movimento. Já alguns trilobitas possuíam olhos esquizocroidais, que tinham lentes amplas e arredondadas, estes sim produziam imagens muito bem definidas de coisas e objetos.[1]

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Na primeira exposição de Trilobites de Canelas, em Arouca, nasceu uma publicação da autoria do Professor Doutor Armando Marques Guedes. Foi também ele, o responsável pela classificação dos fósseis aí expostos.

É de acrescentar, que a inclusão da imagem de uma trilobite local no centro do brasão oficial da Freguesia de Canelas (Arouca), da autoria de Lígia Figueiredo, resultou de uma sugestão do Professor Doutor Armando Marques Guedes, um dos maiores especialistas destes artrópodes em Portugal.

Algumas espécies[editar | editar código-fonte]

Referências bibliográficas

  1. BLOUNT Kitty, CROWLEY Maggie, BADA Kathleen, MALYAN Susan. "Enciclopédia dos Dinossauros e da Vida Pré-Histórica",Dorling Kindersley|, Grã Bretanha, 2001; tradução: ANELLI Luiz Eduardo (Coordenador); páginas 24-25

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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