Usuário:Gato Preto/Testes/8

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Piotr Alexeiévich Kropotkin (em russo: Пётр Алексе́евич Кропо́ткин; 9 de Dezembro de 1842 – 8 de Fevereiro de 1921) foi um activista, filósofo, geógrafo e naturalista russo. Nasceu em Moscovo numa família aristocrática latifundiária, entrou com quatorze anos no Corpo de Pagens, estudou matemática na Universidade Imperial de São Petersburgo e tornou-se membro da Sociedade Geográfica Russa. Depois de ter sido prendido na Rússia em 1874 e ter conseguido fugir depois de dous anos de pena, esteve no exílio nos quarenta e um anos seguintes. No seu exílio viveu na Suíça, na França (onde também esteve na prisão por quase quatro anos) e na Inglaterra. Voltou à Rússia depois da Revolução de Fevereiro em 1917 mas ficou desiludido com o socialismo autoritário dos bolcheviques chefiados por Lenine.

É um dos principais referentes do anarco-comunismo, também conhecido como comunismo libertário. Escreveu vários livros e panfletos, sendo os mais importantes, A Conquista do Pão (1892) e Campos, Fábricas e Oficinas (1898). A sua principal obra científica é Apoio Mútuo: um factor de evolução (1902). Contribuiu também para a décima primeira edição da Encyclopædia Britannica e deixou um ensaio incluso acerca da ética e da moral anarquista. A suas obras inspiraram várias revoltas e movimentos, destacando a criação dum território anarquista, o Território Livre situado na Ucrânia. O "líder" desta região, Nestor Makhno, referiu abertamente que o Território Livre estava organizado sob os princípios anarco-comunistas de Piotr Kropotkin.

As teorias de Kropotkin acerca da sociedade e da política são anarquistas, defendeu a organização livre dos indivíduos sem um Estado opressor ou providencial. No campo económico são comunistas, isto é, promoveu a colectivização dos meios de producção para o seu uso em benefício da comunidade. Em relação à ética e à moral, enunciou, com um contexto científico, a importância do apoio mútua e a cooperação.

Vida[editar | editar código-fonte]

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Kropotkin nasceu em Moscovo, numa família pertencente ao segunda mais alto livel da aristocracia russa. A sua mãe era a filha dum general cossaco.[1] O seu pai, Aléxei Petróvich Kropotkin, era um príncipe de Smolensk,[2] descendente da Dinastia ruríquida a qual tinha reinado a Rússia antes da chegada dos Romanovs. O pai de Kropotkin era dono de vastas extensões de terra e tinha por volta de mil e duzentos servos masculinos distribuídos por três províncias.[1]

Influenciado pelos ideias republicanos, Kropotkin deixou de usar o seu título principesco com doze anos e até repreendia os seus amigos quando o tratavam com esse título.[3]

Em 1867, com quatorze anos, Kropotkin entrou no Corpo de Pagens em São Petersburgo. Só cento e cinquenta rapazes – a maioria de crianças cujos pais eram nobres e pertenciam à corte – foram educados nestas instalações especiais, as quais misturaram o carácter duma escola militar e a duma instituição da principesca ligada à Casa Imperial. As memórias de Kropotkin falam da más práticas no Corpo, incluindo praxes e vários outros abusos.[4]

Em Moscovo, Kropotkin começou-se a interessar pelas condições de vidas dos camponeses, este interesse iria aumentando com a idade. Embora o seu trabalho como pagem do czar Alexandre II tornou Kropotkin cético acerca da reputação "liberal" do czar,[5] Kropotkin recebeu favorávelmente a decisão deste para emancipar os servos em 1861.[6] Em São Petersburgo, leu bastante pela sua própria conta e foi especialmente atento aos trabalhos dos enciclopedistas francesas e à história da França. Entre os anos 1857 e 1861 testemunhou o crescimento da intelligentsia russa e Kropotkin seria influenciado nesta época pela nova literatura liberal-revolucionária, a qual era bastante condizente com os seus ideais.[7]

Em 1862, Kropotkin foi promovido do Corpo de Pagens para a tropa. Os membros dos corpos tinham o privilégio de escolher para qual regimento iam querer ir. Por algum tempo foi ajudante de ordens do governador de Transbaikalia na cidade de Tchita. Depois foi nomeado attaché de assuntos cossacos para o governador-geral da Sibéria Oriental em Ircutsque.[7]

Expedições científicas na Sibéria[editar | editar código-fonte]

Kropotkin em 1864.

O trabalho administrativo era escasso e, em 1864 Kropotkin aceitou uma vaga numa expedição geográfica, atravessando a Manchúria boreal desde a Transbaikalia até o Amur e rápidamente foi levado a outra expedição no rio Sungari, no coração da Manchúria. As expedições forneceram várias informações geográficamente relevantes. A impossibilidade de obter nenhuma reforma administrativa real na Sibéria fez com que Kropotkin decidisse dedicar-se quase exclusivamente à pesquisa científica, na qual foi bem-sucedido.[7]

Em 1866, Kropotkin começou a ler livros do anarquista francês Pierre-Joseph Proudhon e doutros pensadores políticos tais como John Stuart Mill e Aleksandr Herzen. Estas leituras, juntamente com as suas experiências com os camponeses na Sibéria fizeram-no declarar-se anarquista em 1872.[8]

Em 1867, Kropotkin deixou o seu posto no exército e voltou a São Petersburgo onde estudou na Universidade Imperial dessa mesma cidade para estudar matemáticas, tornando-se ao mesmo tempo secretário da secção geográfica da Sociedade Geográfica Russa.[9] O seu abandono da tradição militar da família fez com que o seu pai o deserdasse, "deixando-o como um 'príncipe' sem sustento". Em 1871, explorou o depósitos glaciares da Suécia e da Finlândia para a Sociedade.[9] Em 1873, publicou uma contribuição importante para a ciência: um mapa e um ensaio no qual mostrou que os mapas até então existentes representavam erradamente as características físicas da Ásia; as principais linhas estructuras eram, de facto, de Sudoeste a Noreste e não de Norte a Sul ou de Leste a Oeste como antigamente era pensado. Durante o seu trabalho ofereceram-lhe a secretaria da Sociedade, mas ele recusou, decidira que era da sua competência não investigar mas ajudar a espalhar o conhecimento existente pela população. De acordo com ele, regressaria a São Petersburgo e aí juntar-se-ia ao movimento revolucionário.[7]

Activismo na Suíça[editar | editar código-fonte]

Kropotkin visitou a Suíça em 1872 e tornou-se membro da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) sediada em Genebra. Porém, não gostou do estilo do socialismo da AIT. Por isso, examinou o programa da mais radical Federação do Jura de Neuchâtel e depois de ter estado com os seus membros mais destacados adoptou uma postura anarquista.[10]

Activismo na Rússia e prisão[editar | editar código-fonte]

Tendo voltado à Rússia, um amigo de Kropotkin, Dmitri Klements, introduziu-o ao Círculo de Tchaikovsky, um grupo socialista/populista criado em 1872. Kropotkin ajudou a espalhar propaganda revolucionária entre os camponeses e trabalhadores e actuou como uma ponte entre o Círculo e a aristocracia. Durante este período, Kropotkin manteve a sua posição dentro da Sociedade Geográfica de forma a esconder as suas actividades.[11]

Em 1874, Kropotkin foi prendido e levado como prisioneiro para a Fortaleza de São Pedro e São Paulo por causa da sua actividade política subversiva, especialmente a sua vinculação com o Círculo de Tchaikovsky. Devido às suas origens aristocráticas, teve vários privilégios especiais na prisão, tais como a permissão para a continuar o seu trabalho geográfica na sua cela. O seu trabalho científico na prisão foi feito acerca da Idade do Gelo, no qual argumentou que a glaciação tinha existia há menos tempo do que se pensava.[6]

Fuga e exílio[editar | editar código-fonte]

Em 1876, pouco antes do seu julgamento, Kropotkin foi transferido para uma prisão de baixa segurança em São Petersburgo, da qual ele conseguiu fugir com a ajuda dos seus amigos. Após a fuga, Kropotkin e os seus amigos foram jantar num dos restaurantes mais requintados de São Petersburgo, assumindo correctamente que a polícia não iria procurá-lo por essas redondezas. Depois de jantar, subiu a um barco e foi para a Inglaterra.[12] Após uma pequena estadia lá, foi morar para a Suíça aonde juntar-se-ia à Federação do Jura. Em 1877, foi viver a Paris, onde ajudou a promover o ainda jovem movimento socialista. Em 1878, voltou à Suíça onde editou o jornal revolucionário da Federação do Jura La Révolté e publicou vários panfletos revolucionários.[13]

Em 1881, logo após o assassinato do Czar Alexandre II, foi expulso da Suíça. Depois duma curta estadia em Thonon-les-Bains (na Saboia francesa), foi morar para Londres por volta dum ano.[14] Assistiu ao Congresso Anarquista em Londres de 14 de Julho de 1881.[15] Outros delegados presentes eram Marie Le Compte, Errico Malatesta, Saverio Merlino, Louise Michel, Nicholas Tchaikovsky and Émile Gautier. Embora respeitando a "completa autonomia dos grupos locais", o congresso definiu acções propagandísticas que todos poderiam seguir e acordaram que a propaganda pelo acto era o caminho para a revolução social.[15] The Radical de 23 de Julho de 1881 reportou que o congresso fora celebrado a 18 de Julho no Edifício Cleveland, na Praça Fitzroy, com discursos de Marie Le Compte, Louise Michel, and Kropotkin.[16] Later Le Compte and Kropotkin gave talks to the Homerton Social Democratic Club and to the Stratford Radical and Dialectical Club.[17]

Kropotkin by Nadar

Kropotkin returned to Thonon in late 1882. Soon he was arrested by the French government, tried at Lyon, and sentenced by a police-court magistrate (under a special law passed on the fall of the Paris Commune) to five years' imprisonment, on the ground that he had belonged to the IWA (1883). The French Chamber repeatedly agitated on his behalf, and he was released in 1886. He was invited to Britain by Charlotte Wilson, with whom he co-founded the Freedom Press, an anarchist newspaper which continues to this day. Kropotkin was a regular contributor. He settled near London, living at various times in Harrow, then Bromley, where his daughter and only child, Alexandra, was born on April 15, 1887. [18] [19] He also lived for a number of years in Brighton.[20] While living in London, Kropotkin became friends with a number of prominent English-speaking socialists, including William Morris and George Bernard Shaw.[21]

Return to Russia[editar | editar código-fonte]

Kropotkin in Haparanda, 1917

In 1917, after the February Revolution, Kropotkin returned to Russia after 40 years of exile. His arrival was greeted by cheering crowds of tens of thousands of people. He was offered the ministry of education in the Provisional Government, which he promptly refused, feeling that working with them would be a violation of his anarchist principles.[22]

His enthusiasm for the changes occurring in the Russian Empire turned to disappointment when the Bolsheviks seized power in the October Revolution. "This buries the revolution", he said.[23] He thought that the Bolsheviks had shown how the revolution was not to be made; by authoritarian rather than libertarian methods.[23] He had spoken out against authoritarian socialism in his writings (for example The Conquest of Bread), predicting that any state founded on these principles would most likely see its own breakup and the restoration of capitalism.{{carece de fontes}}

Death[editar | editar código-fonte]

Kropotkin's friend and comrade Emma Goldman, accompanied by Alexander Berkman, delivers a eulogy before crowds at Kropotkin's funeral in Moscow.

Kropotkin died of pneumonia on February 8, 1921, in the city of Dmitrov, and was buried at the Novodevichy Cemetery in Moscow. Thousands of people marched in his funeral procession, including, with Vladimir Lenin's approval,[24] anarchists carrying banners with anti-Bolshevik slogans.[25] It was to become the last public demonstration of anarchists, which saw engaged speeches by Emma Goldman and Aron Baron.

In 1957 the Dvorets Sovetov station of the Moscow Metro was renamed Kropotkinskaya in his honor.

  1. a b Harman, Oren (2011). The Price of Altruism: George Price and the Search for the Origins of Kindness. [S.l.]: W.W. Norton & Company. p. 20. ISBN 9780393339994 
  2. Woodcock, George & Avakumović, Ivan (1990). Peter Kropotkin: From Prince to Rebel. [S.l.]: Black Rose Books. p. 13. ISBN 9780921689607 
  3. Roger N. Baldwin, " A História da Vida de Kropotkin," na obra de Kropotkin Anarquismo: Uma Colecção de Obras Revolucionárias, ed. por Baldwin (Orig. 1927; Mineola, NY: Dover Publications, Inc., 1970), p. 13.
  4. Kropotkin, Piotr (1899). Memórias dum Revolucionário. Londres: Smith, Elder & Co. 63 páginas 
  5. Winkle, Justin, ed. (2009). «Kropotkin, Piotr». The Concise New Makers of Modern Culture. [S.l.]: Taylor & Francis. p. 425. ISBN 9780415477826 
  6. a b Todes, Daniel Philip (1989). Darwin Without Malthus: The Struggle for Existence in Russian Evolutionary Thought. [S.l.]: Oxford University Press. p. 124. ISBN 9780195058307 
  7. a b c d Kropotkin, Piotr (1899). Memórias dum Revolucionário. Boston e Nova Iorque: Houghton, Mifflin & Company. 270 páginas 
  8. Ward, Dana (2010). «Alchemy in Clarens: Kropotkin and Reclus, 1877–1881». In: Jun, Nathan J. & Wahl, Shane. New Perspectives on Anarchism. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 211. ISBN 9780739132418 
  9. a b Marshall, Peter (2010). Demanding the Impossible: A History of Anarchism. [S.l.]: PM Press. p. 311. ISBN 9781604860641 
  10. Kropotkin, Peter (1899). Memoirs of a Revolutionist. Boston and New York: Houghton, Mifflin & Company. pp. 282–287 
  11. Cahm, Caroline (2002). Kropotkin: And the Rise of Revolutionary Anarchism, 1872–1886. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 44. ISBN 9780521891578 
  12. Bell, Jeffrey A. (2002). Industrialization and Imperialism, 1800-1914: A Biographical Dictionary (em inglês). [S.l.]: Greenwood Press. ISBN 9780313314513 
  13. Kropotkin, Peter (1899). Memoirs of a Revolutionist. Boston and New York: Houghton, Mifflin & Company. pp. 417–423 
  14. Kropotkin, Peter (2010). Memoirs of a Revolutionist. Col: reproduction of 1899 edition. [S.l.]: Dover Publications. p. 440. ISBN 978-0-486-47316-1 
  15. a b Bantman, Constance (2006). «Internationalism without an International? Cross-Channel Anarchist Networks, 1880–1914». Revue belge de philologie et d'histoire. 84 (84–4): 965. doi:10.3406/rbph.2006.5056. Consultado em 30 de agosto de 2013 
  16. Young, Sarah J. (January 9, 2011). «Russians in London: Pyotr Kropotkin». Consultado em 30 de agosto de 2013  Verifique data em: |data= (ajuda)
  17. Shpayer, Haia (June 1981). «British Anarchism 1881–1914: Reality and Appearance» (PDF). p. 20. Consultado em 30 de agosto de 2013  Verifique data em: |data= (ajuda)
  18. "Alexandra Kropotkin" Anarchist Voices: An Oral History of Anarchism in America by Paul Avrich (2005) AK Press pps. 16-18; Retrieved May 8, 2017
  19. Bromley Council guide to blue plaques
  20. Peter Marshall Demanding the Impossible: A History of Anarchism, London: Fontana, 1993, p.315
  21. Gibbs, A. (2001). A Bernard Shaw Chronology. [S.l.]: Springer. 365 páginas. ISBN 9780230599581 
  22. Burbank, Jane (1989). Intelligentsia and Revolution: Russian Views of Bolshevism, 1917–1922. [S.l.]: Oxford University Press. p. 99. ISBN 9780195045734 
  23. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Riggenbach
  24. Goldman, Emma (1931). Living My Life. [S.l.]: Dover Publications. pp. 867–868. ISBN 0-486-22543-7 
  25. Album Die Beerdigung von P.A. Kropotkin in Moskau, 13. Februar 1921 = Funeral of P.A. Kropotkin in Moscow, February 13, 1921; publisher: Ausländisches Büro zur Schaffung der Russischen Anarcho-Syndikalistischen Konföderation; 1922