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Usuário(a):Analimaz/Testes

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Jorge Araken[editar | editar código-fonte]

Perfil literário.

A migração das aves é um fenômeno extraordinário e pode ser observado em centenas de espécies ao redor do mundo. Enquanto algumas espécies permanecem no seu habitat natural devido ao clima, outras migram por longas distâncias. Hoje nós falaremos sobre um passarinho específico, que há 55 anos migrou de um Rio pro outro. Do Rio de Janeiro a Rio Branco, para ser mais exata.

O ano era 1963 e a cidade maravilhosa parecia mais quente nesse dia, Jorge Araken, que tinha 25 anos, estava na Livraria Forense, nas proximidades do Palácio da Justiça do Rio de Janeiro, lendo e anotando o Tratado de Direito Civil, do professor Cunha Gonçalves. De repente, sentiu duas mãos cobrirem os seus olhos, apesar do susto, olhou para trás na tentativa de reconhecer quem estava lá. Era Lourival Marques de Oliveira, que foi seu colega de turma na Faculdade Nacional de Direito, na Universidade do Brasil. Após calorosos abraços e cumprimentos, Araken ouviu a seguinte frase: “Sempre estudando, ou vai ficar sábio, ou louco.” Deu risada e a conversa se estendeu por alguns minutos. “Você vai ser juiz no Acre, foi a frase mais marcante da conversa. Juiz?! Perguntou espantado, mas assentiu e viu o seu futuro desenhado na mente. Depois da conversa na livraria, foram necessários apenas alguns dias para que a frase se tornasse realidade. O menino, que até então nunca havia saído do Rio de Janeiro, iria para o longínquo Acre.

Era o dia de dar a notícia aos familiares, as mãos seguiam trêmulas por todas as ruas da Barra da Tijuca, quando finalmente conseguiu fincar os pés na frente de casa, na rua Conde Bonfim, o jovem respirou fundo e foi repetindo “Eu vou ser juiz no Acre” até adentrar e dar de cara com os parentes, a primeira pessoa que se manifestou, foi a sua mãe. Com um “Vá, meu filho”, com a voz chorosa. Logo depois, as frases que ouviu, foram: Acre? Você está louco? Deus o livre. Os dias passaram voando depois dali, a tensão e a ansiedade corriam nas veias como o Ayrton Senna corria na fórmula 1.

Uns 3 ou 4 dias depois da notícia e do alvoroço, Araken estava chegando em casa depois de um longo dia resolvendo as coisas para sua partida, ao bater na porta, foi recebido por sua irmã, que aos gritos, anunciava o telegrama que chegara mais cedo. “EXCELÊNCIA” gritava ela, “VOCÊ AGORA É EXCELÊNCIA”, o telegrama se tratava do passo a passo da viagem ao Acre e continha o bilhete de embarque. A irmã levou uma bronca da mãe por abrir, mas o jovem, atordoado, só conseguiu filtrar a palavra “excelência”. Talvez achasse que ela pesasse muito. “Nomeio Vossa Excelência Juiz na nossa terra.” Essa frase quase gritava no telegrama, “nossa terra”, leu várias vezes. E foi ali que ele adotou o Acre como sua terra.

O dia da partida foi regado a lágrimas e promessas, abraços longos e calorosos encheram o aeroporto do Rio de Janeiro, Araken carregava sua mala abarrotada de livros de um lado para o outro, abriu várias vezes para se certificar de que não esquecia nada, poucas roupas, lanterna e livros eram o que o menino havia separado para a migração de um Rio pro outro. Depois da longa viagem, já em terras de Galvez, os olhos ficaram atentos no caminho até o hotel, ele observava casas de madeira, muita pobreza e um ambiente totalmente diferente do que estava habituado. “Mas agora essa é a minha terra”, pensava ele e repetia em voz baixa.

No final da tarde, ao chegar no Hotel Chuí e observar a cidade pela janela, Araken teve a certeza de que estava fazendo a coisa certa, apesar de parecer o mais incerto possível. O menino cresceu e fez morada no outro Rio, teve filhos, netos, trabalhou, ganhou prêmios, escreveu livros, leu centenas deles, recebeu título de cidadão Acreano e fez do Acre a sua nova terra.Perfil literário.

A migração das aves é um fenômeno extraordinário e pode ser observado em centenas de espécies ao redor do mundo. Enquanto algumas espécies permanecem no seu habitat natural devido ao clima, outras migram por longas distâncias. Hoje nós falaremos sobre um passarinho específico, que há 55 anos migrou de um Rio pro outro. Do Rio de Janeiro a Rio Branco, para ser mais exata.

O ano era 1963 e a cidade maravilhosa parecia mais quente nesse dia, Jorge Araken, que tinha 25 anos, estava na Livraria Forense, nas proximidades do Palácio da Justiça do Rio de Janeiro, lendo e anotando o Tratado de Direito Civil, do professor Cunha Gonçalves. De repente, sentiu duas mãos cobrirem os seus olhos, apesar do susto, olhou para trás na tentativa de reconhecer quem estava lá. Era Lourival Marques de Oliveira, que foi seu colega de turma na Faculdade Nacional de Direito, na Universidade do Brasil. Após calorosos abraços e cumprimentos, Araken ouviu a seguinte frase: “Sempre estudando, ou vai ficar sábio, ou louco.” Deu risada e a conversa se estendeu por alguns minutos. “Você vai ser juiz no Acre”, foi a frase mais marcante da conversa. Juiz?! Perguntou espantado, mas assentiu e viu o seu futuro desenhado na mente. Depois da conversa na livraria, foram necessários apenas alguns dias para que a frase se tornasse realidade. O menino, que até então nunca havia saído do Rio de Janeiro, iria para o longínquo Acre.

Era o dia de dar a notícia aos familiares, as mãos seguiam trêmulas por todas as ruas da Barra da Tijuca, quando finalmente conseguiu fincar os pés na frente de casa, na rua Conde Bonfim, o jovem respirou fundo e foi repetindo “Eu vou ser juiz no Acre” até adentrar e dar de cara com os parentes, a primeira pessoa que se manifestou, foi a sua mãe. Com um “Vá, meu filho”, com a voz chorosa. Logo depois, as frases que ouviu, foram: Acre? Você está louco? Deus o livre. Os dias passaram voando depois dali, a tensão e a ansiedade corriam nas veias como o Ayrton Senna corria na fórmula 1.

Uns 3 ou 4 dias depois da notícia e do alvoroço, Araken estava chegando em casa depois de um longo dia resolvendo as coisas para sua partida, ao bater na porta, foi recebido por sua irmã, que aos gritos, anunciava o telegrama que chegara mais cedo. “EXCELÊNCIA” gritava ela, “VOCÊ AGORA É EXCELÊNCIA”, o telegrama se tratava do passo a passo da viagem ao Acre e continha o bilhete de embarque. A irmã levou uma bronca da mãe por abrir, mas o jovem, atordoado, só conseguiu filtrar a palavra “excelência”. Talvez achasse que ela pesasse muito. “Nomeio Vossa Excelência Juiz na nossa terra.” Essa frase quase gritava no telegrama, “nossa terra”, leu várias vezes. E foi ali que ele adotou o Acre como sua terra.

O dia da partida foi regado a lágrimas e promessas, abraços longos e calorosos encheram o aeroporto do Rio de Janeiro, Araken carregava sua mala abarrotada de livros de um lado para o outro, abriu várias vezes para se certificar de que não esquecia nada, poucas roupas, lanterna e livros eram o que o menino havia separado para a migração de um Rio pro outro. Depois da longa viagem, já em terras de Galvez, os olhos ficaram atentos no caminho até o hotel, ele observava casas de madeira, muita pobreza e um ambiente totalmente diferente do que estava habituado. “Mas agora essa é a minha terra”, pensava ele e repetia em voz baixa.

No final da tarde, ao chegar no Hotel Chuí e observar a cidade pela janela, Araken teve a certeza de que estava fazendo a coisa certa, apesar de parecer o mais incerto possível. O menino cresceu e fez morada no outro Rio, teve filhos, netos, trabalhou, ganhou prêmios, escreveu livros, leu centenas deles, recebeu título de cidadão Acreano e fez do Acre a sua nova terra.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • A ética no processo eleitoral, 2005.
  • Do principio da publicidade dos atos processuais, 1996.
  • Dos crimes hediondos, 1998.
  • Natureza juridica da jurisdição voluntaria, 1989.
  • Oração de posse ou confissões de um juiz, 1968.
  • Os tribunais do território do Acre, 2000.
  • Os Poderes do estado, 1983.[1]

Categoria:Perfil Categoria:Literário

  1. «LexML : Resultados». www.lexml.gov.br (em inglês). Consultado em 16 de julho de 2018