Trio Nordestino

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Trio Nordestino
Trio Nordestino
Trio Nordestino, 1965.
Informação geral
Origem Salvador
País Brasil
Gênero(s) Forró
Período em atividade 1958 – atualmente
Integrantes Luiz Mário
Beto Sousa
Coroneto
Ex-integrantes Coroné
Lindú
Cobrinha
Genaro
Página oficial www.trionordestino.com.br

O Trio Nordestino é um trio de forró iniciado em 1958 em Salvador, na Bahia.[1]

Outras bandas com o mesmo nome[editar | editar código-fonte]

O Trio Nordestino que conhecemos é composto por Lindú, Coroné e Cobrinha.[2]

O primeiro grupo que usou o nome "Trio Nordestino" foi Neném (Dominguinhos), Miudinho (João Batista de Lima Filho) e Zito Borborema. O nome foi dado por Helena, esposa de Luiz, em 1957. Eles acompanhavam Luiz Gonzaga em seus shows, mas o grupo durou muito pouco tempo, não gravou músicas e se desfez quando Dominguinhos e de Zito Borborema começaram carreira solo.

Outro trio com esse mesmo nome foi formado por João Xavier, Heleno Luiz e Toninho do Acordeon, que viria a ser sogro de Oswaldinho do Acordeon. Eles hoje são conhecidos hoje como Trio Nordestino Alagoano. Houve uma disputa judicial pelo nome e Marinês, Dominguinhos e Luiz Gonzaga testemunharam a favor de Lindú, Coroné e Cobrinha e o juiz deu ganho de causa a eles.

História[editar | editar código-fonte]

O Trio Nordestino original foi formado no início de 1958 por Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba) e Cobrinha (triângulo).[1] Fazendo o circuito de casas noturnas de Salvador, quando estavam trabalhando para a boate Clock, conheceram o recém-contratado Gordurinha, músico e compositor que iria abrir as portas do Rio de Janeiro. Com a promessa de gravar um disco, Gordurinha levou-os à Odeon Records e à RCA Victor, em que não tiveram oportunidade. Numa nova tentativa, desta vez na Discos Copacabana, passaram no teste dirigido por Nazareno de Brito. Contratados, gravariam em dez dias um Long-Play e Tape com 12 músicas.

Em busca do sucesso, o Trio resolveu tentar uma participação no famoso programa O Trabalhador Se Diverte, da Rádio Mayrink Veiga, comandado por Raimundo Nobre. Ao chegarem no auditório do programa, encontram Luiz Gonzaga e imediatamente lhe pedem para que mostre o caminho das pedras no Rio de Janeiro. Gonzagão se recusa a dar ajuda e continua a ensaiar. Frustrados com o ídolo, apelam para Raimundo que, depois da insistência de Gordurinha, concordou com a apresentação de apenas uma música, "Carta a Maceió", sucesso instantâneo entre o público do auditório, que aplaudia com fervor pedindo bis. A partir daí tudo mudou; Raimundo pediu à Ângela Maria, a atração seguinte, que cedesse para o Trio Nordestino cinco dos seus dez minutos de apresentação. Ela, que tinha adorado "Carta a Maceió", aceitou o pedido e transformou-se na madrinha do Trio, que pôde apresentar mais dois números. Isso garantiu um contrato com a rádio para se apresentarem em programas ao lado da própria Ângela e de artistas como Luiz Gonzaga e Nelson Gonçalves.

Com o sucesso da canção e de "Chupando gelo", presentes no primeiro disco, o Trio passou a gravar um LP por ano, lançando vários sucessos. Famosos, partiram para o Nordeste junto com Luiz Gonzaga por 75 dias, para fazer a propaganda de uma marca de cachaça. Foi nessa ocasião que, jantando no Recife, Gonzagão relembrou o pedido de ajuda feito pelo Trio no auditório da Rádio Mayrink e disse: Se eu tivesse ajudado, vocês teriam se acomodado e hoje não teriam alcançado a marca de vendas que ultrapassa a minha. Desde então Gonzagão passou a ajudá-los e uma longa amizade foi selada. Depois de 11 obras na Copacabana Discos, migraram para a CBS em 1967. Em 1969, Lindú sofreu um acidente de carro que requeria mais de um ano de tratamento. Mesmo assim, a nova gravadora resolveu dar continuidade ao trabalho, levando o sanfoneiro de ambulância para os estúdios de gravação. Em 1970 saiu o disco com a música "Procurando tu", de Antônio Barros, que se transformou no maior sucesso do Trio Nordestino, alavancando mais de 1 milhão de cópias vendidas e levando-os das paradas sertanejas para as rádios dos mais diversos segmentos em todo o país. O sucesso nacional levou o Trio a permanecer no primeiro lugar do programa Sílvio Santos, na TV, durante 90 dias e a receber da CBS o troféu Chico Viola pelo segundo lugar na vendagem de discos de 1970. O primeiro lugar foi de Roberto Carlos.

O sucesso continuou durante toda a década e trouxe Luiz Gonzaga e o forró de volta às principais rádios. Ainda foram responsáveis pelo enriquecimento do ritmo, introduzindo no forró de raiz (zabumba, triângulo, sanfona) uma segunda sanfona e a bateria. Em 1982, já de volta à Copacabana Discos, Lindú morre devido a uma insuficiência renal. Decididos a continuar com o forró, em nome de um pacto feito quando tinham acabado de formar o Trio Nordestino, Coroné e Cobrinha encontram em Genaro o substituto para o sanfoneiro. Assim atravessaram a década de 80, até a saída de Genaro, no início dos anos 90, sendo substituído por Beto Souza, afilhado de Lindú. Em 1994, o Trio Nordestino sofreu outra baixa. Dessa vez, um câncer de intestino levou Cobrinha e seu triângulo. Deprimido, Coroné quase abandona a zabumba. Porém, um sonho e a lembrança do pacto feito há mais de 30 anos em nome do forró, o manteve na estrada. O substituto de Cobrinha foi encontrado em Luís Mário, que outrora era adepto do rock, mas que herdou a voz e o talento do pai, Lindú, e se bandeou de vez para o forró.

Pouco tempo depois, em 2000, confirmando a profecia de Gonzagão quando estava perto da morte, o forró voltou a ser sucesso nacional, alavancado por Gilberto Gil e os hits da trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles e com o surgimento de grupos novos como o Falamansa e o Forróçacana. Isso permitiu que o Trio Nordestino voltasse às paradas com sua nova formação, prestigiada por um público renovado e jovem. Levados pela nova onda, foram quatro vezes à Europa, onde fizeram concorridos shows em Paris, no famoso restaurante Favela Chic, e em Londres, por intermédio do Bar do Luiz, frequentado pela colônia brasileira.

Em 2017, o álbum Trio Nordestino Canta o Nordeste foi indicado ao Grammy Latino de 2017 de Melhor Álbum de Raizes Brasileiras.[3]

Integrantes[editar | editar código-fonte]

Formação Original[editar | editar código-fonte]

  • Lindú - voz e sanfona
  • Coroné - zabumba
  • Cobrinha - triângulo

Formação atual[editar | editar código-fonte]

  • Luís Mário - triângulo e voz
  • Beto Souza - sanfona
  • Coroneto - zabumba

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • 1963 - Trio Nordestino (Chupando Gelo)
  • 1964 - Pau-de-Arara é a Vovózinha
  • 1965 - Aqui Mora o Xaxado
  • 1966 - O Troféu é Nosso
  • 1966 - Prece ao meu Sertão
  • 1967 - Vamos Xamegá
  • 1968 - É Forró que Vamos Ter
  • 1969 - Nós Estamos na Praça
  • 1970 - No Meio das Meninas
  • 1971 - Ninguém Pode com Você
  • 1972 - Renovação
  • 1973 - Primeiro e Único
  • 1974 - Trio Nordestino (Chililique)
  • 1975 - Forró Pesado
  • 1976 - O Alegríssimo Trio Nordestino
  • 1977 - Estamos Aí para Balançar
  • 1978 - Os Rouxinhos da Bahia
  • 1979 - Trio Nordestino e o Homem de Saia
  • 1980 - Corte o Bolo
  • 1981 - Ô Bicho
  • 1982 - Dia de Festejo
  • 1983 - Amor para Dar
  • 1984 - Com Amor e Carinho
  • 1985 - Forró de Cima a Baixo
  • 1986 - Forró Temperado
  • 1987 - Forró de Categoria
  • 1988 - Na Intimidade do Trio Nordestino
  • 1989 - Festa do Povão
  • 1990 - Trio Nordestino Somos Nós
  • 1991 - Vale a Pena Ouvir de Novo, vol. 1
  • 1994 - Vale a Pena Ouvir de Novo, vol. 2
  • 1997 - Xodó do Brasil
  • 1999 - Nós Tudo Junto
  • 2001 - Balanço Bom
  • 2003 - Baú do Trio Nordestino
  • 2004 - Baú do Trio Nordestino, vol. 2
  • 2006 - Meu Eterno Xodó
  • 2007 - Nova Geração
  • 2008 - 50 Anos
  • 2009 - O Povo Quer Forró
  • 2011 - Tá Ligado Doido
  • 2012 - A Bahia do Trio
  • 2014 - Trio Nordestino
  • 2017 - Canta o Nordeste

Referências

  1. a b «Trio Nordestino». Consultado em 15 de abril de 2016. Cópia arquivada em 24 de março de 2016 
  2. [www.forroemvinil.com/textos/trio-nordestino-60-anos-de-historia-texto-de-ivan-dias/ «Luiz Gonzaga»] Verifique valor |url= (ajuda). Wikipédia, a enciclopédia livre. 22 de maio de 2017 
  3. Ceccarini, Viola Manuela (20 de novembro de 2017). «The 18th Latin GRAMMY Awards in Las Vegas». Livein Style. Consultado em 28 de dezembro de 2017 
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