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Usina Solar Malta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Empresa de capital fechado
Atividade energia
Sede Malta, Paraíba, Brasil
Locais
Usina Solar Malta (Paraíba)
Usina Solar Malta
Localização da Usina Solar Malta na Paraíba.
Produtos Energia Elétrica

A Usina Solar Malta,[1] ou Usina Fotovoltaica Malta,[2] é uma usina solar fotovoltaica localizada na cidade de Malta, estado da Paraíba,[3] com capacidade instalada de 27,2 MW e 31,59 MW de potência pico.[4] A usina pertence ao Complexo Fotovoltaico Angico e Malta, a qual a Usina Solar Angicos I também pertence, de posse da SPE Malta Energias Renováveis.[5]

Mapa do Potencial solar do Brasil.

A usina fotovoltaica entrou em operação comercial no segundo semestre de 2018, após instalação das 8 unidades geradoras (eletrocentros) de 3,4 MW cada.[6] Cada eletrocentro possui 2 inversores WEG de 1,7 MW, resultando em um total de 16 inversores na central fotovoltaica.[4] A energia produzida no Complexo Solar é suficiente para abastecer aproximadamente um milhão de habitantes.[7]

A cidade de Malta localiza-se no Sertão da Paraíba, a mais de 300 quilômetros de João Pessoa, a capital do estado,[7] em uma região de alta incidência solar (entre as mais altas do Brasil), com mais de 3200 horas anuais de insolação.[7] Vale ressaltar também que o nordeste se encontra bem próximo a linha do equador e possui uma Radiação Global média (em kWh/m²) de 5,9. No geral o Brasil possui um grande potencial para captação de energia solar, porém que é pouco aproveitado, cerca de apenas 0,02%. Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, que foi o responsável por fazer uma pesquisa, ele afirma que o nordeste é a maior área com radiação nesse quesito.[8]

O leilão de energia reserva que garantiu a construção da Usina Solar Malta, juntamente com outras 2 usinas, foi realizado em agosto de 2015.[2] Essas usinas foram arrematadas pela empresa multinacional Conergy, com sede na Alemanha, que previu investir R$300 milhões na construção das duas usinas, o equivalente a quase 10 vezes o PIB do município.[7]

A Conergy estava prevista para instalar dois parques solares na Paraíba no primeiro semestre de 2017. A companhia ganhou os projetos após apostar R$296 (82.27 dolares / 73.58 euros) por MWh no leilão da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica em agosto de 2015[9].

A Conergy é uma empresa multinacional de energia renovável sediada em Singapura. Foi fundada em Hamburg, na Alemanha em 2000 e se especializa no desenvolvimento, operação e manutenção de usinas fotovoltaicas e componentes de usina.[10] Em Junho de 2013 foi adquirida pelo grupo privado americano Kawa Capital Management e em 2015, via leilão junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e à Agência Nacional de Energia Elétrica adquiriu o projeto de Malta por um investimento de R$121.258.000,00 e R$296 pelo MWh. A mesma possuía no planejamento uma Potência (MW) de 27,00, entretanto, mais precisamente, a Potência Final Instalada C.C. (MWp) foi de 28,782. Também constam no edital 08/2015 07º Leilão de Energia de Reserva que a mesma possui uma Garantia Física (MWm) de 6,700 e teve cerca de 67 lotes contratados ao total. Sendo assim, o total (MWh) foi de 1.174.644,000 com um fator de capacidade igual a 24,8%. [11]

Entrada do Complexo Fotovoltaico Angico e Malta
Entrada do Complexo Fotovoltaico Angico e Malta

O Ministério de Minas e Energia (MME) autorizou, no final do ano de 2019, as usinas de geração fotovoltaica Malta e Angicos 1, ambas localizadas na cidade de Malta, como projetos prioritários. Ambas as usinas, integram o Complexo Solar Malta, de posse da SPE Malta Energias Renováveis, sociedade empresária anônima, com sede e foro em São Paulo (SP),constituída em 18 de dezembro de 2015, mantendo-se sem movimentação até 2016, o empreendimento iniciou suas operações em setembro de 2018 com a finalização da construção da usina , e da SPE Angico Energias Renováveis, ambas controladas pelos Fundos de Investimentos Prisma Hélios de infraestrutura e multiestratégia, em proporções de 58,34% e 41,66%. Os ativos encontram-se em operação comercial desde dezembro de 2018.[12]

A empresa brasileira WEG é a fornecedora de todo o sistema para construção do empreendimento.[13] A empresa é uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo, atuando nas áreas de comando e proteção, variação de velocidade, automação de processos industriais, geração e distribuição de energia e tintas e vernizes industriais, entre outros produtos.[14] Além disso, A WEG foi selecionada como a melhor empresa do segmento Mecânica e Metalurgia, no anuário Época Negócios 360º de 2013.[15] A empresa ainda administra a usina de Coremas I, Coremas II, Coremas III, Esmeralda (PE) e Sobrado(BA). Ao todo, essas usinas irão gerar um total de 479,8 GWh ao ano, energia suficiente para abastecer mais de 200 mil residências e evitar o lançamento de 780,2 mil toneladas de CO2 ao ano na atmosfera.[16] Em instalações residenciais, comerciais e industriais de pequeno e médio porte, a WEG já forneceu quatro mil sistemas solares por meio de sua rede de integradores, apenas em 2018.[17]

Para todos os contratos a WEG também fornece os módulos, rastreadores, VFDs, transformadores, cubículos, subestações e toda a engenharia de integração e software aplicativo para as plantas. Além do fornecimento de EPC (engenharia, suprimentos e construção), a empresa também está encarregada de realizar os serviços de O & M (operação e manutenção) das usinas e subestações. Como afirma João Paulo Gualberto da Silva, diretor de Novas Energias da WEG, o desempenho do negócio de energia solar ganhou considerável importância dentro da área de geração, transmissão e distribuição da empresa e a expectativa é positiva para os próximos anos. “Entre os últimos leilões realizados para fontes de energia renováveis, os mais atrativos foram os relacionados à energia solar, por isso estamos muito otimistas com os novos projetos nessa área de negócios”,afirma João Paulo.[18]

Em 2018 a empresa WEG foi reconhecida pelo fornecimento para obras de infraestrutura e energia solar no 12º Prêmio MasterInstal, promovido anualmente pelo SINDINSTALAÇÃO – Sindicato da Indústria de Instalação, e pela ABRINSTAL – Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência das Instalações. Em conjunto com empresas parceiras, a WEG foi destaque pelo fornecimento de equipamentos para duas obras: o Edifício Serendipity, localizado em Balneário Camboriú (SC), e o Complexo Fotovoltaico de Angico e Malta, localizado na Paraíba. Segundo o Diretor de Vendas da WEG Automação, Paulo Roberto Krüger, “o prêmio é um importante reconhecimento da qualidade e da confiabilidade das soluções, que garantem o perfeito funcionamento dos sistemas.”[19] Com os novos contratos no País, a companhia consolida-se como uma das principais fornecedoras de produtos e soluções para usinas solares do País.[17]

A usina é composta por 5 profissionais da área elétrica, 2 profissionais na área administrativa e 4 profissionais na área de serviços gerais.[4]

A empresa será controlada pela Malta Solar Energia SPE Ltda,[2] o início de suas operações comerciais de venda de energia ocorreu em outubro de 2018. A usina possui uma capacidade de geração anual de aproximadamente 60.000 MWh.[4] Em 2021, a central fotovoltaica espera faturar, um montante de 21,9 milhões de reais, levando em consideração o PPA (Power Purchase Agreement) de R$ 365 / MWh e a produção anual da usina.[4]

Descrição do projeto da usina

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A área do parque é de aproximadamente 192.000 hectares. Para a criação dos grandes parques solares de Angico I e Malta foram retirados cerca de 34.000m³ de rochas.

Cerca de 400.000m³ de corte na terraplanagem feitas por dezenas de máquinas. Mais de 6.500L de óleo Diesel foram consumidos pelas máquinas durante o processo.Cerca de 27.000m³ de concreto usinado foram utilizados nas obras. Aproximadamente 137.000m de eletroduto corrugado utilizado. Cerca de 19.000m de valas de drenagem foram feitas.Cerca de 160.000m de cabo BT e 1.000Km de cabo Solar.[20]

Esquema explicativo
Esquema explicativo

Levando em consideração apenas a usina solar de Malta, obtemos um total de 96.390 módulos solares instalados (placas solares), 765 trackers (equipamento rotativo para máximo aproveitamento do recurso solar) e 1 string box para cada 4 conjuntos de trackers, cada conjunto de tracker é composto por 126 módulos solares. Esquema explicativo ao lado.[4]

Módulos solares da Usina Fotovoltaica Malta
Módulos solares da Usina Fotovoltaica Malta

Segundo dados da fornecedora de materiais, para a viabilização do complexo foram utilizado os seguintes itens[21]:

  • Montagem de 2.756 trackers;
  • Abertura e fechamento de valas;
  • Lançamentos de dutos corrugados tipo Kanaflex.
  • Instalação elétrica de 120.960 módulos e 4.032 trackers;
  • Instalação de 16 eletro centros;
  • Instalação de 16 transformadores tipo Pad Mounted 34,5kV;
  • Comissionamento e startup;
  • Parâmetro de grandeza:
    • 196.000 módulos;
    • 2.756 trackers;
    • 1.140.000 metros de cabos instalados;
    • Potência de 63 MWp;
    • 8 unidades geradoras

Referências

  1. Brain Market (7 de dezembro de 2017). «Web se Prepara Para Contratações Solares». brainmarket.com. Consultado em 3 de agosto de 2018 
  2. a b c «Voto» (PDF). ANEEL. aneel.gov.br. Consultado em 3 de agosto de 2018 
  3. ANTERO, Jozivan (8 de setembro de 2015). «Empresa de energia solar alemã vai investir R$ 300 Milhões na cidade de Malta». patosonline.com. Consultado em 3 de agosto de 2018 
  4. a b c d e f Sobrinho, Kleber. Anotações realizadas através da reunião com o Engenheiro sobre a Usina Fotovoltaica de Malta. Consultado em 14 de julho de 2021.
  5. «Malta Energias Renovaveis Ltda. | Solutudo - A cidade em detalhes». Solutudo. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  6. Ministério de Minas e Energia. «Portaria No 46, de 2 de Março de 2016». mme.gov.br. Consultado em 3 de agosto de 2018 
  7. a b c d «Multinacional Alemã Vai Investir em Energia Solar no Sertão da Paraíba». Jornal da Paraíba. jornaldaparaiba.com.br. 8 de setembro de 2015. Consultado em 3 de agosto de 2018 
  8. «Potencial de energia solar: Quais as melhores regiões brasileiras para captação da luz solar – Blog – Boreal Solar». Consultado em 29 de outubro de 2020 
  9. «Conergy wins 60 MW of solar projects in Brazil». Renewablesnow.com (em inglês). Consultado em 4 de novembro de 2020 
  10. «Conergy». Wikipedia (em inglês). 5 de junho de 2020. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  11. Karasawa, William (2015). «Análise de viabilidade econômico-financeira de um projeto de geraçação de energia fotovoltaica.» (PDF). Consultado em 15 de abril de 2021 
  12. thunders. «MME aprova UFVs no interior da Paraíba como projetos prioritários». www.canalenergia.com.br. Consultado em 4 de novembro de 2020 
  13. «Weg Fornecerá Sistema Completo Para o Complexo Solar na Paraíba». Elekt Solar. elektsolar.com.br. Consultado em 3 de agosto de 2018 
  14. «WEG S.A.». Wikipédia, a enciclopédia livre. 25 de julho de 2020. Consultado em 4 de novembro de 2020 
  15. «WEG é a melhor do segmento Mecânica e Metalurgia». WEG. Consultado em 4 de novembro de 2020 
  16. «WEG se consolida como fornecedora de Usinas Solares no Brasil». WEG. Consultado em 29 de outubro de 2020 
  17. a b «Projetos fotovoltaicos da WEG no Nordeste geram energia para abastecer». Portal Solar - Tudo sobre Energia Solar Fotovoltaica. 13 de abril de 2019. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  18. Souza, Débora. «WEG consolida-se como fornecedora de usinas de energia solar no Brasil». O PETRÓLEO - Notícias de Petróleo e Gás, Energia e Offshore. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  19. «WEG é reconhecida pelo fornecimento para obras de infraestrutura e energia solar no 12º Prêmio MasterInstal». WEG. Consultado em 4 de novembro de 2020 
  20. «WEG Solar». WEG. Consultado em 4 de novembro de 2020 
  21. Zampollo, Victor. «CFAM - Complexo Fotovoltaico Angico e Malta - PB». GTEL. Consultado em 29 de outubro de 2020 
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